Reitor da Universidade do Algarve defende distinção das práticas de receção aos alunos das praxes indignas

por Sandra Henriques

Foto: Manuel de Almeida/Lusa

O reitor da Universidade do Algarve considera ser importante distinguir as práticas de receção aos alunos das praxes que são indignas. António Branco afirma que é positiva a iniciativa do ministro da Educação e Ciência, Nuno Crato, de chamar as associações de estudantes para discutir o tema das praxes académicas.

“Como iniciativa parece-me bem. Agora vamos ver quais são os conteúdos da reunião que o senhor ministro quer ter com os reitores”, refere o reitor, ouvido pela jornalista da Antena1 Natércia Simões.

Em relação à reflexão sobre as praxes, António Branco reconhece ser “absolutamente necessária”, sem excluir os estudantes. “Temos que ter uma prática pedagógica relativamente a estas ações, e evidentemente temos que distinguir dentro da praxe o que consideramos práticas indignas das outras práticas de receção aos alunos que podem não ser indignas”, adverte.

“Mas acho absolutamente essencial que se faça uma reflexão geral, muito ampla, sobre esta matéria, envolvendo os estudantes, os reitores, os diretores das escolas, os diretores de curso, etc.”, remata.

O Diário de Notícias avançou esta manhã que Nuno Crato chamou as associações de estudantes do Ensino Superior público e privado para falar sobre as praxes académicas, após os casos da praia do Meco e da Universidade do Minho. A reunião deverá realizar-se na quinta-feira, mas Nuno Crato quer também abordar o assunto com o conselho de reitores e o conselho coordenador dos politécnicos durante as reuniões regulares das próximas duas semanas.

Contactado pela Antena 1, o reitor da Universidade de Lisboa, António Cruz Serra, referiu apenas que quer primeiro ouvir o ministro da Educação e só depois falará sobre o tema. O reitor da Universidade do Minho também recusa prestar qualquer declaração sobre o caso do professor que diz ter sido humilhado ao tentar parar uma praxe.

O presidente do Conselho Coordenador dos Institutos Superiores Politécnicos também não quer falar sobre a reunião que tem marcada para a próxima sexta-feira com o ministro Nuno Crato. Joaquim Mourato sublinhou esta tarde à Antena 1 que este é um assunto delicado, que requer prudência.
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