PRO.VAR alerta para "pânico" de parte do setor da restauração com fim de apoios

por Lusa

A associação PRO.VAR - Promover e Inovar a Restauração alertou hoje para o "pânico" de "inúmeros empresários" de uma franja do setor devido ao fim dos apoios estatais, fruto do alívio das restrições impostas pela covid-19.

"Com o alívio das restrições, somam-se os anúncios sobre o fim dos apoios, contudo, a PRO.VAR denuncia que existem realidades díspares na restauração; se é certo que existem empresas em recuperação, crescendo proporcionalmente em linha com o nível de desconfinamento, existe outra realidade, inúmeros empresários encontram-se `em pânico`, ao verem os apoios terminarem", refere a PRO.VAR, em comunicado.

A única associação nacional dedicada em exclusivo a este setor diz que nos "estabelecimentos localizados em centros comerciais, zonas de alta densidade nas grandes cidades e zonas turísticas, a retoma ainda não se verifica".

"A pandemia provocou alterações nos hábitos de consumo, a ida aos centros comerciais faz-se em versão acelerada, os clientes dispensam menos tempo de compra nesses locais e, por sua vez, o teletrabalho retirou os habituais e fieis clientes dos centros das cidades, e as zonas turísticas aguardam o regresso dos turistas", sustenta a PRO.VAR.

Um inquérito realizado em abril, abrangendo 549 estabelecimentos de restauração, prova esta realidade.

"Cerca de dois em cada três estabelecimentos (66,4%), localizados nessas áreas ponderam apresentar pedidos de insolvência ou estão em situação de falência, enquanto, os restaurantes de rua, em zonas de baixa densidade, encontram-se também em dificuldade, mas com menos incidência de insolvências e falências, onde um em cada quatro estabelecimentos se encontram nestas circunstâncias", concluiu o inquérito da PRO.VAR.

Esta associação lembra que "é o próprio Governo que reconhece que o setor do turismo teve uma perda, só em 2020, de 10 mil milhões de euros", e 15 meses volvidos, "estima-se que esse valor poderá atingir ainda este mês perdas na ordem dos 15 mil milhões de euros".

"Os apoios até agora concedidos a fundo perdido são ainda assim muito insuficientes, pois não refletem minimamente estas perdas, ficando muito aquém do necessário, estando atualmente milhares de empresas em extremas dificuldades. Os três meses de verão não serão suficientes para reequilibrar as perdas e, por isso, insuficiente para garantir a estabilidade financeira das mesmas", adverte a PRO.VAR.

A associação antevê "uma catástrofe, económica, financeira e social no setor, com falências, encerramentos e desemprego, que terá um custo muito maior do que qualquer ajuda financeira", e faz um apelo ao Governo.

"Haja responsabilidade e competência na busca de soluções que permitam salvar empresas, que antes da pandemia eram viáveis e que não podem ser penalizadas quando estas foram absolutamente determinantes no combate à pandemia", lê-se no comunicado.

A PRO.VAR "exige sentido de Estado no tratamento deste assunto", lembrando que o setor, "um dos mais penalizados, deve ser devidamente compensado pelos sacrifícios impostos".

Nesse sentido, reitera um conjunto de propostas "que visa corrigir e reforçar apoios e ajudar à retoma", nomeadamente "a implementação de medidas corretivas e reforço dos apoios no âmbito do APOIAR.PT, APOIAR restauração e rendas", e a "redução do IVA da restauração, para viabilizar e aumentar a competitividade para com os principais concorrentes de Portugal".

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