"Champions em Lisboa". PSG pela primeira vez na final

por Mário Aleixo - RTP
No final da partida a equipa parisiense festejou o apuramento para a final da "milionária" Epa-José Sena Goulão

O Paris Saint-Germain (PSG) apurou-se pela primeira vez para a final da Liga dos Campeões de futebol, ao derrotar (3-0) o Leipzig, num triunfo obtido graças a uma fantástica exibição do extremo argentino Ángel Di Maria.

A meia-final, decidida em jogo único devido à pandemia de covid-19, ficou marcada pelas duas assistências para os tentos de Marquinhos e Bernat, pelo golo e por muitas ações de classe do internacional argentino, de 32 anos, que voltou a ser feliz no Estádio da Luz, palco onde se lançou para o futebol europeu no Benfica e no qual conquistou a "Champions" pelo Real Madrid em 2014.

No entanto, não foi só graças a Di Maria que a equipa orientada pelo treinador alemão Thomas Tuchel eliminou o Leipzig. Os parisienses denotaram sempre maior experiência, apesar de também se estrearem agora numa final, foram sempre competentes a conter o conjunto de Julian Nagelsmann e até podiam ter construído um triunfo com números ainda mais expressivos.

Com apenas seis minutos de jogo e já o brasileiro Neymar atirava ao poste, após um passe notável de Mbappé. Era a primeira impressão de um PSG contundente (que logo no minuto a seguir colocou a bola na baliza, mas viu o lance anulado por mão de Neymar) e que não tardaria a ser confirmada aos 13 pelo primeiro golo, num livre superiormente executado por Di Maria e desviado de cabeça para a baliza do Leipzig pelo médio defensivo brasileiro Marquinhos.

O segundo golo podia ter surgido quatro minutos depois, por Mbappé, mas o avançado francês, de 21 anos, viu Goulacsi fazer uma defesa bem sucedida. Entretanto, o Leipzig tentava ser fiel ao seu estilo, procurando pressionar alto e com muitos elementos, mas foi anulado de forma inteligente pelos três operários do meio-campo parisiense: Paredes, Marquinhos e Herrera.

Com um evidente conforto em todas as fases do jogo, o PSG geria o ritmo sem forçar, já que o receio do Leipzig em voltar a ser surpreendido nas costas da defesa parecia prender toda a equipa. E assim, já depois de nova bola no poste de Neymar, num livre que surpreendeu toda a gente aos 35, chegou o 2-0 ainda antes do intervalo, com Di Maria a finalizar com classe perante Goulacsi, depois de um passe errado do guardião dar origem à jogada do golo.


Reação travada pelo terceiro golo

A necessidade de mudar era indisfarçável no conjunto do Leipzig, na última noite muito abaixo do exibido diante do Atético de Madrid na eliminatória anterior. Após o intervalo, Nagelsmann lançou Forsberg e Schick para uma reação mais assertiva e que parecia prometer um jogo diferente na segunda parte, mas o terceiro do PSG, aos 56, por Bernat, após nova assistência de Di Maria, deitou por terra as aspirações do conjunto germânico.

O pequeno lateral espanhol desviou de cabeça na pequena área um cruzamento do extremo argentino, com muitos protestos do Leipzig à mistura, uma vez que os alemães reclamavam uma falta sobre Mukiele junto à linha de fundo. Como este ficou caído no relvado, acabou por colocar o jogador espanhol em posição regular, num lance que ainda ficou em "standby" devido à necessidade de revisão do videoárbitro.

Foi o "canto do cisne" para o Leipzig, que ainda esgotou as alterações com as entradas posteriores de Halstenberg, Tyler Adams e Orban, mas sem mudar nada de relevante no rumo da partida. Pelo contrário, foi o PSG que ficou sempre mais perto de dilatar a vantagem até ao final, com Thomas Tuchel a adiar as substituições até aos derradeiros minutos para manter a concentração da equipa no máximo e sem quebras que dessem azo a uma eventual reação do adversário.

Presente pela primeira vez na final da Liga dos Campeões, o PSG espera agora pelo vencedor da outra meia-final, decidida esta quarta-feira entre Bayern Munique e Lyon, no Estádio José Alvalade, às 20h00. A final da Liga dos Campeões está agendada para domingo, no Estádio da Luz.

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