Quais são as quatro equipas que vão disputar a `Final Four` da Liga das Nações?

por Inês Geraldo - RTP
A Final Four da Liga das Nações vai ser disputada em Portugal Reuters

Em junho do próximo, Portugal vai ser anfitrião da Final Four da primeira edição da Liga das Nações. Depois de uma disputa de quatro grupos na principal liga da prova, a seleção portuguesa qualificou-se sem qualquer derrota e entre 5 e 9 de junho de 2019, em Guimarães e Porto, a equipa das quinas vai defrontar mais três seleções para tentar arrecadar o segundo título da sua história. Holanda, Inglaterra e Suíça serão as adversárias a bater.

Despertou várias reações, algumas de aceitação, outras de desgosto. A Liga das Nações surgiu como uma alternativa a jogos amigáveis entre equipas de rankings diferentes. Muitos selecionadores concordaram com os parâmetros da nova competição, já que exigia maior competitividade entre seleções. Já os treinadores dos clubes não mostraram apreciação pela prova, devido à exigência sofrida pelos jogadores quando representam o seu país.

Desta primeira edição sobram quatro grandes vencedores. Holanda, Suíça, Portugal e Inglaterra venceram os respetivos grupos e vão estar presentes no próximo ano na Final Four, que vai ser disputada em Guimarães e no Porto.

Comecemos com a seleção portuguesa. Inserida no Grupo 3, Portugal é a única seleção que se pode gabar de não ter sofrido qualquer derrota nesta Liga das Nações. Num grupo com Itália e Polónia, a equipa de Fernando Santos impôs-se logo no primeiro teste e com autoridade.

A Itália foi recebida por um Estádio da Luz lotado e sofreu frente a uma equipa regenerada, apoiada numa juventude que se mostrou solta de amarras e com futebol atraente. André Silva, Bernardo Silva, Rúben Neves, Rúben Dias e João Cancelo foram alguns dos jovens que carimbaram presença quase obrigatória na seleção e mostraram entrosamento e futebol que encantou a Europa.

Foto: EPA

Frente à Squadra Azzurra, também ela à procura de uma nova identidade, André Silva marcou o único golo do jogo, num resultado que pecou por escasso, tendo em conta a produção portuguesa em campo.

Na segunda partida, na Polónia, Portugal mostrou a sua melhor face. Numa exibição praticamente perfeita, a equipa de Fernando Santos voltou a mostrar grande entrosamento e derrotou a equipa da casa por 3-2. Seis pontos em dois jogos e o apuramento a um ponto de distância.

No Guiseppe Meazza, Milão, já em novembro, Portugal sentiu grandes dificuldades. Na partida fora frente à Itália, a equipa de Fernando Santos teve de saber sofrer e defender bem para não encaixar golos dos transalpinos, que pressionaram alto e sufocaram a seleção das quinas durante vários minutos. Apenas na última meia-hora de jogo, Portugal teve espaço para trocar a bola como gosta e até esteve perto do golo, por intermédio de William Carvalho.

No fim da partida registou-se um empate a zero e o ponto que faltava foi conquistado, fazendo de Portugal a primeira equipa a qualificar-se para a Final Four da Liga das Nações, mesmo sem a presença de Cristiano Ronaldo.

No quarto e último jogo, contra a Polónia, Fernando Santos rodou vários jogadores e apesar do bom jogo realizado, um penálti (e expulsão) de Danilo Pereira deu aos polacos a oportunidade de empatar o jogo.

A Suíça também conseguiu garantir um lugar na Final Four da Liga das Nações. Dos quatro finalistas, pode-se dizer que os helvéticos foram a grande surpresa, até pelo resultado final que conseguiram frente à Bélgica, a grande adversária do Grupo 2.

A Suíça iniciou a qualificação com uma goleada. A Islândia foi a vítima e sofreu seis golos sem resposta. Seguiu-se um tira-teimas com a Bélgica e a primeira e única derrota (2-1) na prova. Os últimos dois jogos foram de triunfos para os helvéticos.

Foto: Ennio Leanza - EPA

Na Islândia, a equipa do selecionador Vladimir Petkovic regressou às vitórias (2-1) e a última partida foi de afirmação perante o terceiro classificado do último Mundial. A Bélgica começou melhor, esteve a ganhar por 2-0 mas não foi capaz de travar a reação suíça, que, com três golos de Seferovic, terminou o jogo a golear os belgas por uns esclarecedores 5-2.

A Inglaterra também pode ser considerada uma surpresa no lote de qualificados para a Final Four. Num grupo com Espanha e Croácia, as probabilidades da equipa de Gareth Southagate não eram as melhores mas a reinvenção da equipa dos Três Leões permitiu mostrar uma nova identidade de uma equipa que há muito se havia separado dos adeptos.

Apesar da derrota no primeiro jogo frente à Espanha (em Wembley) e de um empate a zeros na Croácia, a Inglaterra soube manter-se unida e triunfou nos últimos dois jogos. Numa grande exibição, Harry Kane e companhia surpreenderam a congénere espanhola e venceu os campeões do mundo de 2010 por 3-2, em Sevilha.

Foto: Julio Muñoz - EPA

E na última partida, frente à Croácia, houve emoção até ao fim. Apesar de ter estado a perder, Lingard e Kane deram a volta ao guião e marcaram os dois golos que colocam a Inglaterra em Guimarães e no Porto, em junho do próximo ano.

A última equipa a garantir a fase final da Liga das Nações foi a Holanda. Inserida num grupo com França e Alemanha, poucos foram os que previram um ressurgimento em força da Laranja Mecânica, com a mão de Ronald Koeman.

Derrotada pelos campeões do mundo na primeira partida do Grupo 1 (derrota por 2-1 com a França), a Holanda mostrou grande personalidade contra a Alemanha no segundo jogo. Vitória contundente por 3-0 dos holandeses, perante uns germânicos cada vez mais em crise.

E após a derrota frente à França, a equipa de Ronald Koeman desforrou-se em casa.

Foto: Koen Van Weel - EPA

Novamente com um futebol apelativo, de ataque, e com uma equipa consistente e solidária entre si. Lloris quase se perfilou herói de tantas defesas que realizou (foram dez) mas Wijnaldum e Memphis Depay (com uma grande penalidade à Panenka) fizeram uma desfeita ao guardião francês, colocando a Holanda numa situação em que para chegar à Final Four dependia apenas de si.

Frente à Alemanha, em Gelsenkirchen, a Laranja Mecânica precisava apenas de um empate, algo que durante muitos minutos pareceu impossível. Werner e Sané colocaram a equipa germânica à frente do marcador e com o passar dos minutos, a França parecia estar destinada a estar na Final Four.

No entanto, pouco menos de dez minutos infernais da Holanda colocaram a equipa de Ronald Koeman no lugar mais desejado. Promes deu esperança com um grande remate em arco que bateu Neuer aos 85 minutose Virgil Van Dijk (a jogar como unidade mais avançada), nos descontos, deu a estocada final no resultado com um remate acrobático.

Empate na Alemanha, sete pontos somados e primeiro lugar do Grupo 1. A melhor diferença de golos permitiu à Holanda juntar-se a Portugal, Inglaterra e Suíça na Final Four da Liga das Nações, que vai ser disputada entre 5 e 9 de junho do próximo ano, nas cidades de Guimarães e Porto.
Tópicos
pub