Tóquio2020. Judoca Bárbara Timo eliminada na segunda ronda

por Lusa
Barbara Timo (à esquerda na foto) foi eliminada pela campeã do mundo em -70 kg Tiago Petinga-Lusa

A judoca portuguesa Bárbara Timo despede-se dos Jogos Olímpicos Tóquio2020, depois de perder na última madrugada ao segundo combate na categoria de -70 kg, com a croata Barbara Matic.

Num combate de elevada dificuldade, diante da mais recente campeã do mundo deste peso médio, isenta na primeira ronda, Bárbara Timo, vice-campeã mundial em 2019, não conseguiu impor o seu judo, perdendo por ippon a cerca de dois minutos do final.

Na primeira ronda, a judoca tinha vencido a jamaicana Ebony Drysdale Daley, 59.ª do mundo, que foi eliminada após sofrer três castigos.

Dar tudo não foi suficiente

A judoca portuguesa lamentou que todo o seu empenho na preparação para os Jogos tenha sido insuficiente para bater a croata Barbara Matic.

Acho que a tristeza é por ter feito tudo e não ter sido suficiente. Eu sei que dei tudo, fiz tudo o que era possível e estava ao meu alcance, mas, infelizmente, é assim, o judo é assim. Se se soubesse o resultado era outra coisa diferente”, desabafou a vice-campeã do mundo em 2019, na zona mista do Nippon Budokan.


“Ela é a atual campeã do mundo, é experiente também. O jogo dela é colocar muito volume na frente, tal como o meu, tal como fiz na outra luta, mas ela conseguiu isso primeiro. Ela é ambidestra, surpreendeu-me por um lado e caí de ippon, o meu joelho ficou preso e não tive hipótese”, detalhou a judoca do Benfica.

A portuguesa, medalha de bronze nos últimos Europeus, disputados em Lisboa, reconheceu ter sido contrariada, pela passividade de Drysdale Daley, no primeiro combate, e pela investida de Matic, no combate dos oitavos de final.

Eu procurei tomar a iniciativa, procurei ter a vantagem, mas o judo também é estratégia e, no primeiro combate, a dela foi anular-me e foi eficiente. Eu estava desperta, estava feliz, estava concentrada, eu fiz tudo, estava ansiosa, mas por estar aqui, de felicidade, não estava nervosa ou com medo. Ela foi melhor! Se voltasse a lutar, se calhar faria diferente, mas estava a sentir-me mesmo bem, desperta”, sublinhou.

Abri mão de muitas coisas, sempre a acreditar que era o melhor para a conquista da medalha, mas não veio. Vou refletir e ainda vou aprender muito, mas acho que não faria nada diferente. Ultrapassei vários obstáculos, cresci como pessoa”, realçou.

No atual cenário, na minha categoria não há favoritas e muitas meninas deixaram o ciclo, mesmo estando apuradas. Todo o respeito por todas as atletas e, principalmente, pelas que estão aqui, pela demonstração de superação, num ano em que foi tão complicado continuar o alto rendimento, continuar a treinar. Por isso, agradeço à minha família, de longe, os meus amigos, que são a minha família adotiva e que estiveram aqui perto, ao meu clube, à federação, tenho de agradecer a todos”, referiu.

Encerrado o capítulo Tóquio2020, a luso-brasileira admitiu que precisa de “respirar”, para retomar a competição em setembro.


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