Uber. Taxistas temem "transporte de borla para arrasar com o setor"

por RTP

A Comissão de Economia aprovou na especialidade as propostas que vão regular as plataformas eletrónicas de transporte de passageiros. Em declarações à RTP, o presidente da Federação Portuguesa do Táxi insiste que não é precisa nenhuma lei e avisa que a proposta em causa é “violenta para o setor” e não acautela os seus interesses.

“Vão existir dois tipos de transporte: os táxis, com viaturas caracterizadas, regulamentos próprias e um conjunto de regras e exigências muito fortes que têm de cumprir e, por outro lado, um conjunto de viaturas descaracterizadas que ficam livres de praticar os preços que entenderem, incluindo vender o serviço abaixo do preço de custo”, acusa Carlos Ramos.

O presidente da FPT acredita que, se a lei entrar em vigor, haverá “transporte de borla para arrasar de forma violenta com o setor dos táxis”.

A Federação Portuguesa do Táxi defende ainda que os automóveis ao serviço das plataformas deverão ser facilmente identificáveis para poderem ser alvo do escrutínio da população.

O objetivo dos taxistas é que “a opinião pública possa criticar a viatura e o seu condutor” quando “conduzam de forma irregular ou pratiquem atos que não são conforme ao transporte de passageiros”, recordando a má reputação que o setor do táxi tem atualmente.

Apesar das críticas, Carlos Ramos admite que o setor foi considerado na preparação do futuro diploma e que o mesmo está já longe do projeto inicial do Governo.

A FPT não deixa de acusar o PS de se ter “encostado aos grandes e às multinacionais” e promete não desistir. Carlos Ramos pede ainda aos deputados que discutam as alterações que a FPT tem apresentado para modernizar o setor do táxi.
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