Reserva Federal dos EUA aponta para crescimento mais forte da economia americana

por Lusa

O crescimento da economia dos Estados Unidos acelerou em abril e maio, beneficiando do aumento das taxas de vacinação e redução das medidas de distanciamento social, informou hoje a Reserva Federal (Fed) norte-americana.

A mais recente pesquisa da Fed sobre as condições económicas na maior economia mundial -- conhecida como "Livro Bege", e que servirá para preparar a próxima reunião do banco central norte-americano -- indica, contudo, que o efeito da reanimação foi contrabalançado por problemas na cadeia de abastecimento industrial.

O relatório aponta exemplos generalizados de aumentos de preços, com as interrupções na cadeia de abastecimento a aumentar pressões inflacionistas.

Em setores como turismo e restauração, segundo o relatório, os gastos dos consumidores foram impulsionados pelo aumento nas taxas de vacinação.

O Livro Bege é baseado em pesquisas realizadas pelos 12 bancos regionais da Fed, do início de abril ao final de maio.

As empresas em alguns distritos do Fed preveem aumentos contínuos nos custos das suas matérias-primas, o que as levará a aumentar seus preços, refere o relatório.

Em relação à habitação, o Livro Bege refere que as construtoras notam que a forte procura, impulsionada pelas baixas taxas de juro das hipotecas, ultrapassou a sua capacidade de construção, levando algumas a limitar as vendas.

A pesquisa também constatou um maior crescimento do emprego, com os ganhos mais fortes nos serviços de alimentação, hotelaria e retalho - áreas que foram mais duramente atingidas durante as paralisações da pandemia.

Muitas empresas relataram dificuldade em contratar novos trabalhadores, especialmente trabalhadores à hora com baixa remuneração, motoristas e comerciantes qualificados, de acordo com a pesquisa.

A economia como um todo cresceu a uma taxa robusta de 6,4% no primeiro trimestre do ano, e muitos economistas preveem que o crescimento chegue a 10% no atual trimestre abril-junho.

O crescimento para o ano inteiro pode ultrapassar 7%, o que seria o melhor desempenho em quase quatro décadas, com a economia a beneficiar de um retorno às operações mais normais após as paralisações do ano passado.

Com a economia em reanimação e os dados mais recentes do índice PCE do Departamento do Comércio a apontarem para uma inflação de 3,1% - o ritmo mais elevado desde 1992 - sem os preços voláteis da energia e alimentação, os investidores denotam nervosismo ante a possibilidade de a Fed endurecer a sua política monetária.

A Fed pode dar sinais sobre uma revisão em alta das suas taxas de juro diretoras ou sobre uma redução do seu programa de compra de ativos, por ocasião da sua reunião de 15 e 16 de junho ou da sua conferência anual, em Jackson Hole, no Estado do Wyoming, no final de agosto.

A maioria dos analistas acredita, com base nos mais recentes comentários do presidente do Fed, Jerome Powell, que o banco central deixará as taxas de juro nos atuais mínimos de 0% a 0,25.

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