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Rosberg conquista primeiro título mundial de F1 e prolonga tradição alemã

por Lusa
Reuters

O piloto Nico Rosberg deu hoje continuidade à recente boa tradição alemã na Fórmula 1, ao sagrar-se hoje pela primeira vez campeão mundial da categoria rainha do desporto automóvel, ao volante de um Mercedes aparentemente imbatível.

O segundo lugar no Grande Prémio de Abu Dhabi foi suficiente para Rosberg conquistar o título pela primeira vez, aos 31 anos, na 21.ª e última prova do campeonato, vencida pelo seu único opositor nesta ‘luta’, o britânico Lewis Hamilton, colega de equipa na Mercedes e bicampeão cessante.

O sucesso de Rosberg representa o 12.º título conquistado por pilotos alemães nos últimos 23 anos, ou seja, mais de metade, sete pela mão de Michael Schumacher e quatro pela de Sebastian Vettel, após mais 40 anos sem qualquer germânico no topo do automobilismo mundial.

Ao 11.º ano na F1 e após duas tangentes ao título, ao terminar no segundo lugar em 2014 e 2015, sempre atrás de Hamilton, Rosberg conseguiu hoje inverter os papéis, muito por força da superioridade da Mercedes, que, entre os seus dois pilotos, venceu 19 das 21 provas.

O filho do finlandês Keke Rosberg, campeão do mundo de Fórmula 1 em 1982, não poderia ter desejado melhor arranque de época, durante o qual obteve quatro vitórias nas quatro primeiras corridas, na Austrália, Bahrein, China e Rússia, que na verdade representaram o sétimo triunfo consecutivo, uma vez que também tinha vencido as três últimas provas de 2015.

Rosberg tornou-se o primeiro piloto a cometer idêntica proeza desde 2004, quando Schumacher também se impôs nas quatro corridas iniciais, conseguindo aliar essas vitórias aos maus resultados de Hamilton, que chegou ao quinto Grande Prémio da temporada, em Espanha, com 43 pontos de atraso.

Barcelona, onde venceu em 2015, não se voltou a revelar um circuito acolhedor para Rosberg, mas também não o foi para Hamilton, devido à colisão entre os dois pilotos da Mercedes, que abriu caminho à rara vitória do holandês Max Verstappen (Red Bull).

O bicampeão pareceu ganhar novo fôlego com as vitórias no Mónaco e no Canadá, etapas em que Rosberg não foi além de sétimo – o pior resultado este ano – e quinto, reduzindo o atraso para apenas nove pontos, mas o germânico voltou a ganhar avanço ao subir ao primeiro lugar do pódio no Azerbaijão.

O piloto natural de Wiesbaden viveu depois a pior fase da época, durante a qual Hamilton chegou à liderança confortável da competição, com vitórias na Áustria, Grã-Bretanha, Hungria e Alemanha, nas quais Rosberg se viu envolvido em vários incidentes.

Na Áustria foi penalizado em 10 segundos por ter provocado um choque com Hamilton, sem consequências na classificação, em que foi quarto, mas na Grã-Bretanha um ‘castigo’ idêntico custou-lhe a queda do segundo para o terceiro lugar, por ter recebido assistência indevida da sua equipa, via rádio.

O novo campeão mundial partiu para a Hungria com um ponto de vantagem sobre o colega na Mercedes, mas acabou na segunda posição e viu-se pela primeira vez na condição de perseguidor, ficando ainda mais longe do rival na prova ‘caseira’, em Hockenheim, onde foi apenas quarto posicionado.

Quando a situação parecia desesperada, Rosberg conquistou três triunfos consecutivos, na Bélgica, Itália e Singapura, provas em que Hamilton obteve dois terceiros postos e um segundo, recuperando a liderança do campeonato no circuito asiático.

Hamilton pareceu capaz de responder à altura na Malásia, mas os problemas no motor do Mercedes acabaram com as aspirações do britânico e, em face do abandono do colega, o terceiro lugar deve ter parecido um resultado extraordinário a Rosberg, numa corrida vencida pelo australiano Daniel Ricciardo (Red Bull).

Ricciardo quebrou uma série de 10 triunfos seguidos da Mercedes, mas a marca germânica repôs a ‘normalidade’ de imediato, com Rosberg a impor-se no Japão - onde Hamilton foi terceiro - e o britânico a vencer nos Estados Unidos, no México, no Brasil e hoje em Abu Dhabi, sempre secundado pelo germânico, que dessa forma minimizou os danos.
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