Salários disparam no topo do empresariado britânico

por RTP
No Reino Unido a desigualdade de género nas empresas é maior nos escalões mais altos. Toby Melville - Reuters

O salário dos chefes executivos das 100 empresas mais valiosas da Bolsa de Londres aumentou 11 por cento no ano passado. Segundo um relatório, o valor do aumento é de cinco milhões de dólares.

De acordo com o relatório, o salário médio dos trabalhadores aumentou em dois por cento para o equivalente a 26,2 mil euros anuais. Um profissional de classe média teria de trabalhar mais 137 anos para ganhar o mesmo que um CEO recebe em 12 meses.Este estudo foi analisado pelo Chartered Institute of Personnel and Development e pelo High Pay Center.


Com sublinha a CNN, a remuneração dos executivos e as desigualdades dos salários são questões amplamente debatidas em todo o mundo.

No caso do Reino Unido, as empresas são já obrigadas a divulgar a diferença de ordenados entre homens e mulheres. A partir de 2020, terão de publicar e justificar o fosso entre as remunerações de altos executivos e trabalhadores.

O relatório refere ainda que o aumento dos salários dos CEO foi impulsionado pelo mercado acionista - no início deste ano, o Governo do Reino Unido anunciou a intenção de investigar as empresas que estavam a “recomprar ações para inflacionar os salários dos executivos”.

Um porta-voz do Departamento de Negócios, Energia e Estratégia Industrial do Reino Unido referiu que, “enquanto a maioria das empresas tenta acertar as práticas comerciais, entendemos a ira dos trabalhadores e acionistas quando o pagamento está em desigualdade com o desempenho da empresa”.No Reino Unido, a desigualdade de género nas empresas é maior nos escalões mais altos.


A fim de reduzir a desigualdade, os autores do relatório sugerem que as principais 100 empresas do Reino Unido comecem desde já a divulgar a discrepância entre os salários, em vez de esperar que a nova legislação entre em vigor.

Recomendam ainda que as empresas forneçam informações mais simples sobre as estruturas salariais e que os recursos humanos exerçam pressão sobre os comités que estabelecem os salários dos executivos.

O Financial Times confirmou esta semana que o seu próprio CEO, John Ridding, vai devolver cerca de 356 mil dólares, depois de as folhas de pagamento terem sido analisas pela empresa.

O dinheiro será destinado a um fundo de desenvolvimento para mulheres e usado para reduzir as diferenças salariais, segundo uma nota remetida à CNN.
Tópicos
pub