Ligações no PS marcam debate entre Maria de Belém e Sampaio da Nóvoa

por RTP

Foto: Mário Cruz – Lusa

Os candidatos presidenciais Maria de Belém e Sampaio da Nóvoa trocaram hoje argumentos sobre os apoios do PS às candidaturas, com a ex-ministra orgulhosa por ser militante e o antigo reitor a lembrar apoios de Soares e Sampaio.

Nóvoa, no debate transmitido na TVI, lembrou apoios de socialistas como os antigos Presidentes Mário Soares e Jorge Sampaio, ao mesmo tempo que frisou a "enorme abrangência" da sua candidatura, com apoiantes "à esquerda, no centro, à direita".

Sobre Maria de Belém, o antigo reitor disse que a candidatura da antiga presidente do PS surgiu de "divisões internas" no partido, com Belém a declarar "muito orgulho" na sua condição de militante socialista e a asseverar que as "muitas funções" que teve nas últimas décadas permitem-lhe, se chegar à Presidência da República, "enfrentar com mais tranquilidade as turbulências e tensões" dos tempos atuais.

"A minha candidatura não interfere com o espaço da candidatura de Sampaio da Nóvoa", sustentou posteriormente Maria de Belém, colando o antigo reitor à extrema-esquerda e posicionando-se a si no espaço entre o centro e a esquerda.

Nóvoa, por seu turno, advogou que o seu "principal adversário" no sufrágio de 24 de janeiro é Marcelo Rebelo de Sousa, pelo que este "representa na sociedade portuguesa", colando o candidato recomendado por PSD e CDS-PP aos últimos quatro anos e ao apoio ao executivo liderado por Pedro Passos Coelho.
Constituição, ponto quente

Depois, Nóvoa lembrou que Maria de Belém, enquanto deputada, não subscreveu o pedido de fiscalização da constitucionalidade do Orçamento do Estado de 2012, e acusou a antiga Presidente socialista de ter sido "hesitante" nas declarações sobre o atual Governo do PS viabilizado no parlamento.

"Não tive hesitações nenhumas. O que quero é que seja cumprida a Constituição", devolveu Maria de Belém, que puxou depois das várias causas em que esteve ligada nas últimas décadas para dizer que "nunca viu" Sampaio da Nóvoa presente na defesa dessas causas.

E concretizou: "Não dei conta dele. Nunca o vi lá".

Posteriormente, ambos foram questionados sobre em que condições dissolveriam a Assembleia da República: nesse ponto, os dois candidatos concordaram não ser prudente antecipar crises.

Sampaio da Nóvoa disse que cabe ao chefe de Estado "estar preparado para agir pelo melhor dos portugueses", e Belém advogou que todos devem "trabalhar no sentido da estabilidade governativa".

No final, Maria de Belém lembrou Mariano Gago, que definiu como um homem "extraordinário", e uma entrevista de 2011 de Nóvoa ao Público onde o então reitor declarava que chumbaria a atuação do governante, falecido recentemente, declaração que não mereceu resposta por parte de Sampaio da Nóvoa.

c/ Lusa
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