Standard & Poor`s prevê estagnação das receitas do jogo em Macau este ano

por Lusa

A agência de notação financeira Standard & Poor`s reviu hoje em baixa a previsão de receitas brutas do jogo em Macau este ano para entre -2% e 2%, esperando uma recuperação para até 5% em 2020.

"Prevemos que as receitas brutas do jogo em Macau vão recuperar ligeiramente em 2020 para um crescimento entre 0% e 5%, de um patamar que vai dos -2% a 2% este ano, abaixo das nossas estimativas anteriores, que apontavam para um crescimento entre 0 e 4% em 2019", escrevem os analistas da S&P.

Numa nota enviada aos clientes sobre a evolução do jogo a nível mundial, e a que a Lusa teve acesso, explica-se que esta previsão de crescimento para 2020 é alicerçada no jogo do segmento médio e baixo, "que pode compensar a contínua fraqueza e volatilidade dos jogadores de alto nível", ou jogadores VIP, como são normalmente designados.

"Também acreditamos que a vontade do Governo chinês de limitar a saída de fundos para o jogo em Macau pode igualmente prejudicar o crescimento", acrescentam.

Na nota, os analistas escrevem que Macau não deverá ser negativamente influenciada pela onda de violência que se vive em Hong Kong.

"Não esperamos que os protestos em Hong Kong tenham um impacto significativo nas receitas brutas do jogo, uma vez que Macau atrai apenas um número limitado de clientes de Hong Kong e assenta principalmente em visitantes da China continental", argumentam os analistas.

Nas previsões para 2020, a S&P estima que o crescimento das receitas do jogo VIP fique num intervalo entre os -5% e os 5%: "Ao contrário dos jogadores em massa, os clientes VIP são mais afetados pelo sentimento macroeconómico na China e, até certo ponto, pela competição na Ásia".

Por outro lado, concluem, o jogo mais popular "assenta na classe média crescente chinesa, e em melhoramentos nos transportes e nas infraestruturas que melhoram a acessibilidade de Macau para os chineses", e daí a previsão de um abrandamento para um crescimento entre 4% e 6%, que compara com a expansão de 15% a 20% que se deve registar este ano.

A Agência Lusa publica até 20 de dezembro uma série de notícias que assinalam os 20 anos da transferência de administração do território entre Portugal e a China.

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