Sindicato refuta capacidade de influência de assessor na greve

por RTP

O Diário de Notícias assegura que o assessor Lino da Silva impediu, na quinta-feira, por volta das 22h00, que a greve de dez dias dos pilotos fosse desconvocada. Hélder Santinhos garante que esta informação vinculada pelo diário é "totalmente falsa", referindo que a decisão de prosseguir com a paralisação foi tomada pela direção do sindicato.

O Diário de Notícias assegura que o assessor Lino da Silva impediu, na quinta-feira, por volta das 22h00, que a greve de dez dias dos pilotos fosse desconvocada. Hélder Santinhos garante que esta informação vinculada pelo diário é "totalmente falsa", referindo que a decisão de prosseguir com a paralisação foi tomada pela direção do sindicato.

Santinhos confirma que houve uma reunião na quinta-feira com a administração da TAP e que o sindicato apresentou uma proposta que foi recusada pela administração.  Santinhos afirma que "há muita margem" para parar com a greve, não avançando com números quanto à adesão. "Tenho grande orgulho na classe", falando de "uma classe unida em defesa dos seus direitos".
 
"Depois debateram alguns pontos, em que acordaram e a TAP ficou de enviar estes pontos por e-mail para ser apreciado pela direção", explicou em entrevista à RTP. A direção teria então, por maioria, de aprovar o acordo.

O acordo foi recebido, confirma Santinhos, mas não mereceu a aprovação da direção por não ir de encontro às expetativas da organização.
 
Sobre a influência de Lino da Silva na não aceitação deste novo acordo, Hélder Santinhos revela que recorreram aos seus serviços para realizar alguns cálculos que poderiam influenciar a opinião da direção. Questionado sobre se o parecer de Lino da Silva contribuiu para a posição final, o sindicato nega.
 
"Não, não contribuiu. Ele nem sequer se pronunciou sobre a aceitação ou não aceitação. Apenas lhe apresentámos o que ele deveria fazer", afirma o sindicalista.
Valor "razoável"
Nos últimos anos, Lino da Silva esteve por detrás de todas as grandes negociações do sindicatos dos pilotos e cobrou mais de um milhão de euros pelos serviços prestados, apurou a RTP. Só com esta paralisação, Lino da Silva já garantiu 170 mil euros.
 
"É um valor horário que está em linha com o que era pago ao anterior assessor", classifica Santinhos, garantindo ainda que a sua contratação e respetivas condições faziam parte do manifesto da lista que acabou por vencer as eleições para a direção do sindicato.
 
Hélder Santinhos refuta que Lino da Silva tenha "a capacidade de influência que querem transparecer".
 
pub