Retalhistas de mercados guineenses anteveem prejuízos, mas compreendem a emergência

por Lusa

O presidente da Associação de Retalhistas e Vendedores de Mercados da Guiné-Bissau, Aliu Seidi, lamentou hoje que os seus associados venham a ter prejuízos devido à pandemia do novo coronavírus, mas disse compreender a emergência da situação.

Para evitar o alastramento do novo coronavírus, as autoridades guineenses decretaram o estado de emergência nacional e em consequência o encerramento de todos os mercados, podendo as vendas ao público ser feitas das 07:00 às 11:00 (menos uma hora que em Lisboa).

Aliu Seidi disse que a medida "vai provocar prejuízos enormes" aos seus retalhistas, lembrando que muitos trabalham com dinheiro emprestado dos bancos, têm dívidas com os fornecedores e muitos vão ter de destruir os produtos fora do prazo.

"Quando isto acabar, vamos fazer um inventário nacional e apresentar às autoridades", notou o presidente da Associação dos Retalhistas e Comerciantes dos Mercados da Guiné-Bissau.

Aliu Seidi compreende que a emergência da situação obrigue a que os seus associados fechem as lojas, mas também alertou para os riscos de haver situações de fome se o estoque das mercadorias existente acabar, sem que nada seja importado.

O responsável disse ter conhecimento de que já há falta de alguns produtos, nomeadamente açúcar e óleo alimentar, salientando ser uma situação que já vinha de trás.

"Antes desta crise, um saco de açúcar já custava 20 mil francos CFA (cerca de 30 euros), mas hoje custa 24 mil francos (cerca de 36 euros), em certas zonas já nem há", defendeu Aliu Seidi.

Sobre o horário em que são autorizados a vender, Aliu Seidi observou ser "muito pouco", mas também disse compreender que assim seja "para que a doença não alastre" na Guiné-Bissau.

"Porque se dizes que vais vender é porque estás de boa saúde", sublinhou Aliu Seidi.

Na Guiné-Bissau estão confirmados oito casos da covid-19.

O número de mortes em África subiu para 173, com os casos confirmados a ultrapassarem os 5.000 em 48 países, de acordo com as estatísticas sobre a doença no continente.

O novo coronavírus, responsável pela pandemia da covid-19, já infetou mais de 828 mil pessoas em todo o mundo, das quais morreram mais de 41 mil.

Dos casos de infeção, pelo menos 165 mil são considerados curados.

Depois de surgir na China, em dezembro, o surto espalhou-se por todo o mundo, o que levou a Organização Mundial da Saúde (OMS) a declarar uma situação de pandemia.

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