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Alexis Tsipras admite eleições se não recuperar maioria parlamentar

por Christopher Marques - RTP
Alexis Tsipras deixou claro que se não conseguir recuperar a maioria parlamentar, será forçado a ir a eleições. Alkis Konstantinidis - Reuters

O primeiro-ministro grego confessa que os gregos podem mesmo voltar às urnas em breve. Alexis Tsipras deixou claro que, se não conseguir recuperar a maioria parlamentar, será forçado a organizar eleições. Em entrevista à rádioSto Kokkino, o governante abre a porta de saída a todos os membros do Syriza que estejam contra o acordo, mas deixa também um recado para Bruxelas: não irá para além dos termos do acordo.

Sem maioria parlamentar, os gregos regressam às urnas. O primeiro-ministro grego mostrou-se esta quarta-feira pronto a organizar eleições antecipadas caso não consiga recuperar a maioria parlamentar que tinha no Vouli desde janeiro.

“Se não tivermos uma maioria parlamentar, seremos forçados a ir para eleições”O governante garante que, caso tivesse uma maioria parlamentar estável, “seria a última pessoa a querer eleições”, mas confessa que poderá ser mesmo esse o caminho.

“Se não tivermos uma maioria parlamentar, seremos forçados a ir para eleições”, admitiu, em entrevista à radio Sto Kokkino.

Durante o mês de julho, duas votações no Parlamento helénico deixaram claras as divisões no seio do Syriza. Mais de 30 dos 149 deputados do partido recusaram associar-se às medidas de austeridade negociadas com as instituições. Apesar de contar com o apoio dos 13 deputados eleitos pelos Gregos Independentes, Alexis Tsipras perdeu a maioria no Parlamento, uma vez que deputados do seu próprio partido votaram contra.

Aliás, Tsipras apenas conseguiu ver as medidas aprovadas porque contou com o voto favorável de três partidos da oposição: a Nova Democracia, o Pasok e o To Potami.
"Garantia de um corte da dívida"
Num balanço dos seis meses de negociações com os credores, Tsipras congratulou-se por ter conseguido um terceiro empréstimo de 86 mil milhões de euros para três anos, que, caso seja assinado, prevê um "corte da dívida da Grécia"."há uma garantia de um corte da dívida, que ocorrerá depois da primeira avaliação, designadamente em novembro

Tsipras afirmou que "há uma garantia de um corte da dívida, que ocorrerá depois da primeira avaliação, designadamente em novembro".

Tsipras também se congratulou com o facto de o princípio de acordo, alcançado em 12 de julho com os credores, abrir a possibilidade de obter um empréstimo muito maior em troca dos mesmos esforços.
"Nada além" do acordo

O primeiro-ministro helénico confirmou que o Syriza reunirá em congresso em setembro, no que considera ser uma ocasião para que os membros do partido clarifiquem as suas posições. Tsipras admite que o partido está dividido e assume a responsabilidade. “Os deputados que não concordam com o resgate devem abandonar o cargo”

“Temos de admitir que o Syriza não se transformou num partido unido, apesar das tentativas, e eu sou o primeiro responsável”, afirmou ao microfone da Sto Kokkino.

O primeiro-ministro sublinha que o partido está ciente dos compromissos assumidos com Bruxelas, e frisa que todos os membros devem respeitá-los.

“Os deputados que não concordam com o resgate devem abandonar o cargo”, esclareceu. Para além da mensagem interna, Alexis Tsipras fez questão de frisar que não irá para além do que foi assumido em Bruxelas.

“Nós iremos implementar os compromissos assumidos, independentemente de concordarmos ou não com eles. Nada além disso”, clarificou.

(c/ Lusa)
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