Estádio Centenário, no Uruguai, acolhe sem-abrigo durante a pandemia

por Lusa

O Estádio Centenário, em Montevideu, recebeu hoje quase três dezenas de sem-abrigo que padecem de vários problemas de saúde, os quais vão permanecer alojados naquele recinto de futebol do Uruguai enquanto durar a pandemia de covid-19.

As 28 pessoas que foram acolhidas no mítico estádio uruguaio são todos homens, com imunodeficiência e que sofrem de doenças crónicas, como a diabetes, SIDA e doenças pulmonares obstrutivas.

No Estádio Centenário, um dos palcos do primeiro Campeonato do Mundo de futebol, em 1930, estas pessoas ficarão instaladas debaixo da bancada Amesterdão, onde se situa um centro de dois andares, habitualmente utilizado pelas equipas antes dos jogos e que acolheu várias vezes a seleção ‘celeste'.

No primeiro andar, os sem-abrigo terão à disposição uma cozinha, uma sala de jantar e uma ampla sala de estar com fogão a lenha, mesa de ténis de mesa e matraquilhos. No segundo piso, encontram-se as casas de banho e os quartos, todos com camas individuais.

De acordo com uma fonte do Ministério do Desenvolvimento Social uruguaio (MIDES) contactada pela agência EFE, as 28 pessoas permanecerão alojadas no estádio enquanto durar a crise sanitária despoletada pelo novo coronavírus e receberão quatro refeições diárias.

O Palacio Contador Gastón Guelfi, onde se situa a sede e o campo da equipa de basquetebol do Peñarol, um dos principais emblemas do Uruguai, também disponibilizou várias camas no recinto de jogo, onde será possível albergar cerca de 320 sem-abrigo que o MIDES está a recolher das ruas, devido à idade avançada e falta de condições sanitárias.

Segundo dados divulgados pelo governo, o Uruguai tem 182 pessoas infetadas com covid-19, sendo que as quatro primeiras foram conhecidas há menos de duas semanas, em 13 de março.

O novo coronavírus, responsável pela pandemia de covid-19, que já infetou perto de 428 mil pessoas em todo o mundo, das quais morreram mais de 19.000.

Depois de surgir na China, em dezembro, o surto espalhou-se por todo o mundo, o que levou a Organização Mundial da Saúde (OMS) a declarar uma situação de pandemia.

O continente europeu, com mais de 226.000 infetados, é aquele onde está a surgir atualmente o maior número de casos, e a Itália é o país do mundo com mais vítimas mortais, com 6.820 mortos em 69.176 casos registados até terça-feira.

Vários países adotaram medidas excecionais, incluindo o regime de quarentena e o encerramento de fronteiras.

Em Portugal, há 43 mortes e 2.995 infeções confirmadas, segundo o balanço feito hoje pela Direção-Geral da Saúde, que regista 633 novos casos em relação a terça-feira. Portugal, onde os primeiros casos confirmados foram registados no dia 02 de março, encontra-se em estado de emergência desde as 00:00 de 19 de março e até às 23:59 de 02 de abril.
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