Kiev garante ter repelido ataque noturno de `drones` russos

por Lusa
Gleb Garanich - Reuters

A Ucrânia garantiu hoje que repeliu um ataque noturno de `drones` explosivos lançado pela Rússia, menos de 24 horas depois de as infraestruturas de energia do país terem sido alvo de novos bombardeamentos, privando milhões de ucranianos de eletricidade.

A Rússia tem adotado, desde outubro, a tática de atingir centrais de produção de eletricidade com mísseis e drones, mergulhando a população da Ucrânia no frio e na escuridão do inverno.

Um ataque com mísseis russos, realizado na quinta-feira, foi seguido por uma série noturna de `drones` explosivos `Shahed`, referiu a força aérea ucraniana, que afirmou, hoje de manhã, ter derrubado 16 destes aparelhos de fabrico iraniano.

Sete dos `drones` tinham como alvo Kiev, de acordo com o presidente da câmara de Kiev, Vitali Klitschko, que adiantou que dois foram abatidos "na aproximação" à cidade e cinco acima dela.

Não houve vítimas, mas os destroços que caíram danificaram as janelas de dois prédios de um distrito do sudoeste de Kiev, acrescentou.

A presidência ucraniana acrescentou ainda que outros `drones` foram abatidos nas regiões de Cherkassy e Dnipro, no centro do país.

Em mensagem publicada nas redes sociais, o Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, sublinhou que a guerra continua "dura", mas disse estar "convencido (...) de que a agressão russa vai fracassar".

Dos 70 mísseis de cruzeiro disparados pela Rússia na quinta-feira, 58 foram abatidos, mas quatro civis foram mortos e outros oito ficaram feridos, segundo as autoridades ucranianas.

Os cortes de energia continuam hoje a ser numerosos, apesar de a energia já ser fortemente racionada em todo o país desde há semanas.

Os milhões de ucranianos que não têm geradores estão a preparar-se para celebrar o Ano Novo sem eletricidade, e muitos deles também sem água ou aquecimento e sob recolher obrigatório.

Segundo a empresa de energia Ukrenergo, as "consequências dos estragos no funcionamento da rede são menores do que o aquilo que o inimigo esperava (...) mas a situação no sul e leste do país continua difícil".

A ofensiva militar russa na Ucrânia foi lançada em 24 de fevereiro pela "necessidade de `desnazificar` e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia", como justificou o Presidente russo, Vladimir Putin.

A guerra, que já dura há mais de 10 meses, foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que tem respondido com envio de armamento para a Ucrânia e imposição à Rússia de sanções políticas e económicas.

De acordo com a ONU, a invasão e consequente guerra já causaram a fuga de mais de 14 milhões de pessoas, dos quais mais de metade para outros países europeus, sendo que há quase 18 milhões de ucranianos a precisar de ajuda humanitária e 9,3 milhões necessitam de apoio para comer e ter alojamento.

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