Bruno de Carvalho garante ir a eleições apesar da suspensão

por Lusa
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O ex-presidente do Sporting Bruno de Carvalho disse que vai mesmo concorrer às eleições de 8 de setembro e que a Comissão de Fiscalização (CF) vai ser obrigada pela justiça a permitir que a sua candidatura concorra.

"Já agimos judicialmente, nada disto é novidade. Há várias providências cautelares interpostas e a CF vai ser obrigada a fazer aquilo que não quer, que é levar-nos a eleições. Garantidamente!", disse o ex-presidente do Sporting na apresentação da sjua sede de candidatura.

De resto, Bruno de Carvalho reiterou que não reconhece a CF por esta ser anti-estatutária e ilegal e que na Assembleia Geral do passado dia 23 de junho muitos sócios que votaram pela destituição do Conselho Diretivo o fizeram para que houvesse eleições e uma renovação da sua equipa diretiva.

O ex-presidente `leonino` acrescentou que a maioria dos sócios que foram votar em 23 de junho desconheciam a existência de uma nota de culpa, que foi lida no pavilhão Atlântico em voz baixa, contra os elementos do Conselho Diretivo que se mantinham em funções.

Recordou ainda as declarações de Jaime Marte Soares, presidente da Mesa da Assembleia Geral, que afirmou que ele [Bruno de Carvalho] podia concorrer às eleições já depois da sua destituição e acusou os demais candidatos à presidência do clube de falta de coragem por não quererem que vá a votos.

Questionado sobre a desistência do candidato Zeferino Boal a favor de José Maria Ricciardi, foi irónico: "Enquanto sportinguista fiquei preocupado, pois tratava-se de um excelente candidato, que acha que Ricciardi é melhor candidato do que ele. Estou ansioso por debater e a ir a votos com Ricciardi e os restantes candidatos, é assim que se faz a democracia".Apontada responsabilidade a Bruno de Carvalho

A Comissão de Fiscalização do Sporting justificou a suspensão por um ano de Bruno de Carvalho com a circunstância de o ex-presidente ter sido "o principal artífice e responsável da situação grave e antiestatutária criada" no clube.

Em comunicado, a Comissão de Fiscalização (CF) adianta ainda que existia "matéria suficiente" para aplicar a Bruno de Carvalho a "sanção mais grave prevista" no Sporting - a expulsão de sócio -, mas que, atendendo a "atenuantes" e por respeito ao "passado do clube", optou por não o fazer.

"A segunda sanção mais grave, à data em que correram os factos (anteriores à Assembleia Geral de 23 de junho), era, pelos estatutos então em vigor, um ano de suspensão. Por ter sido, inegavelmente, o principal artífice e responsável da situação grave e antiestatutária criada, foi esta a pena que o CF aplicou ao ex-presidente Bruno de Carvalho", pode ler-se.

Entre as razões apontadas pela CF está a "oposição continuada e acirrada" de Bruno de Carvalho "à realização da Assembleia Geral de dia 23 de junho", "legalmente convocada pelo presidente da Mesa da Assembleia Geral, e que tinha entre os pontos da ordem de trabalhos a possibilidade de destituição do mesmo Conselho Diretivo".

"Esta AG apenas se realizou depois de intervenção judicial e dela resultou o afastamento, por 71% dos votos a favor, deste Conselho Diretivo", acrescentam.

A direção liderada por Bruno de Carvalho é ainda acusada de ter convocado "ilegalmente duas assembleias gerais" e de ter desrespeitado "não só órgãos sociais do Sporting, como diversos sócios sobre os quais não pouparam insultos".

"Todos estes factos são firmemente condenados pelos Estatutos e pelo Regulamento Disciplinar, que entrou em vigor em 17 de fevereiro passado", sublinha a CF.

Esta comissão indicou ainda que todos os visados - aos restantes elementos da direção, à exceção de Luís Roque, foi aplicada a pena de 10 meses de suspensão - poderão apresentar recurso para a Assembleia Geral, nos termos dos Estatutos.
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