PGR confirma que PriceWaterHouseCoopers também está a ser alvo de buscas

por Lusa

Lisboa, 06 jan (Lusa) - A Procuradoria Geral da República (PGR) confirmou à agência Lusa a realização de buscas na PricewaterhouseCoopers e adianta que a empresa está a colaborar com as investigações nos termos da lei.

"Em resposta à agência Lusa, a PGR confirma a realização de buscas na PricewaterhouseCoopers [PwC], estando a empresa colaborar com as investigações nos termos da lei", diz fonte da PGR.

As buscas à PwC, que já tinham sido noticiadas hoje de manhã pela estação televisiva SIC e o jornal oline Observador, decorrem em simultâneo com as buscas na sede da PT SGPS, em Picoas, Lisboa, nas instalações da administração da empresa.

Na base destas buscas estará o investimento realizado em abril pela Portugal Telecom SGPS em papel comercial da Rioforte, `holding` do Grupo Espírito Santo (GES), que deixou um `buraco` de 847 milhões de euros na empresa portuguesa, depois de não ter sido reembolsada em julho conforme o estipulado, e mudou o rumo previsto no acordo inicial da fusão com a Oi.

Em causa está ainda o relatório da auditoria da consultora PriceWaterHouseCoopers (PwC) sobre os empréstimos de tesouraria efetuados pela PT SGPS a empresas do GES, nomeadamente o investimento na Rioforte, e que ainda não foi entregue na Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).

Segundo uma fonte ligada ao processo, a CMVM pediu a realização das buscas que hoje estão a decorrer nas instalações da administração da PT SGPS e tem elementos envolvidos na operação, a par da Polícia Judiciária que também se encontra no local.

Contactada pela Lusa, fonte do regulador escusou-se a prestar quaisquer declarações.

A PGR já tinha também informado que as buscas hoje realizadas na PT SGPS inserem-se numa investigação sobre suspeitas de participação económica em negócio e burla qualificada, investigando-se aplicações financeiras realizadas pela empresa.

Nestas diligências, segundo a PGR, o Ministério Público é coadjuvado pela Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), pela Polícia Judiciária (PJ) e pela Autoridade Tributária (AT).

O inquérito, que está em segredo de justiça, decorre no Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP), estrutura do MP que investiga a criminalidade organizada mais grave e sofisticada.

Entretanto, fonte oficial da PT já havia confirmado à Lusa que a Polícia Judiciária estava a efetuar buscas nas instalações da administração da PT SGPS, no âmbito do caso Rioforte, ligado ao escândalo financeiro do BES/GES.

O empréstimo à Rioforte semeou a discórdia entre a PT SGPS e a Oi, tendo esta última forçado o seu parceiro português a assinar um novo acordo de fusão, ficando a PT SGPS com uma participação mais reduzida na futura entidade, a CorpCo, (25,6%).

As buscas ocorrem a menos de uma semana dos acionistas da PT SGPS decidirem sobre a venda da PT Portugal, ativo detido a 100% pela Oi, desde o aumento de capital de maio, ao grupo francês Altice.

A Lusa já tentou contactar a PWC, mas até ao momento ainda não foi possível obter esclarecimentos.

 

 

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