Os eleitores do Reino Unido e da Holanda abrem esta quinta-feira o processo que vai redesenhar a distribuição de forças no Parlamento Europeu. Em ambos os países, forças eurocéticas ganharam expressão nas sondagens publicadas ao longo dos últimos dias.
No Reino Unido, o processo de saída da União Europeia domina a arena político-partidária desde o referendo de junho de 2016.
Dos cálculos das sondagens resulta um cenário de recrudescimento de forças nacionalistas e fortemente contrárias ao projeto de integração europeia. E, consequentemente, um recuo, que pode assumir dimensões históricas, de duas das famílias de maior peso em Estrasburgo: o Partido Socialista Europeu e o Partido Popular Europeu.
Em França, o partido de extrema-direita encabeçado por Marine Le Pen surge mesmo posicionado para ultrapassar a formação do Presidente Emmanuel Macron, ao passo que o léxico anti-União trilha também um caminho tendente à vitória em Itália, pela voz do vice-primeiro-ministro Matteo Salvini.
A Holanda, onde se vota desde o início da manhã, não escapa a este quadro: o Fórum para a Democracia (FvD), cujo discurso questiona, de um só golpe, o projeto europeu e as alterações climáticas, a somar à defesa do fecho de fronteiras à imigração, protagoniza um braço-de-ferro com os liberais (VVD) do primeiro-ministro Mark Rutte.
O rosto do FvD, Thierry Baudet, fechou a campanha a condenar o que descreveu como “um super-Estado” - a União Europeia, leia-se. Os cálculos das sondagens atribuem a este partido três a cinco dos 26 assentos parlamentares reservados aos holandeses.
No Reino Unido, Brexit é a palavra-chave. Um verdadeiro terramoto, face ao arrastamento deste dossier, é o que as sondagens vaticinam. A última, publicada na quarta-feira, relegava os conservadores da primeira-ministra, Theresa May, para a quinta posição, com sete por cento dos votos. À cabeça da corrida, com 30 pontos de vantagem sobre os tories, surgia o Partido do Brexit, arquitetado por Nigel Farage.
Dispersão
O programa de Farage é conciso. Passa pelo imediato adeus do Reino Unido à União Europeia sem qualquer forma de acordo. No extremo oposto está o recém-chegado Change UK, partido europeísta que reúne nomes dissidentes dos tradicionais conservadores e trabalhistas. Todavia, este é um campo pulverizado.
O programa de Farage é conciso. Passa pelo imediato adeus do Reino Unido à União Europeia sem qualquer forma de acordo. No extremo oposto está o recém-chegado Change UK, partido europeísta que reúne nomes dissidentes dos tradicionais conservadores e trabalhistas. Todavia, este é um campo pulverizado.
O voto anti-Brexit, indicam os prognósticos, dispersa-se por liberais-democratas, verdes e pelas formações nacionalistas SNP, na Escócia, e Plaid Cymru, no País de Gales.
Feitas as contas à sondagem publicada na véspera da votação pelo instituto YouGov, o Partido do Brexit poderá chegar aos 37 por cento.
And here's how our polling has looked over the course of this EU Parliament election campaign. It's been a good campaign for the Brexit Party and the Lib Dems, and a bad one for the Tories, Labour and UKIPhttps://t.co/lm8MR3YKsS pic.twitter.com/5iI8tOhmcW
— YouGov (@YouGov) 22 de maio de 2019
Em segundo lugar surgem os liberais-democratas, com 19 por cento das intenções de voto, e em terceiro o Partido Trabalhista, com 13 por cento.
A divulgação oficial dos resultados só terá lugar na noite de domingo, quando a votação estiver encerrada em todos os Estados-membros.
c/ agências