Sindicatos confirmam greve a partir de segunda-feira

por RTP

O Sindicato Independente dos Motoristas de Mercadorias (SIMM) e o Sindicato Nacional dos Motoristas de Matérias Perigosas (SNMMP) decidiram manter a greve com início na segunda-feira, por tempo indeterminado, após um plenário conjunto realizado em Aveiras.

"A greve é para avançar, por tempo indeterminado", afirmou aos jornalistas o presidente do SIMM, Jorge Cordeiro, após o encontro conjunto das duas estruturas sindicais, realizado hoje à tarde em Aveiras de Cima, no distrito de Lisboa.

O SIMM já tinha anunciado que mantinha a greve, após um plenário realizado esta manhã em Leiria.

No final da reunião conjunta, os motoristas reiteraram não pretender que ANTRAM avance na sua proposta, mas apenas que se mantenha no que dizem ter sido assinado no primeiro acordo.

Portugal está, a partir deste sábado e até às 23:59 de 21 de agosto, em situação de crise energética, decretada pelo Governo devido à greve de motoristas.Motoristas de mercadorias reuniram-se de manhã

O Sindicato Independente dos Motoristas de Mercadorias esteve reunido em plenário com os seus filados durante a parte da manhã e, no final, o representante do SIMM Anacleto Rodrigues afirmou que a greve foi aprovada por unanimidade.

“Durante o plenário foi rejeitada a suspensão da greve”, declarou Anacleto Rodrigues, referindo na altura que ainda havia uma margem para suspender a paralisação, mas que para isso acontecer terá de existir nova proposta da ANTRAM.O SNMMP e o SIMM entregaram um pré-aviso de greve em 15 de julho e acusaram a ANTRAM de não querer cumprir o acordo assinado em maio.

Da reunião da manhã, em Leiria, os associados do sindicato seguiram depois para o plenário conjunto com os filiados do Sindicato Nacional de Matérias Perigosas (SNMMP), em Aveiras.

Em relação aos serviços mínimos, o sindicalista garantiu que não vai haver qualquer oposição dos motoristas de mercadorias.

“Já adivinhávamos que os serviços mínimos decretados fossem generosos, mas não pensávamos que fossem tanto. Neste momento, aquilo que era uma indignação da parte destes trabalhadores, que tiveram praticamente 20 anos a perder poder de compra sem uma atualização salarial, deu lugar à revolta”, disse.


O plenário de Leiria serviu também para discutir a operacionalização dos piquetes de greve, com os motoristas a dizerem que vão usar o protesto para melhorarem a imagem junto da população. “Vamos procurar também uma certa lição de civismo, mudar um pouco a imagem que há do motorista”.

“Os coordenadores dos piquetes têm essa instrução: sempre que detetarem elementos estranhos que os abordem e se não forem motoristas têm imediatamente de entrar em contacto com as forças dos elementos de segurança. Temos uma linha aberta com o comando nacional da GNR para que as forças de segurança atuem imediatamente sobre esses elementos e não sobre os motoristas”, explicou Anacleto Rodrigues.

“Vamos estar na rua, vamos estar visíveis, mas a dar uma imagem cordial dos motoristas, ao contrário daquela que é a ideia generalizada”, acrescentou.

 

c/ Lusa

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