Dilma reeleita Presidente promete "grandes mudanças" no Brasil

por RTP
“Pretendo liderar da forma mais pacífica e democrática esse momento transformador”, clamou Dilma Rousseff na noite de festa do Partido dos Trabalhadores Ueslei Marcelino, Reuters

Reeleita à segunda volta para novo mandato de quatro anos na Presidência do Brasil, com 51,64 por cento dos votos contra 48,36 de Aécio Neves, Dilma Rousseff quis traçar logo na noite de domingo um rumo de reformas estruturais. A figura de proa do Partido dos Trabalhadores apontou o combate à corrupção – o tema mais fraturante da campanha – como tarefa prioritária. E comprometeu-se a dar corpo às “grandes mudanças que a sociedade brasileira exige”.

“O calor liberado no fervor da disputa pode e deve agora ser transformado em energia construtiva de um novo momento no Brasil”, enunciou Dilma Rousseff, nos primeiros instantes de um discurso de vitória em que demonstraria a preocupação de pôr de parte a ideia de um país “dividido ao meio”.

“Quero ser uma Presidente muito melhor do que fui até agora”, lançou Dilma Rousseff no discurso de vitória em Brasília.


A candidata pelo Partido dos Trabalhadores, que disputou com Aécio Neves, do Partido da Social Democracia Brasileira, aquela que é já considerada a mais áspera batalha eleitoral do Brasil democrático, declarou-se disposta a traduzir em políticas reformistas “as grandes mudanças que a sociedade brasileira exige”.

“Pretendo liderar da forma mais pacífica e democrática esse momento transformador. Estou disposta a abrir um grande espaço de diálogo, com todos os sectores da sociedade, para encontrarmos as soluções mais rápidas para os nossos problemas”, clamou.
Acompanhada do antigo Presidente Luiz Inácio Lula da Silva – e sem nunca referir o nome do adversário do PSDB -, Dilma estabeleceu como prioridade da sua segunda vida na Presidência brasileira “mobilizar o Congresso Nacional e a Sociedade” no sentido de “uma consulta popular”.

À cabeça das tarefas do segundo mandato, que tem início a 1 de janeiro de 2015, estará, segundo Dilma Rousseff, um conjunto de iniciativas legislativas contra a corrupção crónica. Porque “a impunidade é a maior protetora da corrupção”.

Na segunda volta das eleições presidenciais do Brasil, Dilma Rousseff conseguiu vencer Aécio Neves, do Partido da Social Democracia Brasileira, e foi reeleita para um mandato de quatro anos. Os apoiantes do Partido dos Trabalhadores sairam à rua para festejar a vitória, após um processo muito disputado.

No capítulo da economia, Dilma conservou todos os bordões da campanha do PT, comprometendo-se a pugnar por “altos níveis de emprego” e pela “valorização dos salários”.
“Cumprimos o nosso papel”
Também o derrotado Aécio Neves colocou a tónica na necessidade de sarar feridas no rescaldo de uma longa contenda eleitoral.
Perto de 142,6 milhões de pessoas formaram o universo eleitoral das presidenciais brasileiras. A abstenção foi de 21 por cento. Mais de 30 mil brasileiros votaram em Portugal.
Já depois de ter telefonado a Dilma Rousseff, para cumprimentar a Presidente, o candidato do PSDB falou de união.

“Ressaltei que considero que a maior de todas as prioridades deve ser unir o Brasil em torno de um projeto honrado e que dignifique a todos os brasileiros”, propugnou.
Agradecendo os mais de 50 milhões de votos que lhe foram confiados, Aécio disse que o apoio recebido neste processo eleitoral permitiu que voltasse a “a sonhar” e “a acreditar” num “novo projeto”.

“Mais vivo do que nunca, mais sonhador do que nunca, deixo dessa campanha, ao final, com sentimento de que cumprimos nosso papel”, concluiu Aécio Neves, a quem a generalidade dos analistas políticos aponta a porta de saída da liderança da oposição.


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