Wall Street fecha em baixa semana de fortes perdas

por Lusa

Nova Iorque, 23 mar (Lusa) -- A bolsa nova-iorquina encerrou hoje novamente em baixa, encerrando uma semana problemática marcada pelos receios de uma guerra comercial entre Washington e Pékin e pelos problemas com a Facebook.

Os resultados definitivos da sessão indicam que o Dow Jones Industrial Average recuou 1,77%, para os 23.533,20 pontos.

O Nasdaq apresentou as perdas mais fortes, de 2,43%, para os 6.992,67 pontos, que o colocaram abaixo dos sete mil pontos pela primeira vez desde há cinco semanas.

O índice alargado S&P500 desvalorizou 2,10%, para as 2.588,26 unidades.

No conjunto da semana, o Dow Jones perdeu 5,67%, o Nasdaq recuou 6,54% e o S&P500 desvalorizou 5,71%.

Estas foram as quedas semanais mais fortes do Dow Jones e Nasdaq desde janeiro de 2016.

"Esta é a primeira vez desde há um ano ou dois que se conhece um tal nível de incerteza" dos investidores, comentou Adam Sarhan, da 50 Park Investment.

Arrastados durante a semana pela Facebook e um setor tecnológico com problemas, os índices aceleraram a sua queda na quinta e sexta-feira, depois do anúncio por Donald Trump de sanções contra a China, que podem afetar as importações norte-americanas da China no montante de 60 mil milhões de dólares, e esperadas retorsões de Pequim.

"O maior desafio aos mercados hoje é navegar neste ambiente perturbado, o que é muito complicado", comentou Nate Thooft, da Manulife AM.

A semana foi particularmente difícil para os setores financeiro e tecnológico, que estavam em vias de recuperar uma violenta correção bolsista no início de fevereiro.

O subíndice do S&P500 que reúne as empresas do setor financeiro perdeu 7,22% no conjunto da semana e o dos valores tecnológicos 7,88%.

Entre as maiores quedas neste segundo subíndice, a Facebook destacou-se, com quase 14%, depois de uma nova descida hoje de 3,34%, devido à polémica com a utilização indevida de dados de utilizadores pela sociedade britânica Cambridge Analytica.

Em contracorrente, a sociedade de armazenagem de dados em linha Dropbox foi mais do que bem sucedida na sua introdução em bolsa, ao subir 35,62%.

"Isto significa que ainda há apetite entre os investidores. Mas tem de ser acompanhado, porque já vimos empresas tecnológicas que se estrearam em grande, mas que caíram pouco depois, como a Twitter", relativizou Sarhan.

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