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Não se deve ter "leitura triunfalista" da saída por défice excessivo - Guilherme d`Oliveira Martins

por Lusa

Faro, Loulé, 27 mai (Lusa) -- O antigo presidente do Tribunal de Contas Guilherme d`Oliveira Martins disse hoje que não se deve ter uma "leitura triunfalista" da recomendação para a saída de Portugal do procedimento por défice excessivo, momento que classificou como "necessário e justo".

Segundo o antigo ministro, que falava aos jornalistas na Bibioteca Municipal de Loulé, "neste momento não podemos ter qualquer leitura triunfalista" relativamente à recomendação da Comissão europeia, mas sim "uma leitura muito realista", uma vez que se trata de "uma enorme responsabilidade".

Guilherme d`Oliveira Martins e o ex-Presidente da República Aníbal Cavaco Silva estiveram hoje em Loulé numa sessão de agradecimento público, por parte do município, pela oferta de milhares de livros das suas coleções à biblioteca Sophia de Mello Breyner Andresen, em Loulé.

O antigo presidente do Tribunal de Contas considerou que a saída do procedimento é "uma enorme responsabilidade", mas um momento "inteiramente necessário e justo", observando que os portugueses, a quem se devem também os resultados obtidos "são normalmente melhores perante as dificuldades".

"A saída deve-se fundamentalmente à resposta positiva da economia portuguesa relativa aos estímulos que teve", referiu o atual administrador da Fundação Calouste Gulbenkian, sublinhando sempre ter dito que "a austeridade pela austeridade não era a solução adequada".

Questionado pelos jornalistas sobre se o desempenho da ecomonia portuguesa deixa tempo ao ex-Presidente da República para ler, Cavaco Silva respondeu que agora tem tempo para ler porque é ele que "manda" na sua agenda, o que é "talvez o maior ganho" que teve a partir de março de 2016.

"Mas há uma coisa que eu não consigo perder, que é o hábito de trabalho", confidenciou, escusando-se a comentar o estado da economia no país por estar agora "muito recatado".

Em fevereiro passado, o ainda Presidente da República, Cavaco Silva, doou parte da sua biblioteca pessoal, num total aproximado de cinco mil obras, à Biblioteca Municipal de Loulé.

Já Guilherme d`Oliveira Martins e a mulher doaram àquela biblioteca um acervo de aproxidamente 15 mil obras, embora apenas um terço tenha sido até agora entregue.

Todas as obras doadas por ambos estarão disponíveis para consulta e empréstimo, embora os livros raros estejam guardados no depósito da biblioteca.

Aníbal Cavaco Silva nasceu a 15 de julho de 1939 em Boliqueime, concelho de Loulé, terra de residência da sua família, ali tendo passado a infância e grande parte da juventude, de onde saiu aos 17 anos, para seguir os seus estudos superiores em Lisboa.

Guilherme d`Oliveira Martins também tem raízes na freguesia de Boliqueime, de onde eram naturais a sua mãe e avós.

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