Nova vaga de mísseis russos abate-se sobre a Ucrânia e faz várias vítimas

por Joana Raposo Santos - RTP
Dezenas de mísseis de cruzeiro russos foram abatidos pela defesa antiaérea da Ucrânia. Alexander Ermochenko - Reuters

As forças russas lançaram uma nova onda de mísseis sobre o território ucraniano na manhã desta quinta-feira. Em Zaporizhia, pelo menos três pessoas morreram e sete ficaram feridas após ataques a infraestruturas de energia.

De acordo com as autoridades ucranianas, o local atingido em Zaporizhia voltou a ser atacado quando já se encontravam no local as equipas de resgate.

Já em Kiev, pelo menos uma pessoa morreu e duas ficaram feridas após um dos mísseis ter atingido edifícios a sul da cidade, avançou o presidente da Câmara da capital.

"As vítimas foram hospitalizadas", declarou Vitali Klitschko na plataforma Telegram, numa altura em que multidões procuravam abrigo nas estações de metro da cidade.

A vítima mortal foi um homem de 55 anos.

Em declarações a jornalistas, o porta-voz da Força Aérea confirmou que todo o país estava a ser atacado por mísseis russos.
"Seis [mísseis] Tu-95 foram disparados da região [russa] de Murmansk", disse Iouri Ignat, na mesma altura em que os alertas contra perigo de bombardeamentos começaram a soar por todo o país.

Pouco depois, as autoridades disseram ter registado 55 mísseis de cruzeiro russos. Desses, 47 foram abatidos pela defesa antiaérea da Ucrânia.
Cortes de emergência na energia
Alguns órgãos de comunicação social registaram explosões em várias regiões onde foram ativadas as defesas antiaéreas, entre as quais Vynnitsia.

A vaga de mísseis russos terá também atingido infraestruturas de energia na cidade portuária de Odessa, segundo a Administração Militar Distrital.

A DTEK, maior produtora privada de energia da Ucrânia, disse estar a realizar interrupções de energia de emergência em Kiev, assim como nas regiões de Odesa e Dnipropetrovsk, devido ao perigo dos ataques com mísseis.

Durante a noite, a Ucrânia tinha já sido alvo de um ataque com drones, 24 dos quais foram intercetados pelas forças militares.

Os novos ataques chegam um dia depois de a Alemanha ter dado, por fim, autorização aos países ocidentais para enviarem a Kiev tanques Leopard 2, de fabrico alemão.

A Rússia já reagiu à decisão ocidental, falando numa “provocação flagrante” e alertando que o Governo alemão está a contribuir para uma escalada do conflito. “[Os tanques] vão arder, como tudo o resto. São apenas mais caros”, afirmou o porta-voz do presidente russo, Dmitry Peskov.

c/ agências
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