Presidente avisa que TAP tem de multiplicar resultados "por pelo menos 7 vezes" para ser sustentável
O presidente executivo da TAP afirmou hoje que a companhia tem de "multiplicar por pelo menos sete vezes" os "bons resultados" de 2017 para atingir a média de rentabilidade das congéneres a nível global e assegurar a sustentabilidade.
"Mas quero deixar claro que, apesar disso, estes resultados ainda não são confortáveis, tendo em vista os compromissos que temos pela frente, bem como a volatilidade comum ao setor aéreo", sustentou, defendendo ser preciso "multiplicar este resultado por pelo menos sete vezes para que se atinja a média de rentabilidade das outras companhias aéreas de nível global e para que haja sustentabilidade".
"Os desafios são enormes", garante.
Segundo se lê na mensagem aos trabalhadores, a TAP SGPS finalizou 2017 com um resultado líquido positivo de 21,2 milhões de euros, uma melhoria de 49 milhões de euros face ao prejuízo de 27,7 milhões registado em 2016, e com um aumento de 27,8% dos proveitos.
O ano passado ficou também marcado por um recorde no número de passageiros transportados (14,225 milhões), mais 21,6% que no ano anterior.
De acordo com o presidente executivo, "o resultado poderia ter sido ainda melhor" se não se tivesse registado um aumento do custo unitário (CASK) na TAP SA de cerca de 8% face a 2016, sendo a recuperação neste indicador "um desafio para este ano".
Num contexto em que "todas as empresas participadas pela TAP SGPS contribuíram positivamente para os resultados do grupo" a exceção foi a TAP M&E Brasil, que apresentou um prejuízo operacional antes de impostos e juros de 28 milhões de euros e um prejuízo líquido de 50 milhões de euros. Um quadro que Antonoaldo Neves diz pretender "reverter" através da "melhoria de processos e aumento de eficiência".
"É muito importante criar valor, porque é através dele que podemos investir mais na nossa empresa e gerar também mais e melhores oportunidades para todos os colaboradores da TAP e continuar a contribuir para a economia portuguesa", sustenta o presidente executivo, agradecendo aos trabalhadores da companhia, que descreve como "os melhores profissionais".
No passado dia 16 o ministro do Planeamento e Infraestruturas, Pedro Marques, considerou que os resultados positivos da TAP em 2017 -- ainda pendentes de aprovação em assembleia-geral de acionistas, a 09 de maio - dão "confiança no futuro" da transportadora aérea e na própria economia do país.
"A sua estabilização financeira e o regresso a resultados positivos é um bom sinal para os portugueses porque nos dá confiança no futuro da TAP e, ao fim ao cabo, confiança na nossa economia", considerou o governante, acrescentando: "Foi esse o propósito da ação deste Governo. Consideramos que a manutenção de uma posição do Estado como maior acionista dava-lhe alcance estratégico, dava estabilidade estratégica e permitiria que uma gestão executiva por parte dos acionistas privados pudesse cumprir esse plano estratégico".