TAP. "Não me passa pela cabeça que o plano não seja aprovado em Bruxelas", afirma Miguel Frasquilho

por Lusa

O presidente do Conselho de Administração da TAP, Miguel Frasquilho, disse hoje que não lhe "passa pela cabeça" que o plano de reestruturação "não seja aprovado em Bruxelas" e que ele é "absolutamente necessário para o futuro" da companhia aérea.

"Não me passa pela cabeça que o plano não seja aprovado em Bruxelas", afirmou Miguel Frasquilho, que está a ser ouvido pelos deputados da comissão parlamentar de Economia, Inovação, Obras Públicas e Habitação, no âmbito dos requerimentos apresentados pelo PSD e pela Iniciativa Liberal.

"Este plano - que é um plano, olhe é o plano necessário - é absolutamente necessário para o futuro da TAP", afirmou o presidente do Conselho de Administração (CA), reiterando que a sua elaboração não se tratou de "uma opção", mas sim de "uma inevitabilidade".

O responsável referiu que o plano de reestruturação que está a ser negociado com a Comissão Europeia mantém a preocupação com a coesão territorial e, assim, é intenção da companhia aérea "que a operação em outros pontos do país possa ser reforçada", por exemplo no Porto, Faro e arquipélagos da Madeira e dos Açores.

Relativamente à massa salarial, Miguel Frasquilho disse não estar previsto um aumento dos salários a partir da 2024.

"A massa salarial pode até crescer, mas uma coisa é crescer a massa salarial, outra coisa é os salários crescerem. [...] A TAP vai ter de ser uma empresa sustentável, o grupo vai ter de ser rentável e, portanto, há uma coisa que é certa, em termos de massa salarial global não vamos certamente estar em 2025 aos níveis que estávamos em 2019, isto é absolutamente fundamental e deve ser entendido", sublinhou.

Já quanto aos acordos coletivos de emergência assinados com os 14 sindicatos que representam os trabalhadores da TAP, dois dos quais ainda não foram ratificados pelos associados, Miguel Frasquilho garantiu que, a partir de 01 de março, ou entram em vigor os acordos de emergência, ou entra o regime sucedâneo.

"Neste mês de fevereiro, apesar de os cortes que foram negociados com as diversas forças sindicais ainda não poderem ser implementados, sê-lo-ão em março, [...] ao nível do CA o corte de 30% é já implementado a partir deste mês, inclusive", acrescentou.

Quando questionado sobre a fase tardia do início das negociações com os sindicatos, que se queixaram de não ser ouvidos antes da entrega do plano de reestruturação a Bruxelas, Miguel Frasquilho disse que o processo "talvez pudesse ter sido feito de forma diferente", mas o CA entendeu que "não teria sido fácil iniciar negociações com um plano que não estava ainda fechado".

"Nós podíamos e queríamos ter tido uma interação mais intensa [com os sindicatos], chamemos assim, na parte em que estivemos a elaborar o plano [...], mas também só com maior visibilidade sobre o plano, [...] só aí é que houve condições para nós podermos falar mais com as forças sindicais", apontou.

Tópicos
pub