Kiev agradece à ONU e a vários países ajuda na troca de prisioneiros

por Lusa

A Presidência da Ucrânia agradeceu hoje à comunidade internacional e às Nações Unidas o envolvimento no processo que permitiu a troca de prisioneiros com a Rússia, que permitiu a libertação de cidadãos ucranianos e estrangeiros.

Durante um `briefing` sobre a troca de prisioneiros entre a Ucrânia e a Rússia, Andriy Yermak, chefe do gabinete da Presidência ucraniana, salientou o "elevado número de negociações e consultas", que envolveram várias organizações, como a ONU, e diversos países, em particular a Arábia Saudita e a Turquia.

"Houve uma conversa telefónica entre o Presidente Zelensky e o príncipe herdeiro da Arábia Saudita, na qual agradecemos a ajuda. (...) Registámos também a participação pessoal do Presidente turco, Recep Erdogan", disse Yermak, que aproveitou para agradecer particularmente ao secretário-geral da ONU, António Guterres, a ajuda neste processo.

"Estivemos em contacto com Guterres quase diariamente", lembrou o chefe do gabinete da Presidência ucraniana no `briefing`, de acordo com um relato feito na página oficial daquele organismo.

Yermak disse ainda que esses contactos foram extensivos aos aliados dos Estados Unidos e do Reino Unido, que foram sendo informados de todas as etapas nas negociações que levaram à libertação de cerca de 300 pessoas, incluindo 10 estrangeiros (cinco do Reino Unido, dois dos EUA, um de Marrocos, um da Suécia e um da Croácia).

De acordo com o comunicado da Presidência ucraniana, a embaixadora do Reino Unido em Kiev, Melinda Simmons, já agradeceu a Zelensky o seu papel na libertação dos cinco cidadãos britânicos, dizendo que esta operação "colocou um fim a muitos meses de incerteza e de sofrimento".

Também a embaixadora dos EUA em Kiev, Bridget Brink, elogiou a troca de prisioneiros, incluindo os dois norte-americanos, dizendo que tal "demonstra como é próxima e produtiva a cooperação entre os Estados Unidos e a Ucrânia", segundo o relato do gabinete de Zelensky.

A ofensiva militar lançada a 24 de fevereiro pela Rússia na Ucrânia causou já a fuga de mais de 13 milhões de pessoas -- mais de seis milhões de deslocados internos e mais de 7,4 milhões para os países europeus -, de acordo com os mais recentes dados da ONU, que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).

A invasão russa -- justificada pelo Presidente russo, Vladimir Putin, com a necessidade de "desnazificar" e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia - foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que tem respondido com envio de armamento para a Ucrânia e imposição à Rússia de sanções políticas e económicas.

Tópicos
pub