"Dragões" pontuaram em 16 das últimas 20 visitas à Luz

por Mário Aleixo - RTP
O Benfica vai tentar contrariar a força demonstrada recentemente do FC Porto na Luz Mário Cruz-Lusa

O FC Porto tem 80% de possibilidades de sair campeão no sábado do reduto do Benfica, na 33.ª jornada da I Liga de futebol, tendo em conta os resultados das últimas 20 deslocações à Luz para o campeonato.

Desde 2001/02, os "dragões" pontuaram em 16 ocasiões, com oito vitórias e oito empates, e podem agora repetir qualquer desses resultados, uma vez que estão a um escasso ponto de selar o 30.º título nacional.

Para impedir a festa dos comandados de Sérgio Conceição, o Benfica vai ter de replicar as exceções, os triunfos de 2005/06, 2009/10 e 2018/19, todos por 1-0, ou o de 2013/14, por 2-0, no dia em que todos foram Eusébio.

O francês Laurent Robert, o argentino Saviola e o suíço Seferovic selaram os três triunfos tangenciais, enquanto o espanhol Rodrigo e o "albi-celeste" Garay selaram a inesquecível vitória de 12 de janeiro de 2014, no primeiro jogo do Benfica após a morte do "rei".

Duas décadas a mandar

Na Luz, nas duas últimas décadas, quem manda é, porém, o FC Porto, que conseguiu o dobro das vitórias, num total de oito, algumas icónicas, a maior das quais a que, em 2010/11, valeu o título aos então comandados de André Villas-Boas, que se sagrariam campeões invictos.

Em 3 de abril de 2011, um autogolo de Roberto e um penálti de Hulk – pelo meio, Saviola ainda empatou, também num castigo máximo - selaram o triunfo (2-1) e o cetro do FC Porto, a cinco rondas do fim, com o Benfica, a tornar a comemoração épica, ao apagar as luzes e ligar os aspersores.

Seis anos depois, em 15 de abril de 2018, foi um golo do mexicano Herrera, aos 90 minutos, a valer um triunfo decisivo para o campeonato de 2017/18, com o FC Porto, no primeiro ano de Sérgio Conceição, a evitar o "penta" do Benfica.

Os "dragões" somaram mais três vitórias por 1-0, em 2003/04 (golo de Deco), 2004/05 (McCarthy) e 2007/08 (Ricardo Quaresma), venceram por 3-2 em 2011/12, com Maicon a marcar em fora de jogo – visível sem as linhas do VAR - o golo que virou o campeonato, e por 2-1 em 2015/16.

Em 2019/20, com tentos de Zé Luís e Marega, o FC Porto conseguiu mesmo ganhar por 2-0, igualando a sua maior vitória de sempre na Luz para o campeonato - repetiu o resultado de 1950/51, então com um "bis" de Monteiro da Costa.

Para selar o seu 30.º título, os "dragões" nem precisam de tanto, pois basta-lhes replicar os empates de 2001/02 e 2014/15, a zero, 2003/04, 2006/07, 2008/09, 2016/17 e da época passada, a um, ou de 2012/13, a dois.

Regresso às origens

A história dos confrontos na Luz, para o campeonato, entre Benfica e FC Porto não tem, porém, apenas 20 anos e, como tal, os encarnados comandam, ainda que já com menos de 50% de vitórias – 49,4%, correspondentes a 43, em 87 jogos.

Os encarnados somam mais 26 vitórias do que o FC Porto, que, em contraste com os oito triunfos nos últimos 20 anos, apenas conseguiu nove nos anteriores 67, de 1934/35 a 2000/01, para um total de 17.

A história dos encontros para o campeonato na casa do Benfica começou a escrever-se em 24 de março de 1935, dia em que, no Campo das Amoreiras, em Lisboa, os anfitriões venceram por 3-0, com tentos de Gaspar, Rogério e Vítor Silva.

Os encarnados viriam a triunfar em 13 dos primeiros 14 jogos – a exceção é o 2-3 de 1939/40 - e não mais largaram a liderança no histórico, sendo que o FC Porto só por duas vezes conseguiu vitórias consecutivas, primeiro em 1974/75 (1-0) e 75/76 (3-2) e, depois, em 2010/2011 (2-1) e 2011/2012 (3-2).

Em matéria de goleadas, e em contraponto com os dois triunfos portistas por 2-0, o Benfica conta várias, a maior das quais nos primórdios, em 1942/43: 10 tentos separaram as duas equipas (12-2), num jogo em que Julinho logrou um "póquer" (quatro golos).

A formação lisboeta, que ostenta mais 80 golos marcados (168 contra 88), conseguiu outros resultados expressivos, destacando-se o 7-2 de 1944/45, o 6-0 de 36/37, os 5-1 de 35/36 e 41/42 e ainda os 4-0 de 45/46, 46/47 e 64/65.

Individualmente, o melhor marcador é José Águas, que "bisou" em cinco ocasiões e totalizou 14 golos, contra 10 do "rei" Eusébio da Silva Ferreira.

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