Após sete semanas de greve, os votos dos trabalhadores da construtora aeronáutica Boeing deram o sim a um novo acordo laboral que determina um aumento salarial de 38% para os próximos quatro anos. Com o fim da paralisação, o regresso ao trabalho dos 33 mil funcionários nos Estados Unidos está marcada para esta quarta-feira.
No boletim de voto, colocavam-se duas questões, rejeitar o contrato ou aceitar o contrato.
Foi a segunda hipótese que ganhou. Segundo o sindicato da Associação Internacional de Maquinistas e Trabalhadores Aeroespaciais (IAM) 59 por cento dos trabalhadores em greve votaram a favor do novo acordo.
O contrato assinado está assente num aumento salarial de 38 por cento durante os próximos quatro anos e inclui ainda um bónus único de cerca de 11 mil euros.
“Através desta vitória e da greve que a tornaram possível, os membros do IAM tomaram uma posição por respeito e salários justos no local de trabalho”, afirmou o líder sindical, Jon Holden, citado na BBC.
Aumento de 38 por cento
Depois de ter rejeitado duas propostas, o IAM-District 75, uma secção do sindicato dos maquinistas (IAM), declarou na segunda-feira à noite que 59% dos membros aprovaram o acordo.
No entanto, a Boeing recusou-se a satisfazer a exigência dos grevistas de restabelecer um plano de pensões da empresa congelado há quase uma década.
A construtora afirmou que a retoma da produção poderá demorar "algumas semanas", em parte porque alguns trabalhadores poderão necessitar de nova formação.
O salário médio anual dos maquinistas da Boeing é atualmente de 75.608 dólares (69.495 euros). Com o novo acordo. prevê-se que irá aumentar para 119.309 dólares (109.664 euros), indicou a empresa.
A paralisação de cerca de 33 mil trabalhadores da Boeing começou a 13 de setembro, provocou uma desaceleração dramática nas fábricas da fabricante de aviões e aprofundando uma crise na empresa.
“Embora os últimos meses tenham sido difíceis para todos nós, todos nós fazemos parte da mesma equipa”, declarou o presidente-executivo da Boeing, Kelly Ortberg.
“Há muito trabalho pela frente para retornar à excelência que fez da Boeing uma empresa icónica”, sublinou.
A greve custou à Boeing e aos fornecedores mais de dez mil milhões de dólares (9,19 mil milhões de euros), de acordo com a empresa de consultoria Anderson Economic Group.
c/Lusa