Sindicato CESP faz balanço "muito positivo" de greve e concentrações na Dia/Minipreço

por Lusa

O sindicato do comércio, escritórios e serviços fez hoje um balanço "muito positivo" do período de ações e de greve nos três armazéns e nos supermercados Dia/Minipreço, terminado no sábado, apontando uma adesão média de 50%.

"O balanço é muito positivo, com a adesão à greve nos armazéns a rondar 50%, enquanto nas lojas foi superior a 50%, tendo levado ao encerramento, na quarta-feira, de cerca de 80 supermercados, e a horários reduzidos em mais de 100", disse hoje à agência Lusa Pedro Ramalho do Sindicato dos Trabalhadores do Comércio, Escritórios e Serviços de Portugal (CESP), ligado à CGTP.

Depois de ter entregue um "caderno reivindicativo" à Dia Portugal Supermercados, no final do ano passado, e perante a falta de resposta, o sindicato iniciou, em abril, períodos de vários dias com ações, como concentrações e greves, contra a discriminação salarial e o assédio moral que diz existir nas unidades da empresa.

As formas de protesto decorreram em cada armazém, em Vialonga (Alverca), Valongo (Porto) e Zibreira (Torres Novas), em dias diferentes, enquanto a greve nos mais de 550 supermercados de todo o país realizou-se na quarta-feira.

O sindicalista afirmou que a empresa não deu qualquer resposta ao sindicato, mas realçou que, no entanto, os trabalhadores "não desanimam e cada vez ganham mais força".

Se a cadeia das lojas Dia/Minipreço e Clarel mantiver o silêncio, os trabalhadores prometem continuar os protestos e, até final de agosto, o sindicato vai definir "ações e novas formas de luta", segundo Pedro Ramalho.

Além do encerramento de algumas lojas, na quarta-feira, o CESP dá conta dos efeitos das iniciativas nos armazéns e, por exemplo, em Valongo, a concentração dos trabalhadores em greve, parou "durante várias horas" camiões que tentavam aceder às instalações.

A greve foi convocada pelo CESP que acusa a cadeia das lojas Dia/Minipreço e Clarel de "discriminação salarial", considerando que "continua a haver diferenças salariais gritantes entre trabalhadores com a mesma categoria profissional e antiguidade".

O sindicato fala ainda de "situações de assédio moral" no grupo de supermercados, onde diz existirem constantes ameaças de despedimento, tentativas de impedimento da conciliação da vida familiar com a vida profissional, limitação do direito à greve, abusos de autoridade e ameaças de alterações de horários e de transferência de local de trabalho.

A empresa Dia Portugal Supermercados, contactada pela agência Lusa, referiu "não ter ainda números consolidados sobre os efeitos da greve" e remeteu para mais tarde a divulgação dessa informação.

O Minipreço tem "mais de 575 lojas" e três armazéns, segundo a informação disponível na sua página na internet.

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