Trabalhadores da CelCat em greve de quatro horas diárias até sexta-feira

por Lusa

Lisboa, 22 ago (Lusa) - Os trabalhadores da multinacional inglesa General Cable CelCat iniciam na quarta-feira uma greve de quatro horas por dia, que se prolonga até sexta-feira, para reivindicar a reposição dos seus direitos, disse hoje à Lusa o dirigente sindical Luís Santos.

"Ao longo dos últimos anos os trabalhadores têm perdido direitos", afirmou o dirigente do Sindicato das Indústrias Elétricas do Sul e Ilhas (SIESI), que também é funcionário da Celcat, empresa que produz cabos elétricos.

Luís Santos aponta "a diminuição dos dias de férias" ou do "pagamento de compensação das horas extraordinárias" como alguns dos direitos "que os trabalhadores perderam nos últimos anos".

A direção da empresa "tem sido inflexível" nas negociações, apontou o sindicalista, pelo que os trabalhadores vão avançar com uma paralisação de "quatro horas por turno nos próximos três dias: 23, 24 e 25 de agosto" para "reivindicar a reposição dos seus direitos" e "aumentos salariais", recordando que a última subida salarial "foi há dois anos e de 0,6%".

"A greve é de duas horas no início e outras duas no fim de cada turno", acrescentou.

"Esta vai ser a quarta greve este ano" e o dirigente sindical espera "uma grande adesão", à semelhança do que aconteceu nas anteriores.

Na quarta-feira, o arranque da greve vai contar com a presença do secretário-geral da CGTP-IN, Arménio Carlos, cerca das 09:00 na sede da empresa em Morelena, concelho de Sintra.

A General Cable CelCat, que emprega 270 trabalhadores, produz cabos elétricos para transporte de energia e de telecomunicações, que na sua maioria visam a exportação.

"Uma vez que a direção da empresa mantém a sua atitude inflexível nas negociações, rejeitando negociar as justas reivindicações, os trabalhadores decidiram convocar esta nova greve, de quatro horas, entre as 00:30 de 23 de agosto e as 00:30 do dia 25, com o objetivo de exigir que, na mesa das negociações, a direção da empresa dê passos no sentido da valorização do trabalho e dos trabalhadores. Esta é também uma resposta a pressões recentes", refere a CGTP, em comunicado.

A Lusa contactou a empresa para pedir uma posição em relação à greve, mas até ao momento não foi possível obter resposta.

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