Varandas. "Com esta direção não haverá buscas no Sporting"

por Mário Aleixo - RTP
Frederico Varandas a fazer um balanço muito positivo dos primeiros 100 dias na liderança do Sporting Paulo Novais-Lusa

Frederico Varandas disse na segunda-feira à noite que durante o seu mandato "nunca haverá PJ (Polícia Judiciária) dentro do estádio", em entrevista ao canal televisivo do Sporting, para assinalar os primeiros 100 dias na presidência do clube.

"Herdámos situações difíceis, mas esta direção promete que nunca teremos a vergonha de ter a PJ a entrar no Sporting. Isso interessa muito aos sportinguistas. Confio na justiça e garanto que com esta equipa nunca haverá PJ dentro do estádio ou do pavilhão", afirmou o presidente leonino, quando questionado sobre os vários processos judiciais relacionados com o futebol nacional e também com o clube.

Frederico Varandas completou 100 dias na presidência do clube, depois de ter vencido o ato eleitoral ocorrido em 8 de setembro, sucedendo a Bruno de Carvalho, que tinha sido destituído do cargo.

Esta entrevista ocorreu dois dias depois de os sócios terem rejeitado em Assembleia-Geral o recurso à suspensão por um ano do antigo presidente, um resultado que Frederico Varandas disse ser decorrente dos estatutos do clube, rejeitando qualquer "caça às bruxas".

Relativamente à relação com as claques, Frederico Varandas afirmou existirem "reuniões civilizadas", antevendo um "acordo que deixe o Sporting satisfeito".

O responsável verde e branco reconheceu ainda a negociação com o Atlético de Madrid sobre a transferência de Gelson Martins, confiando num acordo até ao final de janeiro de 2019, em contraponto com as situações de Daniel Podence e Rafael Leão.

"Não sei se os clubes terão capacidade para fazer um bom acordo e, se assim não acontecer, vamos ter de ir até às últimas consequências. É um dado adquirido, está mais do que preparado. Podemos, se houver condições para bom acordo, parar a meio", frisou.

Varandas afirmou ainda que a auditoria forense deverá estar concluída em fevereiro de 2019.
O que mudou no futebol
Quanto à equipa principal de futebol, o presidente do Sporting justificou a contratação do holandês Marcel Keizer com a aposta na formação, assegurando não estar arrependido da rescisão de contrato com José Peseiro.

"Agradeço a Peseiro tudo o que fez, mas não era aquilo que o Sporting precisava neste momento. Admito que isto cause frustração. Não foram dias complicados para mim. Nem estou arrependido. Foi uma decisão altamente tranquila e segura", sublinhou.

Varandas prometeu que o clube vai estar atento ao mercado de inverno, sem excluir a possibilidade de promover o regresso de Francisco Geraldes e Matheus Pereira, atualmente emprestados a Eintracht Frankfurt e Nuremberga, respetivamente, ou a não concretização da contratação de Sturaro, da Juventus.

"Mas, mais importante do que os reforços, é aquele grupo que está aqui. Hoje, fala-se nos números de Keizer, mas veja-se o último jogo [frente ao Nacional, para a 13.ª jornada da I Liga]: não é fácil estar a perder por 2-0 aos 34 minutos, independentemente do adversário. Não se vence aquilo só com competência, mas também com alma e acreditar, com a força do grupo. E virou-se para 5-2 e, com mais tempo, maior seria a diferença", referiu.

O dirigente leonino sintetizou os seus primeiros tempos na presidência, como "100 dias intensos, de muito trabalho sério e honesto", tendo em vista um Sporting "saudável".

"Hoje, a minha equipa sente-se feliz pelo facto de o orgulho ter sido devolvido aos sportinguistas. O Sporting já não é motivo de chacota", rematou.
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