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Marisa demarca-se dos opositores que defendem modelo económico que destruiu famílias

por Lusa

Olhão, Faro, 17 jan (Lusa) - A candidata presidencial apoiada pelo BE, Marisa Matias, demarcou-se hoje dos opositores que defendem o modelo económico que trouxe Portugal à situação atual, criticando a direita por falar em família, mas ter aplicado políticas que destruíram muitos agregados familiares.

Em Olhão, distrito de Faro, no discurso que encerrou um almoço comício da corrida presidencial, Marisa Matias garantiu que o compromisso com os direitos dos portugueses "é mesmo irrevogável" e atirou aos opositores: "o que eu tenho visto é que muitos candidatos falam, falam, falam mas eu não os ouço a dizer nada".

"Eu sei que há candidatos que defendem o modelo económico que é exatamente aquele que nos trouxe a esta situação em que estamos hoje. Eu não sou uma dessas candidatas! Eu quero defender o modelo económico que está consagrado na Constituição. Nós sabemos que estas práticas de austeridade não destruíram apenas as empresas, não destruíram apenas a economia, destruíram muitas famílias", acusou.

Realçando que "a direita portuguesa gosta muito de falar em família e passa a vida a falar de família", a candidata presidencial recordou "quatro anos de um Governo que massacrou o seu povo".

"A política que tivemos foi aquela que reduziu muitas famílias à miséria, que desmembrou muitas famílias com a emigração e que impede muitas novas famílias de construir mais família", criticou, considerando que "falar de família não pode ser só conversa fiada".

Na opinião de Marisa Matias, "todos os candidatos têm obrigação de falar destas vidas e sobre os direitos que são negados às pessoas todos os dias".

Foi aliás de uma vida concreta que a eurodeputada do BE começou por falar no seu discurso: Marilu Santana, uma mulher que conheceu há um mês em Portimão e que esteve acorrentada 16 dias ao hotel onde trabalhava para exigir os salários em atraso que a empresa tinha em dívida.

O "rosto da dignidade que não se resigna", nas palavras de Marisa Matias, acabou por se levantar do lugar que ocupava à mesa e subir ao púlpito para contar a sua história na primeira pessoa.

Marilu Santana manifestou confiança em mulheres do BE como a porta-voz Catarina Martins, a deputada Joana Mortágua e a candidata Marisa Matias por serem mulheres que também se acorrentariam 16 dias a uma escada para reivindicar os direitos dos trabalhadores.

"Em democracia não há impossíveis. A resignação nunca venceu nada, mas a luta ganhou muitas coisas", concluiu Marisa Matias, que se despediu até à "primeira paragem do caminho", no dia 24 de janeiro, data das eleições presidenciais.

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