Pilotos da Ryanair pedem nova liderança aos acionistas

por Lusa

Lisboa, 19 set (Lusa) - Os pilotos da Ryanair pediram aos acionistas da companhia que substituam a liderança da empresa, na assembleia geral anual, a realizar quinta-feira, porque consideram que o atual modelo de emprego e gestão fracassou, foi hoje divulgado.

O apelo foi feito numa declaração subscrita pelas estruturas representativas dos pilotos da Ryanair e publicada em toda a Europa.

Em Portugal, a declaração foi divulgada pelo Sindicato dos Pilotos da Aviação da Aviação Civil (SPAC), enquanto representante dos pilotos da Ryanair no país.

A Ryanair "precisa de líderes competentes que estejam focados num futuro claro e diferente, em vez de seguirem um modelo de emprego falhado, que resultou no colapso das nossas operações em setembro de 2017", defenderam os pilotos da Ryanair na declaração.

"Há uma necessidade urgente de ter uma equipa de gestão capaz de se adaptar às necessidades futuras da empresa, de se envolver de forma adequada com os seus funcionários e de garantir condições para ter um negócio sustentável e lucrativo para o futuro", acrescentaram.

Para estes profissionais da aviação, a relação entre a gestão da Ryanair e os seus funcionários "tornou-se totalmente disfuncional", estando "a colocar em risco o sucesso contínuo da empresa".

"Independentemente das reivindicações de reconhecimento sindical e de melhorias do relacionamento com os funcionários, a abordagem feita sob a liderança de Michael O`Leary ao longo de mais de 20 anos permanece inalterada", defenderam os pilotos.

"A gestão parece incapaz de falar de boa fé com os seus próprios funcionários. As suas ações até hoje são vistas por nós como sendo frequentemente intimidantes e antagónicas. São também vistas como uma causa para perturbação nas operações e agitação laboral ao invés de criarem um ambiente de trabalho positivo e coeso para o futuro", afirmaram.

Os pilotos declararam ainda que perderam "toda a confiança na atual liderança e gestão".

"Esta falha de liderança é agravada por uma aparente falta de supervisão da administração, do presidente e de administradores não executivos, o que permitiu o agravamento da atual situação negativa e do ambiente de incerteza", consideraram os profissionais.

Segundo os pilotos da Ryanair, os funcionários e os acionistas da companhia aérea "pagarão um preço desnecessário por tal falha durante muitos anos".

A Ryanair tem estado envolvida num conflito com sindicatos a nível europeu, também com impacto em Portugal, nomeadamente depois de greves da tripulação de cabine, em que a empresa foi acusada de intimidar os trabalhadores.

Para 28 de setembro está convocada a segunda greve europeia na Ryanair, depois de os sindicatos que representam a tripulação de cabine terem promovido em 25 e 26 de julho uma paralisação em Espanha, Portugal, Itália e Bélgica.

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