CDS-PP quer "exportar" esquerda para a oposição e contribuir "fortemente" para maioria de direita

por Lusa

O presidente centrista reiterou hoje que espera um resultado que permita ao CDS-PP contribuir "fortemente para uma nova maioria de direita" e ironizou que não se importava "de lixar o PS" e exportar a esquerda para a oposição.

Francisco Rodrigues dos Santos visitou hoje, na reta final da campanha eleitoral para as legislativas de domingo, uma empresa na área da carpintaria em Vila Nova de Gaia (distrito do Porto), acompanhado pela cabeça de lista, Filipa Correia Pinto, o líder da distrital do Porto e coordenador autárquico, Fernando Barbosa, e o vice-presidente do partido Sílvio Cervan.

No final, em declarações aos jornalistas, o líder do CDS-PP foi instado a escolher um partido da oposição a quem daria uma lixa.

"Não me importava de lixar o PS e a extrema-esquerda, aparar bem", afirmou, de lixa na mão, acrescentando que "no dia 30 exportava para a oposição toda a esquerda e punha o CDS no governo de Portugal".

O presidente centrista considerou que "é possível o CDS crescer e ser uma vez mais a grande surpresa" das eleições legislativas e ter um resultado que permita ao partido contribuir "fortemente para uma nova maioria de direita no parlamento", defendendo que está a "limar bem o discurso" nesta campanha eleitoral.

No entanto, recusou estabelecer metas percentuais.

Francisco Rodrigues dos Santos reiterou que o CDS é "o único voto seguro que permite ao PSD governar à direita, não se entender com António Costa".

No final da visita à empresa, o líder centrista considerou haver "um tsunami que se está a abater na economia", referindo-se ao aumento do preço da energia e dos combustíveis.

"Isto é uma brutalidade que os governos têm de ter em atenção, porque o que pode estar em causa é insolvências em catadupa, despedimentos e uma crise económica muito grave", alertou, acusando o primeiro-ministro de falhar "ao não ter protegido os empresários deste aumento dos custos".

"O CDS, se for Governo, prometerá reduzir para metade a carga de impostos sobre as faturas da eletricidade e dos combustíveis para aliviar o nosso tecido empresarial", adiantou, considerando que esta é uma "medida urgente".

Apontando que o partido apresentou propostas nesse sentido, lamentou que tenham sido "sempre chumbadas pela maioria de esquerda", porque "a esquerda, por regra, não pesca patavina de economia e o problema é que grande parte dos governantes não sabe o que é gerir uma empresa".

"Se olharmos para o programa económico do PS, do BE, do Livre e do PCP continuam a ser fábricas de impostos, ou seja, querem estorvar ainda mais e complicar a vida dos nossos empresários", criticou Francisco Rodrigues dos Santos.

Instado a esclarecer porque foi substituída a tradicional arruada na baixa do Porto, prevista para esta tarde, pela visita a esta empresa, o líder centrista afirmou que "existia ainda espaço na campanha para decalcar um dos pilares fundamentais do compromisso eleitoral, que é a economia".

"Achámos importantíssimo hoje, uma vez que temos uma arruada amanhã de encerramento da campanha e um grande comício, que de facto faria sentido voltar a tocar nesta tecla para que esta mensagem passe claramente aos portugueses", acrescentou.

Questionado sobre o PSD e a Iniciativa Liberal realizarem esta tarde arruadas no Porto, Francisco Rodrigues dos Santos disse que "desconhecia" estas iniciativas e garantiu que não olha "para o lado", mas "em frente".

Sobre a presença do presidente da Câmara do Porto num arruada da Iniciativa Liberal depois de ter discursado num comício do CDS (ambos partidos que apoiaram a sua candidatura nas eleições autárquicas), Francisco Rodrigues dos Santos salientou que os centristas estão com Rui Moreira "desde a primeira hora" e não apareceram na "vigésima quinta hora, como a Iniciativa Liberal".

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