Covid-19: Câmara dá apoio excecional a 19 clubes desportivos de Viana do Castelo

por Lusa

A Câmara de Viana do Castelo vai atribuir, durante quatro meses, um apoio "excecional" de 250 euros por jogo a 19 clubes desportivos presentes em campeonatos nacionais ou regionais, para "compensar" a redução das receitas de bilheteira.

A medida, incluída no programa "Ativar o Desporto" e hoje apresentada em conferência de imprensa, vai vigorar entre setembro e dezembro, num valor global superior a 75 mil euros, abrangendo 11 equipas de futebol, três de voleibol, duas de hóquei em patins, uma de basquetebol e uma de andebol.

"Não podendo o município substituir-se ao público em falta, decidimos atribuir uma verba que, de certa maneira, possibilite a organização dos jogos, que assuma em parte o pagamento pelo clube da arbitragem e segurança", afirmou hoje o vereador do Desporto da Câmara de Viana do Castelo, Vítor Lemos.

O responsável explicou que, "numa primeira fase, a medida vigorará entre setembro e dezembro", mas poderá ser prolongada se continuar a ser proibida a presença de público nos estádios e pavilhões desportivos, devido à pandemia de covid-19.

"Se não houver mudança de regras estamos a falar de um apoio que ultrapassará os 75 mil euros. Admitimos, se não houver essa mudança, é uma medida que vai prolongar-se para além de dezembro", afirmou.

O apoio "durará enquanto não for revista a legislação em vigor que impede a entrada de público e é válido até 31 de dezembro de 2020, sendo que as associações e os clubes devem apresentar o calendário de jogos oficiais e são apoiados nos jogos em casa, após a realização dos mesmos".

"Quando for possível bilheteira, esta medida cai. Mas não sabemos quando e se isso virá a acontecer", especificou.

Vítor Lemos realçou que o município "tem consciência" que "não consegue substituir-se às receitas perdidas por falta de público", e referiu que o objetivo do apoio agora anunciado é o de "criar condições para que os clubes possam, de forma mais tranquila, organizar os seus jogos".

"Não será por falta de verba para pagar a arbitragem e a segurança que os clubes vão deixar de competir. Este apoio é um incentivo, um empurrão para que os clubes não desistam, não desanimem e não deixem de estar presentes no desenvolvimento da atividade desportiva porque a pandemia não nos pode vencer. Temos de cumprir as regras, temos de estar conscientes do problema de saúde pública com que nos confrontamos, mas não temos de matar o desporto", reforçou.

Questionados pelos jornalistas, os representantes dos clubes que marcaram presença na apresentação daquela medida, designada "Ativar o Desporto", apontaram os valores que gastam, em média, por jogo, com as equipas de arbitragem e segurança.

Paulo Alves, presidente do Voleibol Clube de Viana (VCV), que disputa o campeonato nacional da primeira divisão, indicou um valor de 300 euros para pagar aos árbitros, sendo que nesta fase, por não ser permitida a presença de público, não é contratado o serviço da PSP local para garantir a segurança.

Rui Natário, presidente da Juventude de Viana, que milita na primeira divisão nacional de hóquei em patins, disse que o montante gasto, por jogo, ronda os 1.100 euros, valor que sobe substancialmente se o nível de risco da partida for considerado elevado.

Já o Sport Clube Vianense, que este ano subiu ao Campeonato de Portugal, segundo informação que a Lusa recolheu junto vice-presidente do clube, Miguel Passos Silva, "o valor pago pelas taxas de arbitragem, de policiamento e segurança privada ronda os mil euros".

No encontro com os jornalistas o presidente da Câmara, José Maria Costa, destacou que este programa é "um sinal de solidariedade que o município está a dar às associações e clubes".

"Este é um tempo diferente, é um tempo em que todos somos convocados a procurar soluções para reativar a economia, a cultura e o desporto", sublinhou o autarca socialista.

A pandemia de covid-19 já provocou mais de um milhão de mortos no mundo desde dezembro do ano passado, incluindo 1.963 em Portugal.
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