Novo presidente do Conselho Regional do Norte quer região a "jogar ao ataque"

por Lusa

O novo presidente do Conselho Regional do Norte (CRN), Miguel Alves, disse hoje que quer a região a "jogar ao ataque", em vez de "protestar com o árbitro", defendendo que essa é a "melhor estratégia" para "marcar golos".

"O Norte deve jogar ao ataque. Se me permitirem esta comparação com o futebol, o Norte deve pegar mais no jogo, jogar mais bonito, deve jogar mais ao ataque, procurar os caminhos para concretizar. Deve ser mais assim do que passar o tempo todo a protestar", afirmou, em declarações à agência Lusa, o socialista Miguel Alves.

Recorrendo à "metáfora futebolística", Miguel Alves, que é também presidente da Câmara de Caminha, no distrito de Viana do Castelo, afirmou que irá ocupar a posição de centro campista.

"Vou ser o distribuidor de jogo, vou querer que todos os meus colegas possam marcar golos. Ao jogar bonito temos mais possibilidades de alcançar resultados. Estar todo o jogo a protestar pode, aqui ou ali, trazer algum benefício, mas a médio prazo não nos vai fazer ganhar muitos jogos", destacou.

Miguel Alves foi eleito para a presidência da comissão permanente do CRN na terça-feira, em Felgueiras, no distrito do Porto, com 65 votos a favor, três abstenções, e um voto nulo, sendo acompanhado, na vice-presidência, por Aires Pereira, presidente da Câmara de Póvoa de Varzim.

"Olho para o Norte e acho que a sua maior valia não é o protesto, mas a exigência. Entendo que, provavelmente, é mais fácil o Norte ganhar, se jogar bem, jogar ao ataque, em vez de, passar a vida a protestar com o árbitro", realçou o novo líder do órgão consultivo da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte (CCDRN), onde têm assento os 86 municípios e representantes de várias instituições do território.

Segundo Miguel Alves, aquela metáfora "serve para dizer que o Norte tem de ser mais impositivo e mais exigente, mas que essa exigência tem de ter substrato".

Para o presidente da Câmara de Caminha, o segundo do Alto Minho a exercer o cargo, depois do ex-autarca Francisco Araújo (PSD), "o país precisa do Norte e precisa de um norte".

"O país não pode perder o Norte e, nesse sentido, nós temos de fazer parte das soluções. É isso que eu gostava de fazer, a partir do Conselho Regional, que não é um maná, nem vai resolver todas as questões, mas que tem a responsabilidade de procurar ser mais ativo e menos pró-ativo, jogar mais ao ataque que à defesa", defendeu.

Com exemplo das "vantagens" dessa metodologia, apontou a reprogramação do programa "Norte 2020", "estabilizada" na reunião de terça-feira em Felgueiras e que prevê "um reforço de 260 milhões de euros para investimento no território".

"É uma boa notícia, pelo menos melhor do que a proposta inicial que previa cerca 86 milhões de euros. É um reforço de 260 milhões de euros do investimento no território. Agora temos de cuidar da sua execução. Ela tem de correr bem, não podemos deixar que um cêntimo volte para Bruxelas e, depois, temos de preparar o quadro comunitário da próxima década", disse.

O CRN "tem, entre as suas competências, o acompanhamento das atividades da CCDRN e da execução dos fundos comunitários, a pronúncia sobre projetos de relevância nacional a instalar na região, a elaboração de propostas de investimento ou dar parecer sobre as medidas de descentralização ou desconcentração administrativa".

Miguel Alves tem 42 anos e cumpre o seu segundo mandato na Câmara Municipal de Caminha. É membro do Comité das Regiões em Bruxelas, membro do Conselho Geral da Associação Nacional de Municípios Portugueses e presidente da Federação Distrital do PS de Viana do Castelo e membro da Comissão Política Nacional dos socialistas.

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