Ofensiva russa na Ucrânia. A evolução da guerra ao minuto

por Graça Andrade Ramos, Raquel Ramalho Lopes, Paulo Alexandre Amaral, Carlos Santos Neves - RTP

Marko Djurica/ Reuters

Acompanhamos aqui todos os desenvolvimentos sobre a ofensiva militar desencadeada pela Rússia na Ucrânia.

Mais atualizações

00h40 - Ucrânia pede à Turquia investigação a mais três cargueiros russos

00h25 - Mário Draghi defende desbloqueio de cereais como passo para a paz

23h55 - NATO: UE acredita também estará mais protegida com a adesão da Finlândia e da Suécia

O presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, afirmou hoje que a futura adesão da Finlândia e da Suécia à NATO vai tornar mais segura não só a Aliança Atlântica, mas também a própria União Europeia.

"Celebremos a assinatura dos protocolos de adesão à NATO da Finlândia e da Suécia por todos os aliados da NATO, o que lança o processo de ratificação", escreveu Charles Michel, numa mensagem na rede social Twitter.

Para o presidente do Conselho Europeu, "com a adesão da Finlândia e da Suécia, tanto a União Europeia como a NATO estarão mais seguras e protegidas".

Neste contexto, enviou "calorosas felicitações" à primeira-ministra sueca, Magdalena Andersson, e à primeira-ministra da Finlândia, Sanna Marin.

23h30 - Apelo ao G20 para pressionar Rússia no acesso a cereais

A segurança energética e alimentar vai ser uma dos grandes temas em debate nas reuniões dos ministros dos Negócios Estrangeiros do G20 em Bali.

O vice-secretário de Estado norte-americano para os Assuntos Económicos e Empresariais, Ramin Toloui, afirmou em conferência de imprensa que o secretário de Estado Antony Blinken irá abordar o problema, com ênfase no papel da Rússia.

Os parceiros deverão pressionar Moscovo para colaborar com as Nações Unidas para reabrir rotas marítimas bloqueadas por vasos de guerra russos devido à invasão da Ucrânia, referiu Toloui.

22h25 - EUA não esperam encontro Blinken-Lavrov esta semana no G20

A próxima reunião do G20 em Bali não deverá ficar marcada por um encontro entre os responsáveis máximos das diplomacias norte-americana e russa, Antony Blinken e Sergei Lavrov, revelou o porta-voz do Departamento de Estado, Ned Price.

Em conferência de imprensa, Price admitiu que espera que alguns membros do G20 falem contra a invasão da Ucrânia pela Rússia. "Certamente não espero qualquer encontro entre o secretário Blinken e o ministro dos Negócios Estrangeiros Lavrov" afirmou.

22h10 - Economia de guerra russa impõe preço aos trabalhadores

O parlamento russo aprovou os primeiros diplomas de uma economia de guerra. As empresas são obrigadas a fornecer bens aos militares e os trabalhadores ficam também obrigados a trabalhar horas extras para produzir mais.

Já na frente de batalha intensificaram-se os bombardeamentos na região de Donetsk, no leste da Ucrânia.
22h00 - Sloviansk, a última cidade sob controlo ucraniano no Donbass

A ofensiva russa concentra-se agora no último reduto de defesa ucraniana do Donbass. O mercado da cidade de Sloviansk foi atingido pela artilharia russa o que provocou dois mortos e sete feridos.

Os enviados especiais da RTP António Mateus e Cláudio Calhau foram à cidade mais próxima da linha da frente desta ofensiva.

A dez quilómetros de Sloviansk, agora o principal alvo da ofensiva russa, a equipa da RTP leva a cabo a sua reportagem numa cidade privada de grande parte da sua população, que já partiu.

21h50 - MNE da Finlândia reitera intenção de combater "terrorismo"

A NATO deu hoje mais um passo para o alargamento à Finlândia e à Suécia. Os embaixadores dos países membros assinaram o protocolo de adesão, que terá agora de ser ratificado pelos parlamentos nacionais.

A Turquia já levantou o veto à adesão, mas continua a ser uma incerteza neste processo.

21h35 - Projeto de resolução sobre novas sanções à Rússia aprovado em comissão parlamentar

A comissão de Assuntos Europeus da Assembleia da República aprovou, por unanimidade, o projeto de resolução que recomenda ao Governo que defenda no Conselho Europeu “um mecanismo de retenção dos pagamentos” por combustíveis à Rússia.

De acordo com o presidente daquela comissão, Luís Capoulas Santos (PS), o projeto de resolução e o Relatório Anual do Governo sobre a participação de Portugal na União Europeia 2021 “foram aprovados por unanimidade, estando ausentes apenas o PCP e o Bloco de Esquerda”.

O projeto “recomenda ao Governo que defenda no Conselho Europeu a adoção de um mecanismo de retenção dos pagamentos por combustíveis fósseis à Federação Russa e, através do estabelecimento de uma conta fiduciária num estado terceiro, de constituição de um fundo de reconstrução da Ucrânia a título de reparações de guerra”, lê-se.

Da autoria do deputado Rui Tavares (Livre), o texto defende “nem mais um euro da União Europeia para a guerra de Putin”.

O projeto de resolução vai agora ser remitido a plenário, onde será votado, sublinhou Capoulas Santos à Lusa.

Na comissão de hoje esteve em causa a apreciação e votação do parecer no âmbito do Relatório Anual do Governo sobre a participação de Portugal na União Europeia 2021.

(agência Lusa)

21h28 - Eurodeputado alemão apela ao envio de armas para a Ucrânia

Michael Gahler, que é também líder da Comissão dos Negócios Estrangeiros do Parlamento Europeu, defendeu que a Europa deve fornecer armas à Ucrânia, além de apoiar a nível financeiro e humanitário, para responder à invasão russa e fortalecer a posição de Kiev num cessar-fogo.

Gahler disse que Vladimir Putin “quer restabelecer o antigo império soviético e não hesitará em ir mais longe, visando os países do Báltico, “apesar de integrarem a Nato”.

O eurodeputado defendeu ainda que as negociações para um cessar fogo só devem ter início “quando a Ucrânia estiver numa posição forte para estar em condições de afastar as tropas russas do seu território”.


20h30 - Reino Unido junta mais dois cidadãos russos à lista de sanções

O Reino Unido anunciou que dois cidadãos russos foram adicionados à lista de sanções, esta terça-feira, ficando submetidos ao congelamento de ativos e proibidos de viajar.

De acordo com a agência Reuters, a lista de sanções foi atualizada para adicionar Denis Gafner e Valeriya Kalabayeva, que as autoridades do Reino Unido dizem estarem envolvidos na disseminação de desinformação e na promoção de ações russas na Ucrânia.

20h23 - Primeiro-ministro grego critica “comportamento agressivo constante” da Turquia

O primeiro-ministro grego afirmou que a guerra na Ucrânia é um “ponto de viragem” para a Europa, alertando que comportamentos que motivem agressões dentro do continente devem ser evitados, referindo-se ao que classificou de agressividade constante turca.

A Grécia, que tem disputas de longa data com a Turquia e com a qual já esteve à beira de uma guerra por três vezes no último meio século, manifestou hoje, através de um discurso de Kyriakos Mitsotakis no Parlamento Europeu, em Estrasburgo, França, o seu apoio à Ucrânia contra a ofensiva russa.

“A batalha da Ucrânia não é só mais um acontecimento na cena internacional. É um ponto de viragem no curso da Europa”, afirmou o primeiro-ministro grego.

“Devemos hoje à Ucrânia evitar qualquer tipo de facto consumado que possa ser imitado amanhã por novos potenciais causadores de problemas”, disse o governante.

No discurso, Mitsotakis referiu o “comportamento agressivo constante da Turquia”, com quem tem travado uma relação cada vez mais tensa nos últimos dois anos.

Apesar de serem ambos membros da NATO, os dois países não concordam entre si numa série de questões, incluindo reivindicações territoriais no Mar Egeu ou sobre direitos de exploração energética no Mediterrâneo oriental.

Recentemente, Ancara acusou Atenas de manter nas ilhas gregas uma presença militar, violando tratados assinados, ao que a Grécia argumentou que apenas está a defender o seu território da hostilidade turca.

Segundo Mitsotakis, a Grécia mantém as suas “portas fechadas a ameaças” e as suas “janelas abertas a contactos pacíficos”, garantindo que “os litígios entre nações são resolvidos com base no direito internacional, não através de intimidação”.

Na sexta-feira passada, o Presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, também acusou Atenas de ter violado o seu espaço aéreo, acusação que as autoridades helénicas negaram e contra argumentar.

“Isto não é uma questão de fazer guerra com a Grécia”, explicou Erdogan na sexta-feira, “mas a Grécia não está a cumprir as suas promessas”.

O Presidente turco, que reforçou que Atenas tinha violado o espaço aéreo da Turquia por 147 vezes, acrescentou ainda que podia comprovar as violações cometidas pelos gregos.

“As nossas Forças Armadas estão a cumprir o seu dever e se estas violações do espaço aéreo continuarem depois disto, continuaremos a cumprir o nosso dever da mesma forma”, garantiu.

(agência Lusa)

20h19 - Navio de carga continua apresado ao largo da Turquia

Um cargueiro de bandeira russa, que está no centro de uma batalha diplomática entre Kiev e Moscoco, continua ancorado no Mar Negro, ao largo da costa turca, pelo quinto dia consecutivo, refere a agência France Presse.

A Ucrânia, que acusa a Rússia de roubar suas colheitas de trigo, garante que o "Zhibek Zholy", que partiu quinta-feira do porto ucraniano de Berdiansk, sob ocupação russa, está carregado com 7.000 toneladas de grãos obtidos ilegalmente.

Uma fonte diplomática turca responder à AFP que está em curso uma "inspeção" ao conteúdo do cargueiro.

De acordo com fonte oficial turca, que pediu anonimato, um "problema surgiu devido a um vazio de autoridade no posto de partida". "Continuamos a analisar os documentos do navio", acrescentou.

Moscovo admitiu que o cargueiro tinha bandeira russa, mas rejeitou qualquer falha. "Precisamos analisar a situação", comentou aos jornalistas o ministro dos Negócios Estrangeiros russo.

"O navio aparece como russo e ostenta a bandeira russa. Acredito que pertenceu ao Cazaquistão e a entrega inicial foi planeada sob um contrato assinado entre a Turquia e a Estónia", detalhou Sergey Lavrov.

O ministro da Indústria do Cazaquistão, Kairbek Uskenbayev, disse que o "Zhibek Zholy", de propriedade da empresa ferroviária nacional do Cazaquistão, Temir Zholy (KTZ), foi "arrendado".

Apesar da pressão ucraniana, a Turquia permanece em silêncio desde sexta-feira.

A Turquia é considerada uma aliada da Ucrânia à qual fornece drones de combate, mas tem o cuidado em manter uma posição neutra em relação à Rússia, da qual depende em particular para o fornecimento de gás.

19h20 - Ucrânia pediu à Turquia que retenha mais três navios russos com cereais ucranianos

Numa carta de 13 de junho que só agora foi conhecida, as autoridades ucranianas pediam à Turquia que apresasse três navios russos alegadamente transportando cereais roubados na Ucrânia.

A carta dizia que os navios tinham partido de Sebastopol, na Crimeia, em abril e maio.

19h18 - Líder da Duma afirma que Ucrânia é um "Estado terrorista"

O líder da Duma (câmara baixa do parlamento russo) afirmou que Ucrânia se tornou um "Estado terrorista". Vyacheslav Volodin acrescentou que está a fazer de tudo para garantir que a Rússia não interrompa a invasão do Donbass.

Volodin sugeriu que Moscovo pode estar a preparar-se para expandir os objetivos de guerra.

Citado pela agência Reuters, Volodin afirmou que a Rússia vai concentrar-se em "libertar" as regiões de Lugansk e Donetskg que compõem a região de Donbas, onde representantes russos declararam "Repúblicas Populares" reconhecidas como independentes por Moscovo dias antes de invadir a Ucrânia a 24 de fevereiro.

Ao apelidar a Ucrânia de "estado terrorista" e de "regime criminoso", Volodin avançar na narrativa que poderia ser usada para justificar um ataque mais amplo, em Kiev novamente ou uma tentativa de derrubar o governo.

"Eles estão a fazer de tudo para garantir que as nossas tropas não parem nas fronteiras da República Popular de Lugansk e da República Popular de Donestsk", afirmou perante a Duma.

De acordo com a agência de notícias RIA Novosti, o comandante das forças da República Popular de Lugansk considera que a região não está a salvo de mísseis, a menos que as forças ucranianas sejam empurradas para trás 300 quilómetros - "até a província de Kiev".

A Rússia já mudou os seus objetivos declarados noutras situações, como em 2014, quando reconheceu tardiamente que as forças anónimas que tomaram a península da Crimeia, na Ucrânia, eram de facto russas. Também este ano sempre negou a intenção de invadir a Ucrânia até ao momento em que os militares cruzaram a fronteira.

Esta terça-feira, o líder da administração regional instalada pela Rússia em partes ocupadas da província de Zaporizhia, no sul da Ucrânia, reconheceu abertamente pela primeira vez que os cereais da região estavam a ser exportados através da Crimeia.

Contudo, a Rússia nega há semanas as acusações de roubo das colheitas ucranianas.

Ainda segundo a agência Reuters, um outro sinal indica que a Rússia se prepara para uma longa guerra: a Duma aprovou dois projetos de lei que permitiriam ao governo obrigar as empresas a fornecer os militares e fazer o pessoal trabalhar horas extras para apoiar a invasão.

18h48 - ONU alerta para número "intolerável" de baixas civis

A Alta Comissária da ONU para os Direitos Humanos afirmou que são já quase 5.000 as vítimas civis confirmadas desde o início da ofensiva russa há cinco meses.

"Os civis estão a suportar o peso das hostilidades que parecem não ter fim", lamentou Michelle Bachelet perante o Conselho dos Direitos Humanos, à margem da apresentação de um relatório sobre a situação dos direitos humanos na Ucrânia.

De acordo com o último relatório do órgão da ONU, datado de 3 de julho, 4.889 civis, incluindo 335 crianças, foram mortos desde o início do conflito - um número provavelmente subestimado.

A alta comissária também criticou as inúmeras violações de direitos humanos contra populações civis.

"Em nome de cada vítima desta guerra sem sentido, as execuções, torturas e detenções arbitrárias devem acabar", disse Bachelet, citada pela agência France Presse.

O gabinte de Michelle Bachelet contabilizou mais de 1.200 corpos de vítimas civis apenas na região de Kiev em meados de maio e está a tentar corroborar mais de 300 alegações de assassinatos cometidos pelas forças russas.

"Persistem as preocupações com as mortes ilícitas (de civis), incluindo execuções sumárias", cometidas pelo exército russo, contra as quais continuam a acumular-se provas de "graves violações" do direito internacional, acusou o alto comissário.

O representante russo Evgeny Ustinov considera que a ONU está a levar a cabo uma campanha de desinformação, tendo-se tornado num "instrumento ao serviço dos interesses de um grupo de países".

18h20 - Rússia e a Bielorrússia continuam suspensas de todas as provas de hóquei no gelo

A Rússia e a Bielorrússia vão continuar suspensas das competições de hóquei no gelo, devido à invasão da Ucrânia, pois o comité disciplinar independente da federação internacional (IIHF) indeferiu o seu recurso.

O organismo argumenta que a decisão punitiva de 28 de fevereiro “não foi uma sanção, mas uma política de segurança” e que tinha “autoridade” para a implementar “em conformidade com os estatutos”.

Além de não participarem em provas internacionais, de clubes e seleções, a Rússia perdeu a organização do campeonato do Mundo de 2023, bem como os mundiais jovens da modalidade, também no próximo ano.

Estas organizações foram retiradas “com base nas preocupações legítimas pela segurança e liberdade de movimento dos jogadores, adeptos, espetadores e órgãos de comunicação social”.

A Rússia e a Bielorrússia, que apoiou politica e logisticamente o vizinho na invasão, podem recorrer destas decisões para o Tribunal Arbitral do Desporto (TAS), com sede em Lausana, Suíça.

(agência Lusa)

18h10 - Paris confirma a morte de segundo combatente francês na Ucrânia

O Ministério dos Negócios Estrangeiros confirmou a morte de um segundo combatente francês na Ucrânia, uma informação avançada pelo canal RTL na segunda-feira.

"Soubemos da triste notícia desta morte", refere o Quai d'Orsay em comunicado. "Apresentamos as nossas condolências à sua família, com a qual os serviços respeitantes (...) estão em contacto", acrescenta o comunicado, citado pela agência France Presse.

17h50 - Dinamarca é o primeiro país a ratificar a adesão da Suécia e Finlândia à NATO

O ministro dos Negócios Estrangeiros dinamarquês, Jeppe Kofod, anunciou na sua conta na rede social Twitter que o processo foi concluído e manifestou a esperança de que os restantes aliados completem o processo com rapidez.

Dinamarca, juntamente com os restantes parceiros da aliança militar ocidental, assinou hoje oficialmente o protocolo de adesão de Estocolmo e de Helsínquia na sede da NATO em Bruxelas.

"É um testemunho dos profundos laços de solidariedade entre a Dinamarca e os nossos amigos nórdicos", assinalou Kofod.

17h43 - Governo diz que Portugal reforça compromisso no seio da NATO

A ministra da Defesa Nacional, Helena Carreiras, defendeu que no atual quadro da segurança mundial e com a guerra na Ucrânia o papel de Portugal na NATO tenderá a ser reforçado.

Perante um “novo ambiente securitário internacional, o nosso compromisso no seio da NATO assumirá (...) particular destaque no curto e médio prazo”, afirmou.

“Continuaremos igualmente empenhados em teatros de operações com os quais já nos encontramos familiarizados, procurando manter um equilíbrio entre diferentes participações institucionais, sobretudo ao nível da União Europeia (UE) e da ONU”, referiu.

17h36 - Embaixadora ucraniana em Lisboa defende condenação de Putin como "criminoso de guerra"

A embaixadora da Ucrânia em Portugal denunciou os "crimes contra a humanidade" cometidos pelas forças russas desde que em fevereiro invadiram território ucraniano, defendendo a condenação do Presidente russo, Vladimir Putin, por crimes de guerra.

Ihnna Ohnivets sublinhou que, desde o início da invasão, a 24 de fevereiro, a Rússia "violou cerca de 400 acordos internacionais", segundo diversas agências internacionais.

"Por todas estas violações do direito internacional, o Presidente russo, Vladimir Putin, deve ser condenado como criminoso de guerra", defendeu a embaixadora.

Ohnivets lembrou que o Tribunal Penal Internacional (TPI) já abriu um processo de investigação a crimes de guerra cometidos pelas forças militares russas, a pedido de 42 países, incluindo Portugal.

Há duas semanas, o presidente ucraniano anunciou que Inna Ohnivets vai abandonar o cargo de embaixadora da Ucrânia em Portugal, no âmbito da rotação normal e agendada de diplomatas.

17h10 - ONU. Detenção arbitrária de civis tornou-se "generalizada" na Ucrânia

A detenção arbitrária de civis tornou-se "generalizada" em áreas da Ucrânia sob controlo russo e grupos armados afiliados, revelou a Alta Comissária da ONU para os Direitos Humanos em Genebra.

As descobertas tiveram por base informações obtidas em deslocações ao terreno e entrevistas a mais de 500 vítimas e testemunhas de violações de direitos humanos, disse Michelle Bachelet, ao Conselho de Direitos Humanos, citada pela agência Reuters.

"Apesar das restrições de acesso, documentamos 270 casos de detenção arbitrária e desaparecimento forçado. Oito das vítimas foram encontradas mortas", disse Bachelet, ao atualiza o Conselho sobre a situação na Ucrânia no período de 24 de fevereiro a 15 de maio.

Também perante o Conselho de Direitos Humanos da ONU, em Genebra, a vice-ministra dos Negócios Estrangeiros ucraniana, Emine Dzhaparova, acusou a Rússia de sequestros em massa, incluindo o autarca de Kherson, Ihor Kolykhayev, e pediu sua libertação imediata e incondicional.

O representante da Rússia argumentou que o relatório de Michelle Bachelet integrava uma campanha de desinformação contra a Rússia, destinada a "encobrir os crimes do regime de Kiev". Moscovo tem sempre negado quaisquer ataques deliberados a civis.

16h50 - Bielorrússia congela participações estrangeiras em empresas nacionais

A Bielorrússia anunciou que está a congelar as participações acionistas estrangeiras em 190 empresas bielorrussas, incluindo a entidade EPAM Systems e a Lukoil Belarus. Esta é uma retaliação às sanções ocidentais, pelo apoio à invasão da Ucrânia pela Rússia e violações de direitos humanos.

Um decreto publicado no portal oficial, citado pela agência Reuters, refere que os acionistas de países que “cometem ações hostis contra pessoas jurídicas e/ou pessoas físicas da Bielorrússia estão proibidos de alienar as suas ações”.

16h30 - Dois civis morreram em ataque a Sloviansk

As forças russas mataram duas pessoas esta terça-feira no âmbito da ofensiva para conquistar a região do Donbass, referiu o governador da região de Donetsk no serviço de mensagens Telegram.

Pavlo Kyrylenki referiu também que o ataque russo, que teve como alvo o mercado central da cidade, feriu sete pessoas.

“Mais uma vez, os russos estão a visar intencionalmente os locais onde os civis se reúnem. Isto é terrorismo puro e simples”, disse Pavlo Kyrylenko, citado pela agência noticiosa francesa AFP.

16h23 - Autoridades de Sloviansk pedem aos civis para abandonarem a cidade

As autoridades ucranianas de Sloviansk apelaram aos civis para abandonarem rapidamente a cidade, no Leste da Ucrânia. “É importante retirar o maior número de pessoas possível”, pediu o presidente da câmara de Sloviansk, Vadim Liakh, segundo a agência noticiosa norte-americana AP.

Após a queda de Lysychansk no domingo, as forças russas avançaram para oeste e dirigiam-se para esta cidade de cerca de 100.000 habitantes antes da guerra, noticiou a AFP.

A cidade de Kramatorsk, o centro administrativo regional ainda sob controlo ucraniano, também está no caminho da ofensiva russa para assumir o controlo do Donbass. As duas cidades situam-se na região de Donetsk, que integra o Donbass tal como Lugansk.

A Rússia anunciou que as suas forças assumiram o controlo de Lugansk com a conquista das cidades de Severodonetsk e Lysychansk.

Ao celebrar a vitória em Lugansk, o presidente russo, Vladimir Putin, ordenou ao seu ministro da Defesa, Serguei Shoigu, que as forças armadas prosseguissem com a ofensiva em Donetsk.

(agência Lusa)

16h14 - Boris Johnson transmite mensagem de confiança a Zelensky

O primeiro-ministro britânico disse ao presidente ucraniano, esta terça-feira, durante uma chamada telefónica, que acredita que os seus militares podem retomar o território recentemente capturado pelas forças russas, referiu uma porta-voz do gabinete de Boris Johnson, citada pela agência Reuters.

O chefe de Governo britânico também conversou com Volodymyr Zelenskky sobre os mais recentes equipamentos militares britânicos, incluindo 10 sistemas de artilharia e munições, que devem ser entregue nos próximos dias ou semanas a Kiev. 

15h45 - Pró-russos anunciam exportação de cereais ucranianos para Médio Oriente

As autoridades pró-Moscovo de Zaporizhia, cidade ucraniana controlada pelo Exército russo, anunciaram um acordo para exportar cereais ucranianos para o Médio Oriente, dias após a partida do primeiro navio do porto de Berdyansk com várias toneladas de cereais.

O chefe da administração civil e militar pró-Moscovo, Yevgueni Balitski, declarou à agência TASS que existe um acordo de exportação "com países do Médio Oriente: Iraque, Irão e Arábia Saudita".

Segundo Balitski, o maior contrato foi assinado com o Irão, para o fornecimento de 150 mil toneladas de cereais.

"Os preços agora não são maus. Coloquei um limite regional de 10.000 rublos (cerca de 170 euros por tonelada) para que não fosse vendido mais barato. Mas já está a ser negociado acima desse preço. Por outras palavras, os agricultores recebem cerca de 200 dólares (cerca de 190 euros) por tonelada, o que é maravilhoso", disse Balitski.

A Ucrânia denunciou hoje que a Rússia está a exportar cereais roubados dos territórios ocupados, exportando-os para a Turquia, citando uma investigação jornalística ocidental.

A investigação, divulgada pela agência ucraniana Ukrainska Pravda, mostrará que não foram cumpridas as garantias das autoridades turcas de que se absteriam de comprar cereais ucranianos roubados pela Rússia dos territórios ocupados.

As fontes de informação referidas pela investigação jornalística asseguram que "os agressores russos desligam os radares dos navios que transportam cereais ucranianos da Crimeia ocupada pelos russos para os portos turcos", num processo comprovado por imagens de satélite.

(agência Lusa)

15h30 - Eurodeputados favoráveis a suspensão da Rússia da Interpol

O Parlamento Europeu defendeu que a União Europeia (UE) deve trabalhar no sentido de suspender a Rússia da Interpol, considerando perigoso o acesso de Moscovo aos dados da Organização Internacional de Polícia Criminal.

A posição dos eurodeputados consta de um relatório com as recomendações da assembleia para um novo acordo de cooperação entre a UE e a Interpol, que está atualmente a ser negociado, aprovado hoje no hemiciclo de Estrasburgo, França, com 607 votos a favor, 13 contra e 11 abstenções.

No relatório adotado, os eurodeputados consideram a invasão russa da Ucrânia, lançada em 24 de fevereiro passado, “uma ameaça direta à cooperação internacional para a aplicação da lei”, e sustentam que “o acesso contínuo da Rússia aos dados da Interpol está a pôr em perigo a cooperação da UE com a organização policial”.

“Por conseguinte, o Parlamento apoia a remoção dos direitos de acesso aos dados da Interpol da Rússia e da Bielorrússia, e eventualmente a sua suspensão total da Interpol”, indica a assembleia.

A eurodeputada polaca Jadwiga Wisniewska, autora do relatório hoje aprovado, comentou que “a Interpol é o parceiro-chave da UE na luta contra o terrorismo e o crime organizado”, razão pela qual a colaboração deve ser ainda mais reforçada.

“As nossas principais prioridades são conceder às agências da UE acesso controlado direto às bases de dados da Interpol e combater o uso indevido dos ‘alertas vermelhos’ e mandados de captura da Interpol. Além disso, dada a situação geopolítica, acredito firmemente que a Rússia deve ser excluída da Interpol na sequência da sua agressão injustificada à Ucrânia", refere a eurodeputada.

Atualmente, apenas os Estados-membros da UE têm acesso às 19 bases de dados da Interpol, enquanto as agências da UE não têm forma de trocar estas informações.

Nas recomendações hoje adotadas, os eurodeputados defendem que seja concedido acesso às bases de dados da Interpol às agências comunitárias relevantes, designadamente à Europol (Agência Europeia para a Cooperação Policial), EPPO (Procuradoria Europeia), Eurojust (Agência Europeia para a Cooperação no domínio da Justiça Penal) e Frontex (Agência Europeia de Fronteiras e Guarda Costeira).

Em julho de 2021, o Conselho autorizou negociações para um novo acordo de cooperação entre a UE e a Interpol.

(agência Lusa)

15h20 - Conselho de Segurança da Rússia garante que objetivos da guerra são para cumprir

O secretário do Conselho de Segurança da Rússia disse que os objetivos da "operação militar especial" na Ucrânia vão cumprir-se apesar do "aumento" da ajuda militar estrangeira ao governo de Kiev.

"Apesar do auxílio militar dos Estados Unidos e do 'Ocidente' à Ucrânia, dos aumentos de abastecimento de armamento letal, os objetivos (da "operação") vão ser cumpridos", declarou Nikolai Patrushev, numa reunião sobre segurança nacional na cidade de Khabarovsk, no extremo oriental do país.

Em declarações citadas pela agência Interfax, Patrushev insistiu que os objetivos da Rússia na Ucrânia são "defender as pessoas do genocídio levado a cabo pelo regime neonazi ucraniano, desmilitarizar e desnazificar o território ucraniano para conseguir um estatuto de neutralidade".

Na mesma intervenção, Patrushev atacou os Estados Unidos, que acusou de "apostar no enfraquecimento e opressão da Rússia em prol de seu domínio e da preservação da superioridade político-militar que obteve no final do século passado".

Sobre a situação nas fronteiras orientais da Rússia, o mesmo responsável disse que se verifica o "aumento da presença militar dos Estados Unidos e aliados de Washington na região do Ártico e na região Ásia Pacífico".

O secretário do Conselho de Segurança russo referiu-se igualmente às sanções contra as empresas do setor energético do país.

As sanções, afirmou, mostraram "a dependência do setor da energia russo em relação às tecnologias, equipamentos e programas informáticos estrangeiros".

"Por isso, é necessário garantir a breve prazo a independência das importações em atividades críticas para o funcionamento estável do setor da energia e dos combustíveis", afirmou.

(agência Lusa) 

14h37 - Guerra na Ucrânia está a afetar a venda de carros

14h33 - Olaf Scholz discutiu energia com presidente dos Emirados

O chanceler alemão discutiu esta terça-feira sobre questões de energia com o presidente dos Emirados Árabes Unidos, Sheikh Mohammed bin Zayed al-Nahyan.

"Numa conversa telefónica, o chanceler e o presidente falaram sobre a cooperação bilateral, incluindo nas áreas da proteção energética e climática, questões regionais e também o ataque russo à Ucrânia e o seu impacto global", refere o porta-voz de Olaf Scholz em comunicado.

14h30 - Recrutamento de ucranianos. Mais de 700 inscritos em iniciativa da Sonae

A Sonae está a promover um processo de recrutamento de refugiados ucranianos. Trata-se de uma parceria com os municípios de Vila Nova de Gaia, Porto e Matosinhos.


14h25 - Governo assinala "papel relevante" na ajuda à Ucrânia

14h15 - Atingido mercado em Sloviansk

As forças russas atingiram um mercado na cidade de Sloviansk, leste da Ucrânia, matando uma mulher e ferindo pelo menos três outras pessoas, segundo a polícia.

Um repórter da Reuters no local viu fumo amarelo a sair de uma loja de material de automóvel. As chamas engoliram filas de bancas de mercado enquanto os bombeiros tentavam extinguir as chamas.

Não é claro que munições foram usadas no ataque ou quantas pessoas estavam no local quando a estrutura foi atingida.

13h55 - Assinado protocolo de adesão da Finlândia e da Suécia à NATO

13h48 - Alunos e professores da Universidade de Mariupol mudam-se para Kiev

A universidade de Mariupol, no sul da Ucrânia, foi completamente destruída. Apesar disso, quase todos os cinco mil alunos e professores conseguiram escapar aos bombardeamentos.

Mudaram-se para Kiev e é na capital que esta universidade vai voltar a funcionar.

A reportagem é dos enviados especiais da RTP Paulo Jerónimo e Marques de Almeida.

13h43 - RTP na região de Donetsk. Máquina de guerra russa com novo foco

A ofensiva russa no leste da Ucrânia está agora focada na região de Donetsk. Os enviados especiais da RTP, António Mateus e Cláudio Calhau, estão perto da linha da frente.

13h25 - Zelensky critica papel dos armadores gregos no transporte de petróleo russo

O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, denunciou o papel das empresas gregas na exportação de petróleo russo, situação que "não corresponde aos interesses da Europa".

"Vemos como as empresas gregas fornecem quase a maior frota de navios para o transporte de petróleo russo", disse Zelensky durante um discurso por videoconferência num fórum económico em Atenas.

"Isto acontece precisamente quando outro recurso energético russo [gás] é usado como arma contra a Europa e contra o orçamento de todas as famílias europeias. Estou certo de que isso não corresponde aos interesses da Europa, Grécia ou Ucrânia", acrescentou o presidente ucraniano.

13h17 - Bombardeamento russo "massivo" na cidade oriental de Sloviansk

A cidade de Sloviansk, agora o alvo das forças russas no leste da Ucrânia, está a sofrer um bombardeamento "massivo", disse terça-feira o seu presidente da câmara, apelando aos residentes para se abrigarem.

"Sloviansk! Bombardeamento massivo da cidade. O centro, o norte. Mantenham-se nos abrigos", apela Vadim Liakh no Facebook.

13h15 - Chefe da Duma quer rever acordo marítimo com a Noruega

O chefe da câmara baixa do parlamento russo pediu na terça-feira que se considere quebrar um acordo de delimitação marítima com a Noruega, em resposta ao bloqueio do trânsito de mercadorias para um arquipélago do Ártico.

A Comissão de Assuntos Externos da Duma "examinará a questão e depois informará os deputados", disse o presidente da Câmara baixa, Vyacheslav Volodin, de acordo com o site da assembleia.

A Rússia e a Noruega, dois dos principais players da cobiçada região do Ártico, chegaram a acordo em 2010 sobre a delimitação das suas fronteiras marítimas no Mar de Barents, que pôs fim a uma disputa de 40 anos.

Este acordo, ratificado em 2011, foi saudado como uma oportunidade para um novo começo para as relações entre os dois países, mas as suas relações tornaram-se fortemente tensas desde então, especialmente devido à ofensiva militar de Moscovo na Ucrânia.

É neste contexto que a Rússia acusa Oslo de ter impedido, no final de junho, o trânsito através do seu território de uma carga destinada a abastecer mineiros russos que se instalavam no arquipélago ártico norueguês de Svalbard.

A Noruega defendeu-se assegurando que não violou qualquer acordo e que Moscovo poderia fornecer à comunidade russa que vive em Svalbard por outros meios.

Localizado a cerca de mil quilómetros do Polo Norte, Svalbard é governado por um tratado concluído em Paris em 1920.

12h55 - Moscovo. Armas ocidentais entregues à Ucrânia acabam no "mercado negro"

A Rússia afirmou que o equipamento militar entregue pelos países ocidentais à Ucrânia estava agora no mercado negro e no Médio Oriente.

Algumas das armas entregues em Kiev "espalharam-se para o Médio Oriente e também acabam no mercado negro", disse o ministro da Defesa, Sergei Shoigu, num discurso transmitido pela televisão.

As entregas de tanques, artilharia e outros equipamentos militares por países ocidentais à Ucrânia despertaram a ira da Rússia, que tem levado a cabo uma ofensiva militar muito dispendiosa contra o seu vizinho desde o final de fevereiro.

Shoigu acusou os países ocidentais de terem até agora entregado mais de 28.000 toneladas de armas à Ucrânia "na esperança de prolongar o conflito" e de sangrar a Rússia.

12h35 - Nações Unidas com 16,5 milhões de euros para armazenamento de cereais na Ucrânia

A agência alimentar das Nações Unidas disse ter recebido 17 milhões de dólares (16,5 milhões de euros) para tratar dos problemas de armazenamento de cereais na Ucrânia e também assim aumentar as exportações à medida que os preços globais dos alimentos se aproximam dos níveis recorde no meio da guerra no país.

12h28 - Parlamento russo aprova primeira votação sobre medidas de economia de guerra

Os legisladores russos deram na terça-feira o primeiro selo de aprovação a dois projetos de lei que autorizariam o governo a obrigar as empresas a fornecer aos militares bens e seus funcionários para fazerem horas extraordinárias para apoiar a invasão da Ucrânia.

O vice-primeiro-ministro, Yuri Borisov, disse no parlamento que os movimentos foram motivados pela necessidade de apoiar os militares numa altura em que a economia da Rússia estava sob "pressão colossal de sanções" do Ocidente, mais de quatro meses após a “operação militar especial” na Ucrânia.

"A carga na indústria da defesa aumentou significativamente. Para garantir o fornecimento de armas e munições é necessário otimizar o trabalho do complexo militar-industrial e das empresas que fazem parte das cadeias de cooperação", disse.

11h58 - Finlândia e Suécia com estatuto de "convidados" até conclusão da ratificação

A Finlândia e a Suécia têm desde hoje o estatuto de "convidados" na NATO, após os embaixadores dos 30 países membros da Aliança Atlântica terem assinado os protocolos de adesão dos dois países, que terão de ser ratificados.

"Este é um dia histórico para a Finlândia, para a Suécia, para a NATO e para a segurança euro-atlântica", declarou o secretário-geral da organização, Jens Stoltenberg, numa conferência de imprensa em Bruxelas com os chefes de diplomacia da Finlândia, Pekka Haavisto, e da Suécia, Anne Linde, que assistiram à cerimónia de assinatura dos protocolos, no quartel-general da Organização do Tratado do Atlântico Norte.

Stoltenberg explicou que até à conclusão dos processos de ratificação pelos 30 atuais países membros da NATO, Finlândia e Suécia terão o estatuto de "convidados", o que lhes permite participar desde já nas reuniões da organização e ter acesso a informação privilegiada.

Escusando-se a apontar uma data para a conclusão da ratificação da adesão dos dois países, dado ter de passar por 30 parlamentos nacionais e os procedimentos serem diferentes, o secretário-geral apontou que muitos Aliados já anunciaram que o processo será célere, mas demorará certamente "meses", recordando que em média este processo leva até um ano.

Contudo, Stoltenberg salientou que todos os Aliados têm noção da "importância de uma ratificação célere" e destacou que este é, desde já, "o processo de adesão mais rápido da história da NATO", pois os protocolos foram assinados apenas sete semanas depois da apresentação das candidaturas de Helsínquia e Estocolmo.

Considerando também a cerimónia de hoje "um momento histórico", os ministros dos Negócios Estrangeiros de Finlândia e Suécia fizeram igualmente votos para que os processos de ratificação sejam rápidos.

Questionados sobre se receiam problemas com a ratificação pelo parlamento turco, Haavisto e Linde manifestaram-se convictos de que o memorando de entendimento celebrado com a Turquia por ocasião da cimeira de Madrid dá a Ancara todas as garantias, e reiteraram o firme compromisso de "honrar esse memorando e dar-lhe seguimento".

A assinatura dos protocolos de adesão pelos embaixadores junto da NATO dos 30 atuais países membros decorreu hoje de manhã depois de, na segunda-feira, Finlândia e Suécia terem concluído as negociações para se tornarem membros da organização, uma mera formalidade após Ancara ter levantado o veto à entrada de Helsínquia e de Estocolmo na Aliança, durante a Cimeira de Madrid, na semana passada.

Os processos de ratificação dos protocolos de adesão variam de um país para outro: enquanto os Estados Unidos precisam da aprovação de dois terços do Senado, no Reino Unido não é necessária uma votação formal no Parlamento.

O princípio da defesa coletiva da NATO, segundo o qual um ataque contra um aliado equivale a um ataque contra todos, só se aplicará à Finlândia e à Suécia quando estes se tornarem membros de pleno direito, após a conclusão de todo o processo de adesão.

A guerra na Ucrânia levou a Finlândia e a Suécia, países de tradição neutral, a solicitar a entrada na NATO, processo que se revelou mais complexo do que o esperado, depois de a Turquia ter bloqueado o acesso dos dois estados, considerando-os negligentes no tratamento de organizações que Ancara descreve como terroristas.

No entanto, Ancara, Estocolmo e Helsínquia chegaram a um acordo na Cimeira de Madrid, para que a Turquia levantasse o seu veto.

(agência Lusa)

11h49 - Declaração final de Lugano apela à saída das tropas russas para reconstruir a Ucrânia

Já se conhece o conteúdo da declaração que decorre da conferência de Lugano, na Suíça. Um documento não vinculativo, mas que pede à Rússia para abandonar o território ucraniano com vista à reconstrução de infraestruturas económicas e sociais no país assolado pela guerra.

O processo poderá custar mais de 700 mil milhões de euros, de acordo com as estimativas do Governo ucraniano.


11h10 - Suécia e Finlândia formalizaram processo de adesão à NATO

Na conferência após a assinatura do protocolo de adesão, o secretário-geral da organização sublinhou que este é um dia histórico.

Jens Stoltenberg lembrou ainda que NATO, Suécia e Finlândia partilham os mesmos valores.

10h57 - Ministro russo garante que não estão a ser enviados recrutas para a Ucrânia

O ministro da Defesa, Sergei Shoigu, disse esta terça-feira que não estavam a ser enviados recrutas para a Ucrânia para combater na "operação militar especial" da Rússia, informou a agência noticiosa estatal russa TASS.

Embora o presidente Vladimir Putin tenha dito anteriormente que os recrutas não seriam enviados para a Ucrânia, o Ministério da Defesa declarou em março que vários recrutas teriam entrado em ação na zona de conflito.

A Rússia recruta anualmente cerca de 400 mil jovens para o serviço militar obrigatório de um ano e o seu tratamento é uma questão política sensível.

10h26 - Reconstrução da Ucrânia. Portugal e o "reconhecimento do absurdo da guerra"

10h15 - Apoio de Portugal é "reconhecimento do aburdo da guerra"

"A vontade de Portugal de apoiar a reconstrução da Ucrânia não é um puro ato de solidariedade e cooperação. É o reconhecimento do absurdo desta guerra, da crueldade dos ataques perpetrados contra alvos civis, independentemente das convenções internacionais fundacionais", afirmou o ministro da Educação,João Costa, durante a Conferência de Lugano, na Suíça, que tem como objetivo a elaboração de um plano para a reconstrução da Ucrânia.

9h49 - Rússia planeia ligação ferroviária com Donbass

Moscovo planeia lançar uma ligação ferroviária entre a região sul de Rostov e as regiões de Donetsk e Lugansk, no leste da Ucrânia, noticiou esta terça-feira a agência noticiosa estatal TASS, citando o governo da região de Rostov.

A Rússia estabeleceu o controlo total da região de Lugansk no domingo e está a lutar para expulsar as forças governamentais ucranianas de Donetsk.

9h42 - IKEA reabre para venda online na Rússia antes de deixar o país

A IKEA vai reabrir para o seu negócio online com os clientes autorizados a comprar produtos numa venda exclusiva pela Internet antes de encerrar a sua operação num mercado ao qual diz esperar regressar um dia.

"A partir de 5 de julho e por algumas semanas você pode comprar produtos IKEA em onikea.ru", refere a empresa sueca no seu site russo. "As mercadorias estarão à venda enquanto estiverem em stock".

9h32 - Moscovo acusa Ucrânia de torturar prisioneiros de guerra

A Rússia disse estar a investigar casos de tortura de soldados russos capturados pelas forças ucranianas e que foram libertados durante uma troca de prisioneiros.

"O Comité de Investigação Russo está a verificar factos do tratamento desumano dos soldados russos prisioneiros da Ucrânia", disse o organismo encarregado das investigações criminais na Rússia, em comunicado.

A Rússia e a Ucrânia realizaram várias trocas de prisioneiros de guerra desde a ofensiva russa. O último remonta a 29 de junho e envolveu 144 ucranianos e outros tantos do lado russo.

Alguns dos russos terão relatado "inúmeros factos da violência que sofreram" durante a sua detenção, de acordo com o comunicado, relatando espancamentos, tortura com eletricidade ou privação de água e comida.

A Rússia disse na semana passada que ainda tinha sob detenção mais de 6.000 prisioneiros de guerra ucranianos. Não disse quantos russos estavam detidos.

8h58 - Veterano do FSB na liderança do governo de Kherson

Um oficial russo dos poderosos serviços de segurança (FSB) assumiu esta terça-feira o cargo de chefe do governo na região de Kherson, agora ocupada pelas forças russas.

Sergei Yeliseyev, que era vice-chefe do governo da região russa de Kaliningrado (Noroeste), "tornou-se chefe de governo da região de Kherson", disse Vladimir Saldo, que chefia a administração da ocupação russa, no Telegram.

Formado na Academia do FSB, Elisseyev, de 51 anos, serviu no serviço de segurança para funções não especificadas, de acordo com o site da região de Kaliningrado.

O ex-deputado ucraniano Alexei Kovalev, que sobreviveu a uma tentativa de assassinato no final de junho, foi nomeado adjunto de Elisseyev por questões agrícolas.

8h39 - Em Lugano para definir a reconstrução da Ucrânia

Aliados da Ucrânia, instituições internacionais e setor privado concluem hoje a reunião de Lugano, na Suíça, com o objetivo de elaborar um “plano Marshall” para a reconstrução do país. A conferência deverá ser marcada por uma declaração comum com as “prioridades, método e princípios” desse projeto.

Zelensky, apelou aos países democráticos para aderirem ao plano de reconstrução da Ucrânia, e o seu primeiro-ministro sugeriu que os bens russos congelados devem ser usados para cobrir parte dos 750.000 milhões de dólares (mais de 718.800 milhões de euros) que poderão ser gastos no plano.

A Conferência de Lugano conta com a participação de pelo menos 38 países, incluindo Portugal, representado pelo ministro da Educação, João Costa.

8h32 - Zelensky garante que não vai baixar os braços

Volodymyr Zelensky garante que as forças ucranianas continuam a resistir aos ataques russos. O presidente da Ucrânia diz que não vai baixar os braços.


8h27 - NATO assina protocolos de adesão da Finlândia e da Suécia

Os embaixadores junto da NATO dos 30 países que atualmente integram a Aliança vão assinar esta terça-feira os protocolos de adesão da Finlândia e da Suécia.

Os dois países concluíram na segunda-feira as negociações para se tornarem membros da NATO, uma formalidade depois de a Turquia ter levantado o veto à entrada de Helsínquia e de Estocolmo na Aliança, durante a Cimeira de Madrid, na semana passada.

As negociações com ambos os países "confirmaram formalmente a sua vontade e capacidade de cumprir as obrigações e compromissos políticos, legais e militares da adesão à NATO", referiu a Aliança.

A Finlândia e a Suécia não devem assinar esses protocolos de adesão, mas os seus chefes de diplomacia estarão presentes hoje na sede da organização e darão uma conferência de imprensa conjunta com o secretário-geral da NATO, Jens Stoltenberg.

(agência Lusa)

8h19 - Reconstrução da Ucrânia vai ser feita, em parte, com dinheiro congelado russo

7h43 - Londres avalia situação no teatro de guerra

Na sequência da captura russa de Lysychansk, que selou a tomada da região de Lugansk, no leste da Ucrânia, as forças de Kiev deverão agora reposicionar-se numa linha da frente com melhores condições de defesa, avalia o Ministério britânico da Defesa.

O mais recente relatório dos serviços de informações militares do Reino Unido confirma a "relativamente rápida captura" de Lysychansk.

"Ao contrário das fases prévias de guerra, a Rússia provavelmente conseguiu uma coordenação razoavelmente eficaz entre pelo menos dois grupos de forças, o agrupamento cental provavelmente comandando pelo general-coronel Alexandr Lapin e o agrupamento do sul provavelmente sob [o comando] do recentemente nomeado general Sergei Surovikin", estima Londres.


"A batalha pelo Donbass tem sido caracterizada por ritmos lentos de avanço e a utilização em massa de artilharia da Rússia, arrasando vilas e cidades no processo".

"Os combates no Oblast de Donetsk vão quase certamente prosseguir desta forma".

7h23 - Ponto de situação


  • Moscovo declarou vitória em Lugansk, um dia depois de as forças ucranianas terem abandonado as derradeiras posições defensivas na cidade de Lysychansk. O presidente russo, Vladimir Putin, saudou as tropas envolvidas na captura daquela região do Donbass, afirmando que os militares devem agora “descansar” e “aumentar as suas capacidades de combate”, para depois prosseguir a ofensiva.

  • O governador de Lugansk, Serhiy Haidai, expressou a convicção de que o foco das tropas russas deverá agora orientar-se para Sloviansk e Bakhmut, cidades da região de Donetsk, também no leste da Ucrânia.

  • As autoridades de Kiev levaram à Conferência de Recuperação da Ucrânia, a decorrer na Suíça, as contas da reconstrução do país, na forma de um “plano de recuperação” calculado em 750 mil milhões de dólares. O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, interveio por videoconferência no evento, advogando que este esforço de reconstrução deve ser encarado como uma tarefa do mundo democrático.

  • O primeiro-ministro ucraniano, Denys Shmyhal, defendeu que o plano de recuperação do seu país deve ser financiado, em boa parte, pelos bens confiscados a oligarcas russos.

  • O plano de recuperação gizado a partir de Kiev passa por três fases: num primeiro momento, repor infraestruturas-chave para a vida quotidiana das populações, nomeadamente o abastecimento de água ou de energia; uma segunda fase passaria pela construção de habitações temporárias e pelo desenvolvimento de projetos de hospitais e escolas; a última fase seria dedicada à transformação do país a longo prazo.

  • O presidente ucraniano adianta que estão em curso conversações com a Turquia e as Nações Unidas para acautelar a exportação de cereais do seu país. Volodymyr Zelensky falava em conferência de imprensa ao lado da primeira-ministra sueca, Magdalena Andersson.

  • A Turquia apreendeu um cargueiro de pavilhão russo que navegava ao largo da sua costa do Mar Negro. Kiev alega que o navio está carregado de cereais furtados à Ucrânia.

  • O primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, sustenta que é necessário contemplar rotas alternativas para assegurar as exportações de cereais da Ucrânia, incluindo o Rio Danúbio, caso estas não possam ser escoadas através do estrito do Bósforo, na Turquia.