Passos considera que se o Governo grego não acreditar nas reformas é difícil que outros acreditem

por Lusa

O primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, considerou hoje que se o Governo grego, que vai conduzir as reformas, não acreditar nesse processo "tornar-se-á progressivamente difícil que os outros acreditem que elas vão ser realizadas".

Em declarações aos jornalistas na Câmara do Porto, o primeiro-ministro foi questionado sobre a recente entrevista do líder do Governo de Atenas - na qual Tsipras disse não acreditar no acordo - alertando Pedro Passos Coelho que "se esse espírito espelhado na observação do primeiro-ministro grego for uma constante desses três anos [do programa] evidentemente que isso não é um bom sinal".

"Se o próprio Governo que vai conduzir o processo de reformas que precisam de ser feitas não acreditar nesse processo, tornar-se-á progressivamente difícil que os outros acreditem que elas vão ser realizadas", sublinhou.

Passos Coelho começou por dizer não querer comentar as palavras de Tsipras, uma vez que "o compromisso a que se chegou envolveu todos os países da zona Euro, incluindo a Grécia", mas afirmou perceber que o primeiro-ministro grego "tenha necessidade de apresentar uma explicação política para o que aconteceu e para o facto de ter dado o seu acordo a um compromisso global que o envolveu a ele".

"Nós dissemos que se não houvesse a reconstrução de condições de confiança o programa não iria funcionar. Os programas são dos países, se eles não se apropriam dos seus objetivos é muito difícil que os outros acreditem que eles vão ser cumpridos e eu espero que seja esse o espírito que o Governo grego vai evidenciar", avisou.

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