CDS de Coimbra reage "com desalentada surpresa" à eliminação de carne de vaca das cantinas

por Lusa

O líder distrital de Coimbra do CDS reagiu hoje "com desalentada surpresa" à decisão do reitor da Universidade de eliminar a carne de vaca nas cantinas e garantiu que há métodos melhores para atingir a neutralidade carbónica.

Rui Nuno Castro diz que acompanha o reitor nas suas preocupações ambientais, mas acha que "o momento de hipersensibilidade política" deveria determinar "uma maior ponderação na forma de posicionar a UC nessa vanguarda da defesa do ambiente".

O centrista defende que "devem ser os alunos, não a Universidade, a escolher o que devem ou não comer no âmbito de uma alimentação saudável", e apresenta um conjunto de medidas alternativas.

"Medidas emblemáticas e positivas seriam, por exemplo, a implementação de medidas que premiassem comportamentos responsáveis sob o ponto de vista ambiental, como planos de bonificação, através da adoção de cartões de pontos (eco-cards) que possibilitassem incentivar comportamentos ambientais relevantes na população universitária", refere o centrista.

Rui Nuno Castro propõe ainda a criação de "um sistema de mobilidade, sem recurso a combustíveis fósseis, que permitisse aliviar total ou substancialmente a zona da Alta e da Universidade da pressão de tráfego automóvel que se sente hoje".

Salientando que já teve oportunidade de transmitir ao reitor da Universidade de Coimbra a sua opinião, Rui Nuno Castro avisa que "não é com abolição, proibição ou outra qualquer medida de restrição da liberdade de cada um que se vai conseguir introduzir hábitos que induzam comportamentos sustentáveis visando qualquer transformação cultural".

O reitor da Universidade de Coimbra (UC) anunciou na terça-feira que vai eliminar o consumo de carne de vaca nas cantinas universitárias a partir de janeiro de 2020, por razões ambientais.

Segundo o reitor da universidade, Amílcar Falcão, a eliminação do consumo de carne nas cantinas universitárias a partir de janeiro de 2020 será o primeiro passo para, até 2030, tornar a UC "a primeira universidade portuguesa neutra em carbono".

"Vivemos um tempo de emergência climática e temos de colocar travão nesta catástrofe ambiental anunciada", sublinhou, na sua intervenção na cerimónia de acolhimento, perante centenas de alunos.

A carne de vaca será substituída "por outros nutrientes que irão ser estudados, mas que será também uma forma de diminuir aquela que é a fonte de maior produção de CO2 que existe ao nível da produção de carne animal".

Por ano, cerca de 20 toneladas de carne de vaca são consumidas nas 14 cantinas universitárias da UC.

pub