Pharol diz desconhecer novo acionista High Bridge

por Lusa

Lisboa, 26 mai (Lusa) -- O administrador-delegado da Pharol, Luís Palha da Silva, diz desconhecer o novo acionista High Bridge que adquiriu esta semana 6,17% do capital da empresa, acrescentando estar "a tentar conhecê-lo".

"A High Bridge não é nosso conhecido e estamos a tentar conhecer", disse Luís Palha da Silva, à saída das duas assembleias-gerais da Pharol, empresa portuguesa que detém cerca de 27% da operadora brasileira Oi, e que decorreram hoje em Lisboa.

A compra da High Bridge Unipessoal sucedeu à venda pelo BCP precisamente dos 6,17% que detinha no capital da Pharol, reduzindo a zero a sua participação na antiga Portugal Telecom (PT SGPS).

Questionado sobre a possibilidade do empresário Nelson Tanure, um dos maiores acionistas da Oi (através do fundo Société Mondial, que entrou em 2016, antes da operadora entrar em processo de recuperação judicial), estar por trás da compra pela High Bridge Unipessoal dos 6,17% da Pharol, Palha da Silva considerou "especulação".

"Ainda não conseguimos apurar a origem. Não tenho razões para pensar nisso nem para não acreditar que possa ser. Não vejo que isso seja mais do que uma especulação, as especulações às vezes acertam, outras vezes erram redondamente, neste caso não sei", afirmou.

No comunicado, a High Bridge diz que a sua sede é em Lisboa, tratando-se de um fundo detido pela Atlantis Global Investments.

Palha da Silva afirmou que foram comunicadas "todas as informações que são necessárias de acordo com aquilo que está em vigor no mercado de capitais" e reforçou que "o comunicado da Pharol tem toda a informação".

"Mais do que isso não podemos exigir a ninguém. Do ponto de vista público é transmitido tudo o que estes novos investidores são obrigados. Novos investidores são sempre pessoas que nós entendemos não como inimigos escondidos atrás de uma árvore, mas alguém que aposta na Pharol e quer valorizar a empresa", afirmou.

Já sobre a saída do BCP do capital da Pharol, Palha da Silva admitiu que já antecipava essa possibilidade.

"Fomos ouvindo aqui e ali uma vontade do BCP ter - também como nós Pharol - uma situação esclarecida. O BCP também sempre disse que a sua situação provinha de um penhor de ações", disse.

Quanto a uma hipotética venda da participação do Novo Banco, Palha da Silva escusou-se a fazer comentários "sobre coisas que não aconteceram".

"O Novo Banco mantém-se como acionista de referência altamente empenhado em ajudar a Pharol, não apenas no seu desenvolvimento, mas também dos seus próprios ativos. Portanto, [estamos] satisfeitíssimos com a confiança que o Novo Banco tem demonstrado à administração da Pharol", concluiu.

 

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