Mundial2022. Itália é o maior perigo que pode vir do sorteio do "play-off"

por Mário Aleixo - RTP
A FIFA já prepara o sorteio desta sexta-feira D.R.-FIFA

A seleção portuguesa de futebol pode vir a ter de jogar o apuramento para o Mundial2022 em Itália, face à campeã europeia em título, sendo este o maior dos perigos do sorteio do "play-off" europeu, na sexta-feira.

O sorteio do "play-off" realiza-se na sexta-feira, na sede da FIFA, em Zurique, na Suíça, a partir das 17h00 locais (16h00 em Lisboa).

Das 12 equipas que vão estar presentes no "play-off", apenas três vão qualificar-se, e juntar-se, em representação da Europa, a Sérvia, Espanha, Suíça, França, Bélgica, Dinamarca, Países Baixos, Croácia, Inglaterra e Alemanha.

A única condicionante do sorteio prende-se com o facto de a Rússia e a Ucrânia não se poderem defrontar.

Portugal fica desde logo a saber com quem jogará nas meias-finais e qual serão, em caso de apuramento, os dois adversários que poderá encontrar na final e o local onde terá a derradeira oportunidade para chegar ao Qatar.

O sorteio reduzirá para três os possíveis adversários lusos, já que as 12 equipas vão ser dividias em três grupos de quatro, nos quais se jogarão meias-finais e finais a um jogo, sendo que os primeiros encontros serão na casa dos cabeças de série.

Portugal, que não falha uma fase final de uma grande competição desde o Mundial de 1998, esteve a um empate caseiro face à Sérvia do apuramento, mas perdeu (1-2) e, agora, vai ter de ganhar dois jogos consecutivos para estar no Qatar.

Face aos 17 pontos somados no Grupo A europeu de qualificação, Portugal é cabeça de série no sorteio, mas só tem esse estatuto nas meias-finais, podendo, na "sua" final, defrontar qualquer das outras 11 equipas também presentes no "play-off".

Adversários possíveis

Desta forma, uma possível viagem a Itália é o pior cenário para a formação das quinas, mas, para ter essa possibilidade, Portugal ainda terá de vencer, em 24 de março de 2022, em solo luso, um de seis adversários: Turquia, Polónia, Macedónia do Norte, Ucrânia, Áustria ou República Checa.

Como anfitriã, a formação das quinas será sempre favorita, mas isso pouco vale, em apenas um jogo, em que se joga tudo, sendo, em termos teóricos, de evitar a Polónia, de Paulo Sousa e Robert Lewandowski, e a Ucrânia, do benfiquista Yaremchuk.

No caso de seguir em frente, então, em 29 de março, seguir-se-á a "verdadeira" final, com o leque de possíveis adversários a estender-se a Itália, Rússia, Suécia, País de Gales e Escócia, os outros melhores segundos da fase de grupos.

Neste último duelo, e, claro, caso lá chegue, Portugal não tem proteção de ser cabeça de série, nem do estatuto de anfitriã do encontro, cujo local será determinado por sorteio.

Assim, nada pior do que um jogo fora com a Itália, a grande ausente da última edição do Mundial, em 2018, culpa de um "play-off" com a Suécia, sendo que também será muito perigoso visitar suecos ou russos.

Uma viagem à Escócia ou ao País de Gales também não seria um cenário muito tranquilo, bem como ter de ir jogar à Polónia, à Ucrânia, à Turquia, ou mesmo à Áustria, à República Checa ou à Macedónia do Norte.

Apesar do desastre que foi o último jogo caseiro, seria sempre melhor para Portugal um segundo jogo também em casa, com o apoio do público, isto se não fosse com a Itália.



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