Kiev nega. Biden afirma que Zelensky "não quis ouvir" alertas para invasão

por RTP
"Não havia dúvidas e Zelensky não quis ouvir", disse Joe Biden Caroline Brehman - EPA

O presidente norte-americano afirmou na sexta-feira que o presidente ucraniano desvalorizou sucessivos avisos dos Estados Unidos para uma iminente invasão russa do país. Kiev reagiu este sábado. Também os aliados ocidentais "não quiseram ouvir" apelos a sanções preventivas contra Moscovo, devolveu um porta-voz de Volodymyr Zelensky.

"Muitas pessoas pensaram que eu estava a exagerar", declarou Joe Biden durante uma receção, em Los Angeles, destinada a amealhar fundos para o Partido Democrático.

"Mas eu sabia que tínhamos informações nesse sentido. [Vladimir Putin] ia cruzar a fronteira. Não havia dúvidas e Zelensky não quis ouvir", acrescentou o presidente dos Estados Unidos.Recorde-se que, nas semanas que antecederam a invasão, Zelensky chegou a mostrar irritação em público com os avisos de Washington.


A Administração Biden começou a fazer chegar a Kiev avisos sobre os preparativos para uma invasão da Ucrânia muito tempo antes de o presidente russo anunciar, na madrugada de 24 de fevereiro, uma "operação militar especial".
Como reagiram os ucranianos?
Sergei Nikiforov, porta-voz da Presidência ucraniana, veio este sábado reagir às palavras do presidente dos Estados Unidos, afirmando que o próprio Zelensky pediu sanções preventivas contra a Rússia antes da invasão em larga escala, apelo que os parceiros da Ucrânia "não quiseram ouvir".

Segundo Nikiforov, o presidente ucraniano teve três ou quatro conversas telefónicas com Joe Biden antes da eclosão da guerra, durante as quais foram trocadas perspetivas e avaliações detalhadas: "Por isso, a frase não quis ouvir precisa provavelmente de clarificação".

Por seu turno, Mykhailo Podolia, conselheiro de Zelensky, afiança que Kiev estava a par dos planos bélicos de Moscovo. A dúvida prendia-se com a escala da invasão. O presidente ucraniano, frisou o conselheiro, estava atento aos avisos. Todavia, a escala da ofensiva "chocou muitos países", incluindo "parceiros" da Ucrânia.

c/ agências
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