Unidade de transformação de bivalves no Barreiro com investimento superior a 2ME

por Lusa

Barreiro, Setúbal, 20 fev (Lusa) -- A primeira unidade para transformação e valorização de bivalves do país vai nascer no Barreiro, distrito de Setúbal, e será lançada na sexta-feira, num investimento superior a dois milhões de euros, informou hoje o Ministério do Mar.

Em comunicado, a tutela revelou que o investimento total "está estimado em 2,36 milhões de euros", dos quais 1,34 milhões de euros se destinam à infraestrutura e 920 mil euros a equipamentos, além de uma comparticipação do MAR 2020, "de 1,05 milhões de euros".

É na próxima sexta-feira, dia 22 de fevereiro, que a ministra do Mar, Ana Paula Vitorino, vai presidir à cerimónia de assinatura do auto de consignação para a construção do depósito de transformação de bivalves, que se vai localizar na zona do Lavradio.

"A amêijoa é um recurso importante para um elevado número de apanhadores no Estuário do Tejo. Devido ao teor bacteriológico das águas do estuário do Tejo, os bivalves capturados só podem ser consumidos após cozedura ou transposição prolongada. Assim esta estrutura vai permitir organizar o depósito e transformação de bivalves do Rio Tejo, assegurando a necessária segurança alimentar", explicou.

A nova infraestrutura vai permitir também, segundo o Ministério do Mar, "regular a apanha da amêijoa-japonesa no Estuário do Tejo", assim como a sua comercialização "em condições de adequada salubridade".

De acordo com a tutela, a unidade será construída "numa parcela do domínio público", sob jurisdição do Porto de Lisboa (APL) e cedida ao Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA) "pelo prazo de dez anos".

Já as instalações serão constituídas por três módulos: o depósito de bivalves vivos, a unidade de transformação e sistema de valorização de bivalves do Estuário do Tejo e uma unidade de depuração.

Segundo o Ministério do Mar, este será um "projeto integrado", com a participação do IPMA, da Direção-Geral dos Recursos Naturais, Segurança e Serviços Marítimos, da APL, da Docapesca -- Portos e Lotas e com a colaboração da Câmara Municipal do Barreiro.

A criação da primeira central para depósito, transformação e valorização de bivalves do país, no Barreiro, foi anunciada em junho por Ana Paula Vitorino.

Um pouco por todos os concelhos do estuário do Tejo é possível ver diariamente milhares de pessoas que se dedicam à apanha de amêijoa-japonesa, sendo para muitos o seu único meio de subsistência.

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