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Autoridades pró-russas da região de Lugansk aprovam nova Constituição

por Lusa

As autoridades pró-russas da região de Lugansk aprovaram hoje uma nova Constituição, após a Rússia anunciar a anexação desta região, como parte da invasão da Ucrânia desencadeada em 24 de fevereiro.

O Conselho Popular da República Popular de Lugansk aprovou uma nova Constituição "como parte da Federação Russa", segundo fontes citadas pela agência de notícias russa Interfax.

A mesma fonte refere ainda que os 43 deputados presentes votaram a favor do texto, que descreve a região como "unidade da Rússia".

O líder da autoproclamada República de Lugansk, Leonid Pasechnik, apresentou na semana passada o projeto de uma nova Constituição, como confirmou o presidente do Parlamento pró-Rússia, Denis Miroshnichenko.

Miroshnichenko reconheceu que a aprovação do texto foi adiada porque "não é uma lei ordinária que possa ser avaliada rapidamente".

Lugansk, localizada na região de Donbass (leste), é juntamente com a região de Donetsk o epicentro de um conflito desde 2014 entre a Rússia e a Ucrânia, que se alastrou a nível nacional após a ordem de Putin de lançar uma ofensiva militar contra o território ucraniano.

Putin anunciou em setembro a anexação das regiões ucranianas de Donetsk, Lugansk, Kherson e Zaporijia, todas parcialmente ocupadas como parte da invasão russa, uma decisão endossada no início de outubro pelo Parlamento russo.

O anúncio de anexação dos territórios ucranianos ocorreu após uma série de referendos realizados nestas regiões ocupadas pelos russos e muito criticados pela comunidade internacional pela sua falta de credibilidade.

A ofensiva militar lançada a 24 de fevereiro pela Rússia na Ucrânia causou já a fuga de mais de 14 milhões de pessoas -- 6,5 milhões de deslocados internos e mais de 7,8 milhões para países europeus -, de acordo com os mais recentes dados da ONU, que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).

Neste momento, 17,7 milhões de ucranianos precisam de ajuda humanitária e 9,3 milhões necessitam de ajuda alimentar e alojamento.

A invasão russa - justificada pelo Presidente russo, Vladimir Putin, com a necessidade de "desnazificar" e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia - foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que tem respondido com envio de armamento para a Ucrânia e imposição à Rússia de sanções políticas e económicas.

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