Em direto
Guerra no Médio Oriente. A escalada do conflito entre Irão e Israel ao minuto

Ricardo Teixeira nega ter sido subornado pelo Qatar para o Mundial2022

por Lusa
Qatar vai receber o Mundial 2022 Reuters

O antigo presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) Ricardo Teixeira negou esta quarta-feira as acusações de ter recebido subornos a troco de apoiar a candidatura do Qatar a organizar o Mundial2022.

“O voto no Qatar foi um acordo dos sul-americanos para apoiar a candidatura conjunta de Espanha e Portugal [Mundial2018]. No acordo, o Qatar daria os votos dos seus eleitores a Espanha, que terminou em segundo lugar. Em troca, nós daríamos os nossos ao Qatar. Não houve dinheiro nem confusão com a CBF. A única pessoa envolvida nessa eleição fui eu”, disse, em entrevista ao jornal Folha de São Paulo.

A Comissão Independente de Ética da FIFA divulgou na terça-feira o Relatório Garcia, um documento de 430 páginas sobre a investigação à atuação das candidaturas que em 2010 foram a votos na Suíça e resultou nas escolhas da Rússia para organizar o Mundial de 2018 e do Catar para o de 2022.

Na altura membro do Comité Executivo da FIFA, composto por 23 elementos, Ricardo Teixeira, agora com 70 anos, é apontado como um dos beneficiários de um esquema de compra de votos, mas o ex-dirigente defende-se ao dizer que o relatório, que admite não ter lido, “não é conclusivo” e “apenas levanta suspeitas”.

O presidente da CBF entre 1989 e 2012 negou igualmente ter recebido dinheiro das autoridades do Qatar para realizar no país um jogo particular entre Brasil e Argentina, garantindo que “o preço foi o mesmo do contrato de outros jogos”.

O brasileiro também foi visado por ter alegadamente recebido dinheiro da empresa do ex-presidente do FC Barcelona, Sandro Rosell, atualmente em prisão preventiva, bem como de ter repartido com o espanhol 15 milhões de euros relativos a direitos de jogos amigáveis da ‘canarinha’.

“Nunca recebi dinheiro de uma empresa do Sandro”, vincou, sem referir que familiares seus receberam cerca de três milhões de euros de empresas do dirigente catalão.

Ricardo Teixeira refutou a teoria de que estaria a negociar um acordo de delação com as autoridades judiciais dos Estados Unidos – “não existe esse acordo” – e classificou de “ridícula” a insinuação de que teria perguntado a Sandro Rosell sobre “um lugar seguro” para fugir, para se prevenir quanto à possibilidade de ser acusado.

“Quero ver a gravação dessa conversa. Há algum lugar mais seguro que o Brasil? Qual? Vou fugir de quê, se aqui não sou acusado de nada? Sabem que tudo que me acusam no exterior não é crime no Brasil. Não estou a dizer se fiz ou não...”, conclui.
pub