Roteiro do Governo do Syriza em meio ano de declarações

por Paulo Alexandre Amaral - RTP
Alkis Konstantinidis - Reuters

Com Atenas a não dar sinais de que venha a retroceder nas suas posições, mantendo um braço-de-ferro de cinco meses com União Europeia e credores internacionais, interessa revisitar as declarações dos protagonistas da política e mercados internacionais no pós-eleição do Syriza que levaria a uma guinada na condução dos destinos da Grécia. São declarações que desde janeiro vaticinam o vergar das convicções governativas da dupla Tsipras-Varoufakis e inevitável submissão aos ditames do resgate e dos credores.

E são basicamente três os movimentos que podemos revisitar através destas declarações: a desconfiança face aos radicais do novo Governo grego; os avanços e recuos na perspetiva de forçar os novos governantes de Atenas a subscrever a continuação do programa de resgate; a disposição do primeiro-ministro, Alexis Tsipras, e do ministro das Finanças, Yanis Varoufakis, num jogo arriscado para adiar o que os gregos veem como uma submissão aos credores.
Antes da vitória do Syriza

"O Governo alemão considera que a saída [da Grécia] da zona euro é quase inevitável se o líder da oposição, Alexis Tsipras, vier a liderar o Governo após a eleição, abandonando a disciplina orçamental e não pagando as dívidas do país"
Der Spiegel

Foto: Paul Hanna - Reuters

"O memorando [de entendimento com a troika] pertencerá ao passado, não só na Grécia como em toda a Europa"
Alexis Tsipras

"A Grécia cumpriu as suas obrigações no passado. O Governo assume que a Grécia vai continuar a cumprir os seus compromissos contratuais [com os seus credores]"
Georg Streiter, porta-voz do Governo alemão

"Antonis Samaras conduzia a cirurgia com uma faca de talhante. Nós queremos usar o laser para não matar o paciente"
Yanis Varoufakis, em entrevista a La Tribune

"Esta crise deve-se à recessão, prejudicou centenas de milhares de gregos que tinham vidas médias mas dignas, e agora são sem-abrigo, pauperizados, vivem em condições que ninguém na Europa democrática devia suportar. Existe uma cleptocracia na Grécia. Um triângulo vicioso que abarca os “responsáveis do Estado, os banqueiros e os órgãos de comunicação. Propomos reformas para desmantelar este triângulo"
Yanis Varoufakis em entrevista à Antena 1

"Neste momento, não devemos teorizar sobre se, com base na votação grega, vão continuar ou não como membro da zona euro. Os gregos são livres de decidir o seu destino. Mas, tendo dito isto, há alguns compromissos que foram feitos e esses têm de ser respeitados"
Presidente francês, François Hollande, em entrevista à rádio France Inter
26 de janeiro

"[É um] conto de crianças pensar que é possível que um país, por exemplo, não queira assumir os seus compromissos, não pagar as suas dívidas, querer aumentar os salários, baixar os impostos e ainda ter a obrigação de, nos seus parceiros, garantir o financiamento sem contrapartidas (...) É sabido que o programa do partido que ganhou as eleições é difícil de ser conciliado com aquilo que são as regras europeias"
Passos Coelho, primeiro-ministro português

Foto: Eric Vidal - Reuters

"Não figura [na Comissão] a redução da dívida grega"
Jean-Claude Juncker, presidente da Comissão Europeia, após vitória do Syriza nas eleições gregas

"Os gregos têm o direito de eleger quem quiserem. Nós temos o direito de parar de financiar as suas dívidas"
Hans-Peter Friedrich, vice-presidente da bancada da CDU no Parlamento alemão
30 de janeiro

"O nosso país recusa-se a cooperar com a troika (…) Não tencionamos continuar a colaborar com a troika [que é] um organismo podre. Este programa não permite a reconstrução da economia grega e o nosso objectivo é um acordo que permita à Grécia respirar"
Yanis Varoufakis, novo ministro grego das Finanças
Primeiros dias de fevereiro

"Quando temos uma economia que está em queda livre, é necessário que haja uma estratégia de crescimento e não apenas esforços no sentido de pressionar cada vez mais uma população que sofre cada vez mais"
Presidente norte-americano Barack Obama em entrevista à CNN

Foto: Christian Hartmann - Reuters

"Não há nenhum motivo para abandonarmos este mecanismo credível [que é a troika e o resgate]"
Porta-voz da chanceler alemã Angela Merkel

6 de fevereiro
"Na nossa opinião, um prolongar das negociações com os credores poderá levar a uma maior pressão sobre a estabilidade financeira" Standard & Poor's no dia em que baixou o rating da Grécia de B para B-
8 de fevereiro
"A decisão firme do Governo é a de honrar todas as suas promessas de campanha. É uma questão de honra e respeito"
Alexis Tsipras, novo primeiro-ministro grego

"É uma crise, e eu não acho que isso pode ser resolvido facilmente, na verdade eu não acho que isso pode ser resolvido sem uma saída da Grécia da zona euro"
Alan Greenspan, ex-presidente da Fed

Foto: Yuri Gripas - Reuters

"Há uma obrigação moral do nosso povo para com a História, para com todos os povos da Europa que lutaram e deram o seu sangue contra os nazis, uma obrigação histórica de reclamar da Alemanha as indemnizações de guerra e o reembolso dos empréstimos forçados [a que os alemães forçaram os gregos e que nunca foram devolvidos]"
Alexis Tsipras
11 de fevereiro
"Nunca a impusemos [a última parcela do financiamento da troika, no valor de 7,2 mil milhões de euros, que Atenas disse não querer]. Não há problema. Assim sendo, está tudo acabado"
Wolfgang Schäuble, ministro alemão das Finanças

"Não vamos deitar fora o atual programa, nem eles vão exigir a sua implementação cega, como se as eleições nunca tivessem ocorrido. Em vez disso, continuaremos a negociar os diversos elos, para que haja um contrato, um período de transição e uma ponte entre ambas as propostas"
Yanis Varoufakis perante o Parlamento grego

Foto: Orestis Panagiotou - EPA

"Não estamos aqui para dizer à Grécia o que ela deve fazer, mas para lhe dar as ferramentas já usadas por outros governos para resolver os mesmos problemas"
Angel Gurría, secretário-geral da OCDE

"Schäuble está a mentir: os empréstimos a uma Grécia insolvente foram, principalmente, um resgate dos seus credores, nomeadamente aos bancos alemães. E, as condições associadas aos empréstimos, de austeridade extremamente brutal, foram tudo menos generosas. As autoridades da zona do euro e as elites nacionais têm causado uma depressão na Grécia, sem resolver os problemas, nomeadamente o fardo insuportável da dívida e um sistema político corrupto e disfuncional"
Philippe Legrain, conselheiro de Durão Barroso quando Presidente da Comissão Europeia
12 de fevereiro
"Não vamos recuar, a Grécia não vai voltar ao tempo dos planos de resgate e da submissão"
Alexis Tsipras

"O que queremos é um acordo (com a zona euro), mas se não houver acordo e se virmos que a Alemanha continua intransigente e que quer rebentar com a Europa, então teremos a obrigação de passar para o Plano B. Podemos estar a falar dos Estados Unidos da América, ou pode ser a Rússia, a China"
Panos Kammenos, ministro grego da Defesa

"Estamos prontos a concertar esforços com o novo Governo grego para elevar a cooperação bilateral em várias áreas, na base do respeito mútuo"
Porta-voz do Ministério chinês dos Negócios Estrangeiros
13 de fevereiro

"Mas aqueles que também fizeram um esforço muito grande sabem que não tiveram condições tão facilitadas como a Grécia teve, e isso hoje também sai do bolso desses cidadãos, quer dos cidadãos portugueses, quer dos cidadãos irlandeses (...) Percebo portanto o seu problema, de ver como consegue conciliar o respeito pelas regras europeias com o mandato que lhe foi conferido na Grécia"
Passos Coelho
16 de fevereiro

"Sinto muito pelos gregos. Elegeram um Governo que de momento se comporta de forma bastante irresponsável"
Wolfgang Schäuble

Foto: Wolfgang Kujmm - EPA
17 de fevereiro

"[A questão não é sobre o prolongamento do empréstimo, mas sim sobre se este programa de resgate será cumprido: sim ou não"
Wolfgang Schaüble em entrevista à ZDF
18 de fevereiro

"A insistência de certos círculos para que o novo Governo grego implemente o memorando é absurda e inaceitável. A implementação do programa do memorando não está formalmente na agenda desde o último Conselho Europeu. Aqueles que voltam a esta questão estão a perder o seu tempo"
Comunicado do executivo de Atenas

"Queremos um acordo que não inclua a presença tóxica da troika. Qualquer outra proposta não é um acordo, é uma rendição, Estamos a trabalhar para encontrar um acordo honrável que não inclua austeridade nem o memorando que destruiu a Grécia ao longo dos últimos anos"
Alexis Tsipras perante o Parlamento grego

"O objetivo da França é que se chegue a um acordo com a Grécia até ao fim da semana, que permita ter em conta quer o voto dos gregos como o respeito pelas regras europeias"
Michel Sapin, ministro francês das Finanças

"A nossa opção foi implementar o memorando e ajustá-lo ao longo do caminho, quando necessário. Mas primeiro tivemos que demonstrar que queríamos e íamos cumprir, para nos tornarmos um parceiro credível (...) Foi um contrato, se pudermos chamar-lhe assim, com obrigações do nosso lado e solidariedade do outro"
Maria Luís Albuquerque, ministra portuguesa das Finanças
19 de fevereiro

"A solidariedade não se realiza num só sentido. Solidariedade e esforço são dois lados da mesma moeda. E isto não mudará"
Angela Merkel
20 de fevereiro

"Eu considero a Grécia como um membro permanente da família do euro. Não haverá saída da Grécia"
Jean-Claude Juncker, presidente da Comissão Europeia


Foto: Reuters
21 de fevereiro
"Eles estão a querer ser mais alemães do que a Alemanha"
Yanis Varoufakis, em confidência ao jornalista da RTP António Esteves Martins

"Os ministros das Finanças português e espanhol são meus colegas e eu percebo que têm as suas próprias prioridades políticas. Foram motivados por essas prioridades políticas e eu respeito isso"
Yanis Varoufakis
25 de fevereiro

"Não é fácil para a Grécia, mas também não é fácil para outros países. Ninguém pode viver de forma permanente acima das possibilidades"
Wolfgang Schäuble
8 de março
"Como já tinha dito o primeiro-ministro, não estamos colados aos lugares. Podemos ter de novo eleições. Podemos convocar um referendo sobre o euro"
Yanis Varoufakis
19 de março

"Os gregos devem demonstrar que farão as reformas que são esperadas e a Europa deve pôr à disposição da Grécia os meios financeiros para cumprir com seus compromissos"
François Hollande, Presidente francês

Foto: Etienne Laurent - EPA

"As decisões de ontem em Atenas estão bem, mas o Executivo tem que cumprir seus compromissos. Quando um governo muda o novo não pode dizer que não tem nada a ver com as decisões anteriores (...) Há muita gente que quer ajudar a Grécia, mas os gregos têm que se deixar ajudar também"
Martin Schulz, presidente do Parlamento Europeu
23 de março

"Nem os gregos são uns preguiçosos, nem os alemães, como já disse, são responsáveis por todos os males que temos no nosso país"
Alexis Tsipras na primeira visita oficial a Berlim

"A Grécia tem de voltar a crescer economicamente e superar problemas como o seu elevado desemprego, sobretudo o desemprego jovem, para levar por diante as reformas com que está comprometida"
Angela Merkel no mesmo encontro em Berlim

"Mais vale falarmos um com o outro do que um do outro"
Alexis Tsipras
8 de abril
"A crise grega deverá ser resolvida dentro do quadro da família europeia"
Yanis Varoufakis a propósito da visita de Alexis Tsipras a Moscovo, onde se encontrou com Vladimir Putin


Foto: Reuters

"Não posso imaginar que alguém em Atenas esteja pronto para voltar as costas à Europa e lançar-se nos braços da Rússia"
Sigmar Gabriel, ministro alemão da Economia

"Esta visita [de Alexis Tsipras a Moscovo] é um sinal que o primeiro-ministro grego quer mandar (...) de que a Grécia tem outros amigos. E o facto de a Europa estar a reagir como está a reagir demonstra que [a táctica de Alexis Tsipras] funciona"
Fiodor Loukianov, ministro russo das Finanças

"A Grécia pode converter-se assim num dos principais centros europeus de distribuição de energia, mas esta é uma decisão soberana que deve ser o Governo grego a adotar"
Presidente russo Vladimir Putin
9 de abril

"[O resgate] significa uma austeridade continuada que é autodestrutiva, uma vez que a dívida irá aumentar como resultado da queda do PIB (…) Precisamos de um plano fiscal que faça sentido"
Yanis Varoufakis
15 de abril
"Não é preciso mais dinheiro (…) precisamos de mais reformas"
Wolfgang Schaüble
20 de abril
"[Atenas] não enfrenta um bloco sólido de credores implacáveis que prefeririam o default ou a saída do euro ao sucesso de um Governo de esquerda. Há mais boa vontade no outro lado da mesa do que muitos gregos pensam. A forma de um acordo é, portanto, clara. É necessário parar com o aumento de austeridade, com a Grécia a concordar em fazer pagamentos significativos aos seus credores, mas não crescentes. Tal acordo daria o mote para a recuperação económica, talvez lenta no início mas que finalmente oferecesse alguma esperança"
Nobel da Economia Paul Krugman


Foto: Nacho Doce - Reuters
21 de abril

"Estamos absolutamente insatisfeitos com o curso das negociações até agora. É urgentemente necessário que haja maior esforço do lado grego para que consigamos fechar este assunto no respeito dos nossos interesses mútuos"
Jean-Claude Juncker

"A Grécia enfrenta uma crise humanitária, estando fora de questão abandonar a Grécia. Está também fora de questão apoiá-la a qualquer preço"
Jean-Claude Juncker

"Se trabalharmos de forma séria, conseguiremos alcançar um acordo nas próximas semanas e o programa recomeçará. [Com o Grexit - saída da Grécia do euro] a zona euro ficaria numa instabilidade muito perigosa. É do interesse da Grécia e da zona euro como um todo que isto se evite"
Jeroem Dijsselbloem, presidente do Eurogrupo
27 de abril
"Os grandes países fazem-se com diálogo e argumentos com vocação de concórdia. A demagogia e a frivolidade só garantem a regressão e a perda de influência. Vejo como inimigos da recuperação a instabilidade e a Grécia. O melhor para os europeus e para todos é que a Grécia continue onde está e cumpra com os seus compromissos"
Mariano Rajoy, presidente do Governo espanhol
28 de abril
"Há que pensar que isso [referendo] custa dinheiro e iria causar uma grande incerteza política, e não temos tempo [para isso] nem os gregos"
Jeroen Dijsselbloem em entrevista à televisão holandesa RTL


Foto: Olivier Hoslet - EPA
12 de maio
"A questão da liquidez é terrivelmente urgente. Todos sabem isto, é escusado fingir o contrário"
Yanis Varoufakis

"É agora a vez dos nossos parceiros mudarem de posição e tomarem as medidas necessárias para que provem, na prática, o seu respeito para com o mandato popular democrático"
Alexis Tsipras

"[Se a Grécia deixar a zona euro] não haverá vencedores. Será crítico se não formos capazes de resolver o problema grego"
Frank-Walter Steinmeier, ministro alemão dos Negócios Estrangeiros

"[Uma saída da Grécia da zona euro] não interessa seguramente aos gregos, não interessa a ninguém na União Europeia, não interessa a Portugal, nem à Espanha, nem a Itália, países que do lado das flutuações das taxas de juro a dez anos por exemplo têm revelado maior sensibilidade a esse problema"
Passos Coelho durante uma iniciativa da Juventude Social Democrata
19 de maio

"[A Grécia] está confrontada com necessidades [financeiras] que não podem esperar"
François Hollande
24 de maio

"É possível a saída da Grécia, é um tema que continua muito em cima da mesa, mas essencialmente é uma escolha que depende dos gregos"
Maria Luís Albuquerque, ministra portuguesa das Finanças


Foto: François Lenoir - Reuters
25 de maio

"É gerível uma saída da Grécia do euro, mas é negativa do ponto de vista do precedente que abre. Portanto, se a Grécia sair do euro, não vai haver, penso, imediatamente uma turbulência dos mercados, como teria havido alguns anos atrás, com efeitos terríveis de contaminação e de contágio. Mas é um precedente mau, é um precedente negativo que se abre, razão pela qual deveríamos fazer tudo para evitar que tal aconteça. Haverá sabedoria do lado grego e do lado dos parceiros do euro que evite isso? Não sei"
Durão Barroso, ex-Presidente da Comissão Europeia
28 de maio

"É muito improvável que cheguemos a uma solução global nos próximos dias"
Christine Lagarde, chefe do FMI em entrevista ao diário alemão FAZ

"Temos de negociar a partir de agora com a Comissão Europeia e não num quadro absurdo e não transparente de negociações que não são conformes aos princípios europeus"
Yanis Varoufakis
3 de junho

"Que estratégia poderá vencer? A de uma Europa da solidariedade, da igualdade e da democracia ou a de uma Europa da rutura e, por fim, da divisão?"
Alexis Tsipras

"Estamos confiantes nas possibilidades de chegar a acordo porque houve um trabalho franco-germânico extremamente intenso. Os últimos dias provam isso e os próximos também o provarão"
Emmanuel Macron, ministro francês da Economia

"Houve progressos, mas são claramente insuficientes"
Jeroen Dijsselbloem
6 de junho

"Sete décadas depois, é o meu país, a Grécia, que precisa dessa oportunidade. Alguém tinha de afastar as objeções moralistas e olhar desapaixonadamente para um país preso num conjunto de circunstâncias que só iriam provocar divisão e fragmentação por todo o continente. Os EUA, que saíram da guerra como o único país credor, fez precisamente isso"
Yanis Varoufakis desafia a Merkel a reeditar o “Discurso da Esperança”, feito em 1946 pelo secretário do Tesouro norte-americano em Estugarda para anunciar a mudança de política em relação à Alemanha derrotada na II Guerra, abrindo caminho ao Plano Marshall e ao perdão da dívida alemã
7 de junho

"Foi um movimento agressivo projetado para aterrorizar o Governo (...) sem entender que o Governo grego não pode ser aterrorizado"
Yanis Varoufakis sobre as cinco páginas da última proposta dos credores para um acordo com Atenas


Foto: Reuters

"Não acho que haja muito espaço para um acordo positivo com os credores (...) porque eles têm intenção de submeter [a Grécia]. Eles querem esmagar o país socialmente e humilhar o Governo"
Panagiotis Lafazanis, ministro grego da Energia
10 de junho

"[É tempo de] agir rapidamente, não podemos permitir soluções que sejam más para a Grécia, para a União Europeia e para a zona euro"
François Hollande
11 de junho
"Ainda há divergências importantes entre nós em setores essenciais e recentemente não houve progressos para colmatar essas divergências. Ainda estamos longe de um acordo"
Gerry Rice, porta-voz do Fundo Monetário Internacional (FMI)
15 de junho

"Somos todos humanos e é difícil admitir erros. Creio que vai ser preciso tempo para que as instituições europeias, Berlim e Bruxelas reconheçam que o programa que apoiaram durante cinco anos foi um erro mas não há outro caminho"
Yanis Varoufakis ao Bild

"Vamos ter de começar do zero com o plano de resgate, fazer tábua rasa (…) Em primeiro lugar precisamos de vincular o pagamento da dívida ao crescimento económico. Em segundo lugar precisamos de um perdão, só assim podemos garantir o pagamento da maior parte da dívida"
Yanis Varoufakis

"Vamos esperar pacientemente que as instituições se convertam ao realismo"
Alexis Tsipras

"Se as reformas não forem adotadas, a Grécia não poderá recuperar com um crescimento firme e o fardo da dívida tornar-se-á mais pesado, [apesar de os eleitores gregos terem rejeitado] "certas reformas" [ao votarem no Syriza]"
Olivier Blanchard, economista-chefe do FMI

Foto: Alkis Konstantinidis - Reuters

"[A saída da Grécia do euro tem] armadilhas, principalmente no muito curto prazo (…), mas depois de o caos diminuir a economia iria recuperar rapidamente (...) A aceitação do programa da troika constituiria um duplo suicídio – para a economia grega e para a carreira política do primeiro-ministro"
Wolfgang Münchau, editor-chefe do Financial Times

"Não seremos apanhados descalços. Se alguma coisa de mais grave acontecer com a Grécia, Portugal não cai a seguir. Nós temos condições para poder dizer que o Tesouro português está, até ao final do ano, em condições de poder enfrentar qualquer volatilidade no mercado externo e temos boas razões para pensar que nos próximos meses teremos, com certeza, uma boa resposta também para o primeiro semestre de 2016"
Passos Coelho
16 de junho

"Não me preocupa o Governo grego, preocupa-me o povo grego"
Jean-Claude Juncker

"Não é um momento bom, não é um momento fácil, ninguém deseja um desfecho difícil, mas a Europa, enquanto tal, não pode ser posta em causa por um país entre os 28, os outros 27 continuam empenhados, aliás eu acredito que continuamos os 28, mas é preciso fazer mais para conseguir levar o barco a bom porto"
Maria Luís Albuquerque
17 de junho

"A Grécia fez muitos recuos, mas aquilo que não pode aceitar é haver novamente cortes nas pensões"
Elias Soukiazis, professor da Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra
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