Campeão do Mundo Nico Rosberg anuncia "Adeus à F1"

por RTP
Nico. Titulo e Adeus.

A notícia surgiu como um choque. Inesperada. Nico Rosberg sagrou-se pela primeira vez, campeão do mundo de Fórmula 1. E 5 dias depois anuncia que abandona como campeão em título a Fórmula 1.

Uma decisão que estava longe de qualquer previsão. Irreal. Surreal. E ela apanha desprevenido o mercado de pilotos e a própria escuderia Mercedes. Nico Rosberg faz o que Alain Prost, Sir Jackie Stewart e Nigel Mansell fizeram, deixando a Fórmula 1 no topo.


Maxim Shemetov

Rosberg diz ter tomado a decisão na 2ª feira à noite, depois de celebrar o seu título mundial durante 24 horas. Comunicou-a primeiro à mulher, Vivian, e ao empresário. E depois falou com o patrão da equipa, Toto Wolf.

(Leia no originl o texto publicado por Nico Rosberg)





Nico Rosberg descreveu a sua última corrida em Abu Dhabi como muito difícil, tensa e angustiante. Uma tensão que derivou do facto de Hamilton ter travado andamento para ensanduichar o alemão e coloca-lo em pressão. Um erro, mínimo, perante Vettel e Verstappen que se colocaram a escassos metros do agora campeão, teria feito o sonho de uma carreira se desvanecer.

Rosberg aguentou. Não cedeu à pressão. Não cometeu erros algum. Mas depois da celebração, aproveitou a embalagem para dizer, “chega, não quero passar mais por isto. Já sou campeão, o meu sonho está realizado!”.
Aparentemente Rosberg quer agora dedicar tempo para a família. Mas na especulação que se segue ao anúncio, logo alguns comentaram que Rosberg sabe que a oportunidade que conseguiu este ano dificilmente se repetirá, pois ele perdeu para Hamilton em todos os números do campeonato e que apenas um abandono por motivos de quebra de motor para Lewis, determinou a vitória de Rosberg. E que Hamilton no próximo ano seria um leão para retomar o título.


SRDJAN SUKI

Mas tais afirmações, subjetivas, desvalorizam algo que Rosberg provou esta temporada, que permitiu em especial no início da época e após as férias de verão, uma série de vitórias que demonstram talento e justificam por mérito próprio também, a sua vitória.


FRANCK ROBICHON

Mas Rosberg, ao contrário de Hamilton e outros pilotos, tem uma personalidade difícil para a F1. É contido. Embora sempre disponível para a imprensa, sente-se um pouco desconfortável para com a imprensa. E acima de tudo, quando em posição de desvantagem, Rosberg sempre pareceu nestes 3 anos frente a Hamilton, sempre mais vulnerável do que o contrário.


Diego Azubel

Nico Rosberg:

11 Temporadas. Estreou-se no Bahrain em 2006, a sua última corrida foi a que lhe deu o título, no último fim-de-semana, em Abu Dhabi.

206 Grandes Prémios, 11 159 voltas realizadas, 56 096 kms feitos

136 GPs com a Mercedes, de 2010 a 2016, 70 GPs com a Williams entre 2006 e 2009.

Teve 5 companheiros de equipa: Na Williams foi colega de Mark Webber, Alexander Wurz e Kazuki Nakajima. Na Mercedes teve como colegas, Michael Schumacher e Lewis Hamilton.


RONALD WITTEK

23 Vitórias

1532 voltas lideradas, 7581 kms na frente de corrida.

57 Pole Positions

30 Voltas Mais Rápidas

1 Título Mundial

32 Abandonos em Corrida


VALDRIN XHEMAJ

Com a saída de Rosberg, os holofotes focam-se agora na Mercedes. Quem entrará para competir com Lewis Hamilton na escuderia dominadora. Toto Wolff e Niki Lauda não vão respirar muito nos próximos dias. E provavelmente alguns responsáveis das equipas adversárias também não.

A Mercedes tem na sua órbita alguns jovens pilotos próximos. Pascal Wehrlein e Esteban Ocon, podem ser as vagas jovens de fundo. Mas se essa será a solução mais germânica e ponderada, a verdade é que Sebastian Vettel pode ser o alemão que a escuderia pretende. E Max Verstappen seria o futuro que deseja. E Fernando Alonso, a pré-reforma que o espanhol precisa.


REUTERS

Todas essas soluções parecem complicadas. Pelos contratos que Ferrari, Red Bull e McLaren têm com os ditos pilotos. E porque cada um à sua maneira seria um problema maior do que foi o “duelo Hamilton-Rosberg”. Vettel porque teria carro competitivo e chance de carregar bandeira alemã aos triunfos, frente a um Hamilton que é o mais valorizado piloto da atualidade; Verstappen pelas suas características, atrevimento e juventude; Alonso porque num tudo ou nada reencontraria Hamilton numa desforra pós-McLaren.

Talvez por isso nenhum destes 3 óbvios, será a solução. E Lewis Hamilton será parte da decisão. Ninguém entrará na escuderia, sem que Lewis dê a sua bênção.

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