Portugueses exploram no Senegal um dos cinco solos mais férteis em África

por Lusa

Matosinhos, Porto, 23 out (Lusa) - Um projeto agroindustrial no polo agrícola de Casamance, no Senegal, vai permitir aos portugueses, de forma faseada, explorar uma área semelhante a metade do território continental nacional e que está entre os cinco solos mais férteis de África.

Em declarações à margem do 4.º Fórum de Negócios Portugal-África / Senegal 2018, que decorre até quarta-feira em Matosinhos, no distrito do Porto, o presidente da Câmara do Comércio e Indústria Portugal-Senegal e África Oeste (CCIPS/AO), Gonçalo Terenas, abordou o projeto, acordado em setembro com a Comissão Nacional do Diálogo Territorial (CNDT), em Dacar, capital daquele país africano.

"Em termos objetivos traduz-se no intercâmbio de conhecimentos e de relações empresariais entre Portugal e o Senegal na região de Casamance", explicou o dirigente da CCIPS/AO, sobre uma iniciativa que quer "promover uma reorganização territorial da região" e permitir que a "capacidade técnica portuguesa instalada, designadamente na transformação e na indústria agroindustrial", atue "numa região que está virgem e cujo potencial é tremendo".

Socorrendo-se dos "compêndios técnicos" para sustentar estar na região de Casamance "um dos cinco solos mais férteis de África", Gonçalo Terenas declarou ser, ainda assim, uma área "onde está tudo por fazer", tendo o acordo celebrado em setembro fazer com que "Portugal possa ser o pivot nesta nova reorganização territorial, posicionando-se como um `cluster` agroindustrial".

"Estamos a falar de uma extensão que não será menor que metade do território português, que será ordenado por fases e para o qual temos uma experiência piloto que queremos implementar nos próximos três meses", disse o presidente da CCIPS/AO.

Este projeto "estruturante para a região", acrescentou o responsável, inclui a "instalação de um centro de conferências e de exposições", que ficará dotado de "uma escola do agricultor e um gabinete de certificação alimentar".

"Cabe-nos fornecer mais valias no que toca à capacitação técnica, reorganização territorial, mas principalmente à qualificação e classificação de tudo o que são produtos agrícolas, atribuindo-lhe um carimbo de certificação para poder ser exportado para a Europa, começando por Portugal", vincou Gonçalo Terenas.

Na sua apresentação no decorrer do fórum, o secretário-geral da CNDT, Arona Ba, expressou a convicção de que o projeto contribuirá para o "desenvolvimento não apenas de Ziguinchor, como também de Sédhiou e de Kolda", todos na região de Casamance, no sul do Senegal, sustentando que o acordo assinado em setembro "vai fomentar o trabalho, certificação e comércio desses produtos".

 

 

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