Jerónimo de Sousa à Antena1: "Marcelo tem visão elástica da Constituição"

por RTP

Antena1

Jerónimo de Sousa acusa Marcelo Rebelo de Sousa de ter sido o Presidente dos poderosos e de ter uma visão elástica da Constituição.

Em entrevista à Antena 1, o secretário-geral do PCP diz que o PR nem sempre foi capaz de defender e fazer cumprir a Constituição. Foi o presidente dos poderosos, mais do que o Presidente de todos os portugueses, designadamente dos trabalhadores.

Jerónimo diz mesmo que "estamos a assistir a jogos de poder do Presidente da Republica para trazer o PSD para um entendimento governativo". De modo formal ou informal, o Bloco Central é um objetivo do Presidente da Republica, diz Jerónimo.

Jerónimo acrescenta que "a repetição de uma experiencia falhada como foi o Bloco Central que existiu, será responsabilidade do PS e do PSD". O PCP não vai perder, em nenhuma circunstância, o poder soberano de procurar responder aos problemas que estão na ordem do dia.

O Plano de Recuperação e Resiliência não dá respostas ao imediato, este é o momento das opções, e se a opção para o próximo orçamento for mais do mesmo não podem exigir do PCP um voto a favor, diz Jerónimo de Sousa.

Nesta entrevista, à antena 1, Jerónimo de Sousa elogiou João Ferreira "é um quadro de grande valor", recusando estabelecer uma meta eleitoral para as presidenciais. No entanto, salvaguardou a candidatura de João Ferreira: "seja qual for o resultado, a responsabilidade será sempre do coletivo"

Sem adiantar mais do que a aposta na tripla: "ou sai, ou fica ou fica mais um tempinho", nem confirmar ou negar que João Ferreira esteja na linha de sucessão, Jerónimo de Sousa garantiu que "não existe um problema de gerações no PCP."

Questionado sobre a festa do Avante, Jerónimo de Sousa revelou que o PCP está a pensar fazer um dossier sobre o processo de manipulação que rodeou a realização da festa. "Com a festa do Avante procurou-se registar a esperança de que é possível aos portugueses não serem prisioneiros do medo. Foram-nos feitas exigências nunca pedidas a mais ninguém mas conseguimos" - acrescentou o secretário-geral do PCP ao considerar que seria maior o custo político se a festa não tivesse sido realizada.

Entrevista de Natália Carvalho, editora de política da Antena1
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